As manchetes e o noticiário em geral deslizam para o escândalo explosivo no futebol, a crise da Light, a crise das grandes varejistas e, claro, as revelações sem fim sobre joias, vacinas, contas e sanha golpista do casal Bolsonaro. Nada disso, porém, tira o foco do presidente Lula, muito menos das preocupações quanto às intenções e ações do governo. Lula avisou que, na volta da China, iria botar a mão em dois vespeiros, a meta de inflação e os preços dos combustíveis. A mudança da meta ainda corre discretamente nos bastidores, mas a interferência na política de preços da Petrobrás será anunciada nesta semana. Segundo o presidente da companhia, Jean Paul Prates, os valores ao consumidor serão "inexoravelmente mais baixos". Há controvérsias. A paridade internacional será trocada por uma cesta de indicadores: produção nacional de petróleo, cotação externa e "perfil do cliente". Mas... como o Brasil importa até 30% dos combustíveis e o governo não tem poder para determinar o preço nos postos, o risco é a Petrobrás perder receita e o consumidor não pagar, "inexoravelmente", menos.