Pouco tempo após o alarme causado por um foco de gripe aviária no estado, agora é um surto de raiva bovina que mobiliza produtores e autoridades sanitárias em Goiás.A Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa) confirmou casos da doença em Carmo do Rio Verde, Caldas Novas e Silvânia — municípios distantes entre si, o que acende um sinal de alerta.Desde o início de 2025, foram notificados 15 animais infectados. O número já iguala o total de casos registrados em todo o ano passado, o que chama a atenção. As análises realizadas pelo Laboratório de Diagnóstico Veterinário (LabVet) confirmaram resultado positivo para raiva animal.Entre os bovinos, a doença é transmitida principalmente pela mordida de morcegos hematófagos — que se alimentam de sangue.Caso ela se espalhe, há risco de perdas no rebanho, com prejuízos significativos para os pecuaristas. A moléstia também pode atingir seres humanos, por meio do contato com a saliva de animais contaminados.A Agrodefesa iniciou os protocolos de contenção e, por ora, não há motivo para alarme. A expectativa é de que o trabalho repita o êxito obtido no controle da gripe aviária. Afinal, a raiva pode ser fatal se não tratada rapidamente.

Raiva em bovinos

Editorial

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Matéria - Opinião - Editorial

O burburinho na Rua 8 traz esperança de que a revitalização do Centro de Goiânia possa se tornar realidade. Bares, cinema, feiras e apresentações artísticas têm levado vida a um local que enfrentava anos de decadência — especialmente entre as ruas 3 e 4, incluindo o calçadão da Rua do Lazer.A ocupação começou de forma espontânea, impulsionada por empresários e agitadores culturais que apostaram na região sem qualquer incentivo do poder público. Aos poucos, a presença de pessoas aumentou, e desde o dia 15 a Prefeitura passou a interditar o tráfego de veículos nas noites de sexta-feira e sábado, além de todos os domingos e feriados — medida adotada com base em lei aprovada pela Câmara Municipal, de iniciativa da vereadora Aava Santiago (PSDB).É evidente que não se pode parar por aí. Durante anos, sucessivas gestões municipais apresentaram projetos que não se concretizaram, e o renascimento do Centro tem ocorrido graças à iniciativa dos empreendedores.O prefeito Sandro Mabel (UB) anunciou projetos ambiciosos, como a requalificação do Jóquei Clube. Enquanto essas propostas não avançam, o apoio às iniciativas que partem da sociedade já ajuda.

Vida no Centro

Após a confirmação de casos de raiva em bovinos de propriedades rurais localizadas em Carmo do Rio Verde, Caldas Novas e Silvânia, a Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa) intensificou as ações de captura e de controle de morcegos hematófagos. Os técnicos também estão realizando a vacinação assistida nos locais dos focos e orientando os produtores de 250 propriedades do perifoco, localizados em um raio de 12 quilômetros, a vacinarem seus animais.

O número de animais infectados no estado apresentou crescimento: foram registrados 15 casos de animais infectados desde o início do ano, contra o mesmo número em todo ano passado. Os casos foram notificados pelos próprios produtores, que procuraram a Agrodefesa após observarem sintomas neurológicos nos animais. Médicos veterinários da Agência coletaram amostras dos animais e enviaram para análise no Laboratório de Diagnóstico Veterinário da Agrodefesa (LabVet), que confirmou os casos de raiva.

A partir dos exames laboratoriais positivos, equipes da Unidade Regional Rio das Almas deram início imediato às ações de controle, como a vacinação assistida nas propriedades foco, orientação sobre vacinação no perifoco, atividades de educação sanitária, fiscalização e vigilância ativa para identificar possíveis novos casos. O presidente da Agrodefesa, José Ricardo Caixeta Ramos, informa que foram confirmados 5 casos em Carmo do Rio Verde, no Vale do São Patrício, um em Caldas Novas e outro em Silvânia. “Estes casos foram todos em agosto e temos mais oito desde o início do ano”, destaca.

Ele atribui o aumento dos registros de casos às notificações, que não ocorriam nos anos anteriores, após a intensificação de ações de educação sanitária, que têm deixado o produtor mais consciente em relação à doença. Desde julho, a vacina contra a raiva não é mais obrigatória nos municípios considerados de alto risco para a doença, sendo exigida somente nos focos onde ela for localizada.

Caixeta explica que esta mudança estratégica veio por meio de uma portaria do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). “Goiás era o único do Brasil onde ainda havia esta obrigatoriedade da vacinação”, ressalta o presidente. Agora, a obrigatoriedade se restringe à região do foco, na propriedade onde a doença foi identificada e no perifoco, ou seja, em um raio de 12 quilômetros do foco.

A raiva dos herbívoros é uma zoonose, doença que pode ser transmitida dos animais para os seres humanos, causada por um vírus que acomete também bovinos, bubalinos, equinos, asininos, muares, caprinos e ovinos, e é fatal tanto para os animais, quanto para o homem. Nos rebanhos, a transmissão ocorre principalmente pela mordida de morcegos hematófagos infectados. Entre os principais sintomas, estão alterações de comportamento (agitação ou apatia), dificuldade de locomoção e incoordenação motora, paralisia, salivação excessiva e morte, geralmente em poucos dias após o início dos sintomas.

