Uma série de reportagens publicadas ao longo da semana detalha o duto que irriga contracheques da elite do funcionalismo público, por meio de brechas que tornam possível o pagamento de valores acima do teto remuneratório previsto na Constituição e na legislação estadual. Os textos, assinados pela repórter Elisama Ximenes, contabilizam 1.071 pagamentos que furaram o limite em maio. O Poder Judiciário concentra 65% desses casos (698). O Executivo tem 280 e o Ministério Público, 93. Há situações que chamam a atenção. Um auditor fiscal recebeu mais R$ 280 mil apenas em bonificação de férias; um juiz, R$ 177 mil líquidos. São montantes muito acima do limite: R$ 41 mil, no Judiciário, e R$ 37 mil no Executivo. Vários são os caminhos até os supersalários, entre eles vantagens pessoais e uma longa lista de auxílios.