O apetite da Assembleia Legislativa de Goiás por cargos comissionados parece não ter limites. Campeã nacional em número de servidores sem vínculo — eram 5,4 mil em agosto — a Casa aprovou, nesta quinta-feira (9), a criação de mais 70 vagas, conforme publicado na coluna Giro nesta edição. A justificativa, como de costume, é que não haverá aumento de despesas, pois seis cargos já existentes foram desmembrados em 76, com salários menores. Essa explicação, no entanto, é parcial: a Alego paga um auxílio-alimentação de R$ 1 mil, o que representa um acréscimo de R$ 840 mil por ano na folha de pagamento. Outra alegação é que o porcentual de gastos com pessoal continuará dentro dos limites estabelecidos pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Entretanto, a gestão pública não se resume ao cumprimento de planilhas. Deve considerar, também, princípios como a impessoalidade, a moralidade, a legalidade, a publicidade, a economicidade e a eficiência — e não há indícios de que a contratação de 70 novos servidores comissionados, coincidentemente em ano pré-eleitoral, vá melhorar o desempenho dos parlamentares goianos.