Os números apresentados na edição desta segunda-feira (3) revelam a complexidade de fatores que envolvem a população em situação de rua. Na intenção de dar melhores condições de vida a esse grupo vulnerável, a Prefeitura de Goiânia anunciou o encaminhamento de 121 pessoas ao mercado de trabalho. Destes, apenas 12 foram contratados até agora e somente 3 permaneceram no emprego, no Consórcio Limpa Gyn. Os demais deixaram as vagas por problemas diversos, como excesso de faltas e embriaguês. A situação prova que o problema é desafiador, exigindo ações integradas, que incluem tratamento de saúde mental, acompanhamento psicossocial e moradia, além do trabalho. Sociólogos e profissionais que atuam em políticas para moradores de rua apontam que há motivos diversos para que eles estejam fora de casa. São pessoas abandonadas pela família, com depressão profunda, problemas de saúde mental, vício e outros fatores, que provocam grande sofrimento e impedem que se fixem em empregos. Por melhor que seja o propósito de garantir vagas para a população vulnerável, é preciso um atendimento social mais amplo como política pública, para recuperar a dignidade perdida na violência e no abandono das ruas.