Javier Milei replica na Argentina os "fenômenos", ou "mitos, Donald Trump nos Estados Unidos, Jair Bolsonaro no Brasil e Hugo Chávez na Venezuela, entre tantos outros exemplos a confirmar que, quando os políticos falham, os partidos caem em descrédito e as instituições se tornam disfuncionais, a política abre espaço a aventureiros com boa lábia e poucos escrúpulos, que se lançam como "salvadores da pátria. Trump, Bolsonaro e agora Milei atacam as eleições com histórias mirabolantes sobre fraudes, para agitar seus seguidores, atiçar os ânimos e vandalizar as instituições. Derrotados na reeleição, Trump liderou a invasão do Capitólio e Bolsonaro incitou o quebra-quebra no Planalto, no Congresso e no Supremo. Milei já está na mesma toada. E se perder? Não é fácil definir um candidato que, em reuniões, deixa uma cadeira vazia para a alma de um bichinho que morreu, defende o fim do Banco Central e de hospitais, escolas e universidades públicas e agride os principais parceiros estratégicos do país, explorando a ojeriza crescente à política e o gosto dos eleitores pelo que é estapafúrdio. Não tem graça.