O presidente Lula encomendou ao Ministério da Fazenda um estudo para avaliar a viabilidade da tarifa zero no transporte coletivo em todo o país. Trata-se de uma proposta ousada — e, naturalmente, há um componente político envolvido. Contudo, como é comum em ideias desse tipo, entre a concepção e a prática existe um abismo considerável. E esse obstáculo tem nome: custos. Em Goiás, cinco municípios adotam o modelo: Luziânia, Formosa, Aruanã, cidade de Goiás e Anicuns. Apenas as duas primeiras, ambas localizadas no entorno do Distrito Federal, podem ser considerados cidades de médio porte. Luziânia gasta R$ 900 mil por mês para manter o serviço; Formosa, R$ 360 mil. Para a Região Metropolitana de Goiânia, a estimativa é de um aporte de cerca de R$ 50 milhões mensais — considerando a manutenção dos subsídios do governo estadual e das prefeituras da região, que hoje somam R$ 120 milhões por mês. Na ponta do lápis, a conta é difícil de fechar. Ainda assim, vale a pena levar a discussão adiante, pois trata-se de uma política pública com forte impacto social e potencial para melhorar significativamente a mobilidade nas grandes cidades brasileiras.