Varredura

As equipes da Agrodefesa estão fazendo uma varredura nas propriedades e orientam os produtores a fazerem a vacinação e aumentarem e vigilância. Caixeta reforça que os técnicos intensificaram as ações no controle do morcego hematófago, o transmissor da doença, e pedem que os produtores informem os possíveis locais de moradia deles, como cavernas, construções abandonadas ou túneis de passagem de ferrovias. “Temos equipes de captura de morcegos em todo estado, que foram reforçadas, e junto com o trabalho de controle e diagnóstico”.

Normalmente, os animais já são sacrificados na coleta do material para análise, diante do avançado grau dos sintomas. O presidente da Agrodefesa explica que a doença tem uma evolução rápida para o óbito. “É importante que o produtor não se aproxime de animais que apresentarem os sintomas da raiva para evitar o contágio humano. É uma doença extremamente perigosa também para o homem”, alerta.

Caixeta lembra que entre os anos de 2010 a 2025 foram registrados apenas 50 casos em humanos no Brasil, mas só dois sobreviveram, o que até surpreendeu, pois a letalidade costuma ser de 100%. A orientação da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) foi de suspensão da vacinação porque a vacina mascara a circulação do vírus e fica difícil controlar o vetor, o que aumenta os riscos para o homem.

O presidente informa que propriedades com rebanhos expressivos só apresentaram um caso da doença, que não tem transmissão de animal para animal. Além disso, a raiva também não faz parte dos protocolos comerciais por ser uma doença endêmica, que demanda um controle populacional dos morcegos. “São casos pontuais, que não comprometem a produção por não haver transmissão entre os animais, apenas pelo morcego”, afirma Caixeta.

A gerente de Sanidade Animal da Agrodefesa, Denise Toledo, reforça que, embora a vacinação contra a raiva dos herbívoros não seja mais obrigatória, ela continua sendo a medida mais eficaz para evitar perdas e proteger o rebanho. “A raiva é uma doença grave e de alta letalidade. A imunização preventiva é um investimento que protege não só os animais, mas também a saúde humana, já que a doença pode ser transmitida às pessoas”, adverte.

De acordo com ela, o produtor também precisa fazer a sua parte, notificando qualquer suspeita, pois esta ação não gera multa e nem penalidade, sendo fundamental para o controle da doença no Estado. “Quanto mais rápido os casos suspeitos são notificados, mais rápidas e eficientes são as nossas medidas”, alerta a gerente.

Na última semana, técnicos da UR Rio das Almas ministraram uma palestra sobre a atuação da Agrodefesa e os sinais e formas de combate à raiva. “Nosso trabalho é técnico e integrado, envolvendo diagnóstico rápido, vacinação assistida e conscientização da comunidade. A participação do produtor é essencial, pois ele é o primeiro a identificar um possível caso e acionar os órgãos competentes”, ressalta o coordenador da Unidade Regional Rio das Almas, Paulo Romão.

Estado intensifica ações contra casos de raiva em propriedades goianas

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Pecuária

Tema que ganhou ampla repercussão nos últimos dias, após a divulgação de vídeo de denúncia pelo influenciador Felipe Bressanim (Felca), a adultização de crianças merece rigorosa atenção do poder público, das famílias, dos educadores e da Justiça. Reportagem publicada na edição do fim de semana mostra que as redes de proteção em Goiás estão intensificando a discussão de estratégias que levem à prevenção do problema, agudizado pela liberdade das redes sociais.

Orientação, escuta especializada, monitoramento e observação estão entre as medidas que podem evitar abusos e traumas que deixam marcas para toda a vida. Além dos cuidados em casa e na escola, é urgente que o Brasil leve adiante a discussão sobre a regulamentação das redes sociais, de modo que elas deixem de ser um território livre, onde os crimes de exploração proliferam em nome do lucro.

A superexposição infantil nos meios digitais deve ser combatida por redes de acolhimento e pelos pais, a quem cabe acompanhar os hábitos e a frequência da criança na internet, observando também eventuais mudanças de comportamento. Como disse a presidente do colegiado de Conselhos Tutelares de Goiânia, Érika Reis, “a infância é um chão em que se pisa a vida inteira”.

Prevenção à adultização

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A raiva é uma doença viral de alta letalidade, ou seja, ela mata equinos, caprinos e ovinos, explica zootecnista (Reprodução/ Diomício Gomes O Popular)

Cinco bovinos morreram por raiva em dois municípios de Goiás, informou a&nbsp;Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa). Os casos encontrados foram em&nbsp;Carmo do Rio Verde, região central do estado, e em Silvânia, no sudeste.&nbsp;Após a agência ser notificada pelos próprios produtores e os exames testarem positivo, as equipes deram início às ações de controle, informou a Agrodefesa.

