Desde a promulgação da reforma trabalhista, em 2017, os tribunais brasileiros passaram a lidar com uma nova demanda: ações que questionam a relação entre trabalhadores que atuam como pessoa jurídica e as empresas contratantes.No ano passado, 285 mil processos pediram o reconhecimento de vínculo empregatício. Em janeiro deste ano, 53 mil casos chegaram à Justiça.Esse volume acaba pressionando o Supremo Tribunal Federal (STF), apesar de entendimento anterior que reconheceu a legalidade das contratações fora da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).Ocorre que muitas decisões da Justiça do Trabalho têm considerado que a chamada pejotização vem sendo usada para mascarar relações de emprego, e parte delas chega ao STF — em 2024, foram mais de 3 mil.Nesta semana, o ministro Gilmar Mendes suspendeu todas as ações do tipo em no País. A proposta é que o plenário do Supremo chegue a uma decisão com repercussão geral, que deverá ser seguida por todos os tribunais.A pacificação em torno do tema é salutar e deve ocorrer com celeridade, já que milhares de processos foram paralisados. A medida deve garantir segurança jurídica para os dois lados da relação: contratante e contratado.