O temporal que surpreendeu Goiânia na última terça-feira (22) evidenciou, mais uma vez, a vulnerabilidade da Marginal Botafogo. Uma das principais artérias da capital, que conecta as regiões norte e sul, teve o tráfego interrompido pouco tempo após o início da chuva.Nesta quarta-feira (23), ainda havia uma faixa bloqueada na altura do Setor Norte Ferroviário. No local, a Prefeitura atua na recuperação de um processo erosivo causado pela força das águas. Equipes também realizaram pequenos reparos em outros trechos ao longo do dia. A estrutura da via padece das sequelas das decisões tomadas desde o início de sua construção. Ainda no começo da década de 1990, optou-se pela canalização do córrego que lhe dá nome, pela supressão de parte da vegetação e pelo desrespeito à distância mínima entre o leito e o asfalto. Na época, ambientalistas e urbanistas já alertaram para os impactos futuros, mas não foram ouvidos.Como consequência, são frequentes as erosões e os desabamentos, o que evidencia a necessidade de uma intervenção mais ampla, em vez de ações pontuais sempre que ocorre um novo incidente. Afinal, além dos transtornos à mobilidade, há um risco evidente de desastres graves — com potencial de custar vidas.