A transição energética é uma mudança mundial de paradigma que, resumidamente, representa a migração do uso de matrizes energéticas fósseis poluentes para fontes baseadas em energia renováveis. Um caminho inevitável e urgente para a evolução da economia de baixo carbono e a sobrevivência da humanidade. A construção da infraestrutura necessária para alavancar essa transição demanda, em sua essência, minerais estratégicos e tecnologia de ponta. E é nesse contexto que Goiás se apresenta como um importante fornecedor de commodities e um promissor polo de inovação tecnológica.Três importantes metais para o segmento elétrico já são produzidos no estado: níquel, em Barro Alto (maior produtor do país); cobre, em Alto Horizonte (segundo maior produtor do país); e nióbio, em Catalão (segundo maior produtor do país). Em Pilar de Goiás e Crixás, temos a extração do ouro, metal com alta eficiência na condução elétrica. Merece destaque ainda a primeira mina brasileira de terras raras que está prestes a ser inaugurada em Minaçu. Na outra ponta, Goiás pode se apropriar de uma grande oportunidade: o desenvolvimento de tecnologia pela sua academia, principalmente, a Universidade Estadual de Goiás (UEG).A redução da emissão de carbono por meio da substituição do uso de combustíveis fósseis pela energia elétrica passa, como dito, obrigatoriamente, pela oferta de metais oriundos da atividade minerária. E temos aqui mais uma mudança de paradigma.A mineração, que é vista pela sociedade como uma ação nociva ao meio ambiente, torna-se a solução para o problema climático da humanidade e o grande suporte para a salvação do planeta. E esse movimento já é realidade por aqui. Focando o mercado global de eletrificação, a Wave Nickel Brasil, multinacional de tecnologia, acaba de comprar a mina da Companhia Brasileira de Alumínio (CBA), em Niquelândia. O objetivo da WNB é tornar-se fornecedora de fabricantes de baterias para veículos elétricos com o minério extraído em Goiás. Explorar essa potencialidade da mineração goiana poderá abrir portas para o desenvolvimento de toda uma cadeia produtiva que, atualmente, gera 175 mil empregos no estado.Dados da Federação das Indústrias de Goiás (FIEG) prospectam que o setor deva injetar cerca de R$ 30 bilhões em renda nos próximos três anos, nos municípios com empreendimentos de mineração.O PIB dos municípios mineradores e a arrecadação de impostos são indicadores que ajudam a dimensionar o tamanho das economias locais, chegando a ser três vezes superior ao dos demais. No quesito trabalho e renda, segundo o IBGE, os trabalhadores formais dos municípios mineradores ganham o dobro que a média salarial do estado. De olho nesses indicadores, a Associação Brasileira das Empresas de Pesquisa Mineral (ABPM) promove em Goiânia, no mês de junho, a 2ª. edição da Brasmin – Feira da Indústria da Mineração e o 8º. Encontro Nacional da Média e Pequena Mineração com o objetivo principal de discutir o papel da mineração no contexto global da atualidade.