Além de proporcionar apreciação estética, obras de arte cumprem o papel de contar a história de um povo. A técnica empregada, o material utilizado, o estilo: tudo colabora para que o observador tenha contato com informações que ajudam a compreender o período e a sociedade em que elas foram produzidas. Por isso, preservar obras assim é um dever de órgãos públicos e entidades que as têm sob sua responsabilidade. Em Goiás, dois exemplos mostram que nem sempre isso ocorre. Em Pirenópolis, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) investiga denúncia de alteração na imagem de Nossa Senhora das Dores. Datada do século 18, ela está exposta na Igreja Matriz Nossa Senhora do Rosário. Na cidade de Goiás, o caso é entristecedor. A estátua de Leodegária de Jesus, pioneira da poesia goiana, foi degolada. Localizada no mercado municipal, não é a primeira vez que a escultura sofre vandalismo — em 2023, ela foi destruída, junto da estátua da também poetisa Cora Coralina. Os fatos ocorreram em cidades históricas. Deles, ficam duas conclusões: a população desconhece a importâncias da obras, e autoridades são incapazes de mantê-las seguras.