A população com 60 anos ou mais, no Brasil, cresceu 56% entre 2010 e 2022, passando de 20,5 milhões para 32,1 milhões de pessoas, o que significa dizer que somamos hoje mais de 15% da população brasileira(IBGE). Estima-se que daqui a 40 anos, a população idosa brasileira poderá chegar a 37,8% do total da população, quase metade! O que estes dados revelam para nós? No mínimo nos obriga a refletir sobre a finitude da vida e os desafios para lidar com esta fase que nos apresenta. De repente, a vida ganha novos contornos e o mundo novos significados. A pressa e o sentimento de que é tudo para “ontem”, são substituídos por “o que realmente importa?” O tempo a ser vivido nos apresenta muito menor do que o que vivemos, a “ficha” começa a cair e nos damos conta que muito do que vivemos e buscamos tinha mais a ver com a vaidade, o orgulho, o apego e menos com a verdade absoluta da vida, a nossa insignificância. Consequentemente, quando nos damos conta desta insignificância abre-se um portal que pode nos levar para novos caminhos: o da aceitação da nossa des-importância, da libertação de convenções que nos aprisionam ou o caminho das lamentações pelo tempo “perdido” ou ainda o caminho de vestir a armadura da velhice e se dar por morto em vida.