O Brasil não registra casos de poliomielite desde 1990. Lá se vão 34 anos, graças à eficácia da vacina. O sucesso, porém, teve um efeito colateral indesejado: sem ver de perto as consequências da doença, as novas gerações de pais, mães e responsáveis têm negligenciado o cuidado e a cobertura vacinal diminuiu drasticamente nos últimos anos, abrindo as portas para a volta da moléstia. Em Goiás, apenas 68% do público-alvo, composto por crianças de 1 ano a menores de 5 anos, foram vacinados em 2023. Neste ano, houve melhora, com 79%, mas ainda abaixo do ideal, que é imunizar 95% da população dessa faixa etária. A situação não é diferente no restante do Brasil. O País adotou uma nova estratégia para melhorar esses números. Ao invés das três doses injetáveis (aos 2, 4 e 6 meses) mais dois reforços orais (aos 15 meses e aos 4 anos), o esquema terá quatro doses, todas injetáveis. Com um detalhe: a última aos 15 meses de idade. O Ministério da Saúde planejou a alteração a partir de 4 de novembro. Em Goiânia, a Secretaria Municipal de Saúde adiantou o processo e já iniciou a troca. Além de mais simples, o novo esquema traz mais segurança, o que pode melhorar a adesão. Cabe aos responsáveis fazerem a sua parte, levando as crianças aos postos de vacinação.