Dúvida atroz após repassar vídeos das reuniões ministeriais, das viagens e dos quatro anos de Jair Bolsonaro na Presidência da República: quando ele estudava e discutia os planos para economia, Educação, Saúde, Segurança Pública, Meio Ambiente? Quando analisava gráficos e estatísticas sobre as diferentes áreas do País? Quando identificava as emergências, especialmente em comunidades e regiões miseráveis? Afinal, quando o presidente Bolsonaro trabalhava? Em Brasília, ele reunia ministros, assessores e até desconhecidos, como em 5 de julho de 2022, exigindo, aos gritos e palavrões, união, ação e pressa para desacreditar o TSE e as urnas eletrônicas, espionar adversários a la Watergate e "virar a mesa" - leia-se: dar um golpe - antes das eleições, porque, depois, seria "um caos". Em meio a generais e civis expoentes do golpe, hoje já bastante conhecidos, como o então ministro da Justiça, Anderson Torres, destacava-se alguém totalmente inesperado: o "Posto Ipiranga" do governo, Paulo Guedes.