De acordo com o orgão, entre os principais sinais clínicos estão agitação ou apatia. Além da dificuldade de locomoção e incoordenação motora, paralisia, salivação excessiva e até morte.

Ao POPULAR, Denise Toledo, gerente de sanidade animal da Agrodefesa, explicou funciona o trabalho da equipe.

<cite>&nbsp;A Agrodefesa trabalha no controle da prevenção da raiva e as estratégias que o programa emprega são vacinação e controle de transmissor, que é o morcego hematófago. Até dia 1º de julho, nós trabalhávamos com vacinação obrigatória em 119 municípios que eram considerados mais susceptíveis à raiva. Então, eram considerados área de risco. A partir do dia 1º de julho, a estratégia passa a acontecer com a vacinação estratégica, ou seja, a vacinação obrigatória. Então atualmente está acontecendo o foco nos municípios de Silvânia e Carmo do Rio Verde", explicou Denise Toledo.&nbsp;</cite>

Ela destacou que nesses municípios a vacinação é obrigatória e é realizado um trabalho de controle e prevenção.

<cite>Nessas propriedades onde foi identificada a doença, a vacina é obrigatória para os bovinos. Nós realizamos um trabalho de controle de transmissores procurando onde é que estariam os abrigos de morcego e em quais locais que esses transmissores estão ficando nessas regiões", disse a gerente.</cite>

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Weder de Lima Vieira, zootenista e coordenador de assistência técnica e gerencial do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), explicou para o POPULAR a importância dos produtores rurais participarem das campanhas de vacinação para os bovinos.

<cite>A raiva é uma doença viral de alta letalidade, ou seja, ela mata muitos animais. Ela atinge bovinos e outros herbívoros, como os equinos, caprinos e ovinos. Além de perdas econômicas, a doença pode comprometer o sistema nervoso do animal podendo levar quase sempre a morte. Ela representa um risco direto à saúde humana, pois ela é uma zoonose que é transmitida pela saliva de animais infectados e pela mordida de morcegos hematóficos", explicou&nbsp;Weder de Lima.&nbsp;</cite>

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Zootecnista em ação na zona rural(Arquivo pessoal/ Weder de Lima)

O zootecnista destacou as consequências da doença para os seres humanos, e enfatizou que pode acabar levando a morte. Ele também disse como os imunizantes tem um importante papel na defesa da saúde do animal e humana.&nbsp;

<cite>Em Goiás entre maio e junho de 2025, os produtores de 119 municípios com risco elevado realizaram a última campanha obrigatória de vacinação contra a raiva dos herbívoros. Na segunda etapa de 2024 foram vacinados 2,5 milhões de animais, atingindo 99,15% de cobertura. Esse resultado mostra o comprometimento exemplar dos produtores que entenderam seu papel na defesa da saúde animal e também da saúde pública. Para os seres humanos a raiva é considerada uma das doenças mais graves conhecidas, pois depois que os sintomas aparecem, ela é praticamente 100% fatal. O vírus ataca o sistema nervoso, causando febre, dor de cabeça, mudanças de comportamento, salivação excessiva, dificuldade de engolir, convulsões, paralisia e a morte", disse o zootecnista.&nbsp;</cite>

Por fim, ele destacou que com um bom cuidado com os animais afeta toda a cadeia produtora até chegar o alimento na mesa do consumidor.

<cite>É importante lembrar também que a carne, o leite e derivados de animais vacinados, sadios e inspecionados permanecem totalmente seguros para o consumo. Dessa forma, a segurança alimentar chega à mesa do consumidor. Ela é fruto direto desse esforço coletivo. Em resumo, a raiva continua sendo uma ameaça grave, mas o empenho dos produtores e a ação dos órgãos de defesa garantem proteção aos animais, às pessoas e à nossa saúde alimentar", destacou Vieira.&nbsp;</cite>

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Profissionais da Agrodefesa passando orientações sobre vacinação, atividades de educação sanitária e vigilância para identificar possíveis novos casos. (Divulgação/ Agrodefesa)

<h3>Medidas de prevenção</h3>

Após a notificação dos casos de raiva, a Agrodefesa reforçou a orientação sobre a vacinação. Além de atividades de educação sanitária, fiscalização e vigilância ativa para identificar possíveis novos casos.

Segundo a agência são cinco equipes na região realizando vigilância epidemiológica e orientando os produtores. Uma das equipes está mobilizada para identificar abrigos de morcegos e implementar medidas de controle populacional.

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Em casos suspeita de animal infectado, o produtor deve notificar a Agrodefesa <a href="http://goias.gov.br/agrodefesa" target="_blank">por meio do site</a>, ir diretamente na unidade operacional local ou pelo telefone 0800 646-1122. No caso da zona urbana, a população deve comunicar à Secretaria Municipal de Saúde (SMS).&nbsp;

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Equipes realizando vigilância e orientações aos produtores quanto à vacinação dos rebanhos (Divulgação/ Agodefesa)