Em entrevista ao POPULAR, publicada na segunda-feira (1º), o gerente de Política Climática do Instituto Clima e Sociedade, Walter de Simoni, destacou a importância de estados e municípios na aplicação de políticas públicas voltadas ao enfrentamento da crise climática global. O especialista ressaltou, no entanto, que, diante da fragilidade de grande parte dos 5.569 municípios brasileiros — tanto em capacidade técnica quanto financeira —, cabe aos estados assumirem esse protagonismo. Em Goiás, a Assembleia Legislativa tem ignorado esse papel. Ainda nesta terça-feira (2), o Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO) derrubou uma lei aprovada pela Casa que prorrogava o prazo para que prefeituras que ainda mantêm lixões desativassem esses locais. A data limite, segundo a Política Nacional de Resíduos Sólidos, era agosto de 2024. Portanto, há prefeitos que já o descumpriram.Mais grave é que esse não é um caso isolado. Já houve, inclusive, aprovação de anistia para crimes ambientais.Projetos desse tipo revelam que o negacionismo paira sobre os deputados goianos — ou que eles negligenciam a emergência climática em nome de acordos paroquiais que podem render dividendos políticos imediatos.