A Operação Comorbidade, deflagrada pelo Ministério Público de Goiás, nesta quarta-feira (27), acrescenta ingredientes na crise na rede municipal de saúde de Goiânia. Foram presos o secretário de Saúde, Wilson Pollara, e dois auxiliares dele na pasta, Quesede Ayres Henrique e Bruno Vianna Primo. Segundo os promotores, havia um esquema de desvio de recursos. Há fatos a serem esclarecidos, mas a operação ocorre em um momento de falta de Unidades de Terapia Intensiva (UTI), com pessoas que morreram à espera de vaga, obras paradas e desabastecimento de unidades de atendimento primário, como os Cais. Somente com a fundação gestora das maternidades municipais, a dívida estaria em torno de R$ 121 milhões, de acordo com o MP. Tudo em um contexto de alta nos gastos globais com a saúde, por parte da Prefeitura de Goiânia. Constitucionalmente, a capital tem de investir, pelo menos, 15% da arrecadação com o setor. Este ano, como O POPULAR revelou, o comprometimento será de 24% a 27%. Até outubro, foram R$ 896 milhões. À evidente má gestão, junta-se a suspeita de malversação de recursos públicos, que deve ser minuciosamente investigada.