Os mananciais de Goiás enfrentam um longo e ininterrupto processo de degradação. Ocupação irregular, lançamento de lixo e esgoto e desmatamento são ameaças constantes de morte. O exemplo mais recente, abordado em reportagem do jornal nesta quarta-feira (15), tem como vítima o córrego Sussuapara, em Bela Vista de Goiás. Dois laudos indicaram o comprometimento da qualidade da água, contaminada por pesticidas, bactérias e outros compostos. Preocupa especialmente a presença de acrilamida — substância classificada como potencialmente cancerígena — em concentração 1.700 vezes superior ao limite tolerável. Outro episódio envolve o Rio Meia Ponte, que amanheceu coberto por uma espuma branca em alguns trechos no final de agosto. A origem da espuma, conforme a Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), foi a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) de Goiânia. A Saneago alegou que não houve risco à saúde da população. De toda forma, os dois casos comprovam que a saúde de rios e córregos goianos é frágil — e, se não houver comprometimento real para salvá-los, muitos podem desaparecer em poucos anos.