Principal rio do território goiano, o Araguaia está doente. Há pelo menos dez anos, segundo pesquisadores, o manancial tem perdido água, e a previsão é de que a vazão seja 40% menor em 16 anos, como explica reportagem na página 13 desta edição. A situação é causada por uma junção de fenômenos climáticos, como El Niño e La Ninã, ação humana (por meio de captação e desmatamento irregulares) e as mudanças climáticas. Quanto a essas, a real dimensão precisa ser estudada mais minuciosamente. Outro problema é a diminuição de sua profundidade, causada pelo acúmulo de sedimentos. Dessa forma, as lagoas que funcionam como berçários da fauna aquática perdem a conexão com o leito, trazendo prejuízos para a sustentabilidade. O Araguaia é fundamental para o equilíbrio ambiental e para vários setores da economia não só de Goiás, mas de todo o Brasil. Por isso, o diagnóstico é preocupante e demanda prioridade máxima de todos os entes governamentais e privados. Além do combate rigoroso às práticas danosas, é urgente o investimento em pesquisas que apontem os caminhos para salvar o rio e toda a sua bacia.