Enquanto Donald Trump desmorona o sistema internacional de comércio e implode os princípios e interesses mais basilares dos Estados Unidos, aqui no Brasil o Supremo mais uma vez preenche lacunas dos dois outros poderes e o Congresso confirma que, apesar de todos os gritantes pesares, não ultrapassa limites em questões cruciais. Nos dois casos, por decisões solidamente debatidas. Ao aprovar a chamada "APDF das favelas", o STF modulou o voto do relator Edson Fachin e fez o que o seu ex-presidente Ricardo Lewandowski, agora ministro da Justiça, tenta e é barrado tanto por governadores de oposição quanto pelo presidente Lula e seus "personal influencers": atribuiu à Polícia Federal investigações de crimes de repercussão interestadual e internacional cometidos no Rio. Fachin teve o mérito de dar um basta nos abusos de policiais do Rio nas comunidades, onde pretos e pobres são vítimas do crime e das próprias polícias. Seus colegas de toga, porém, concordaram com a crítica do "outro lado", de que ele, em nome dos sempre fundamentais direitos humanos e individuais, tirou instrumentos indispensáveis das forças de segurança.