Nesta semana, uma startup chinesa causou um tsunami nas grandes empresas de tecnologia dos Estados Unidos. A DeepSeek tornou-se líder de downloads com sua ferramenta de Inteligência Artificial (IA), deixando para trás gigantes como a OpenAI (dona do ChatGPT), Meta, Google e Amazon. O modelo de linguagem chinês usa chips mais baratos e gasta menos energia. Para completar o quadro, tem código aberto, o que possibilita que desenvolvedores o repliquem e o redesenhem. A Nvidia, produtora de chips de altíssima tecnologia demandados pelas empresas de IA, perdeu US$ 600 bilhões em valor em um dia. O episódio é simbólico da transformação econômica e geopolítica em andamento. Aqui mesmo, em Goiás, ela ocorre diante de nossos olhos. Pela primeira vez, o curso de Inteligência Artificial (IA) teve a maior nota de corte na Universidade Federal de Goiás (UFG), à frente de cursos tradicionais como Medicina e Direito. O pioneirismo da UFG deve ser celebrado, mas é uma gota no oceano. Como alerta Miguel Nicolelis, neurocientista brasileiro reconhecido em todo o mundo, o governo brasileiro precisa pensar estrategicamente no futuro da ciência nacional. A janela está aberta, mas se fechará rapidamente.