As pesquisas Serpes e DataUFG, respectivamente, em Anápolis e em Aparecida de Goiânia, divulgadas nesta sexta-feira (18) pelo POPULAR, indicam os prováveis vitoriosos neste segundo turno nos dois municípios. A liderança de Márcio Correa (PL), com 51,9% das intenções de voto contra 33,91% de Antônio Gomide (PT), associada à sua quase vitória no primeiro turno (Márcio ficou a 0,41 ponto porcentual de vencer), reduz a probabilidade de reversão do quadro eleitoral anapolino. Em Aparecida é menor a distância entre Leandro Vilela (MDB), com 53,24% das intenções de voto, e o deputado federal Alcides Ribeiro (PL), 39,49%, mas o cenário parece consolidado, a menos que ocorra um desastre eleitoral na próxima semana.Diferentemente dos dois municípios, a disputa em Goiânia apresenta resultado incerto a julgar pela primeira rodada das pesquisas Serpes/O POPULAR e Quaest/TV Anhanguera, esta divulgada na quinta-feira (17). Com 27,6% dos votos válidos, Mabel perdeu o primeiro turno, mas saiu na frente com 46,1% das intenções de voto no Serpes. Já Fred Rodrigues (PL), que venceu o primeiro turno com 31,1% dos votos, marcou 40,9% – na Quaest, Mabel teve 46% e Fred, 39%. Em ambos os levantamentos a diferença entre os dois é pequena (cinco pontos em uma, e sete na outra) e próxima das margens de erro, daí a incerteza do resultado.Indícios das pesquisas, contudo, jogam alguma luz na escuridão. Segundo a Quaest, o candidato de Ronaldo Caiado (União Brasil ) atraiu 73% dos eleitores que votaram em Adriana Accorsi no primeiro turno. Em outras palavras, como disse o próprio Mabel na sabatina O POPULAR/ CBN Goiânia, na quarta-feira (16), os eleitores progressistas fecharam os olhos, taparam o nariz e migraram para sua candidatura e por um motivo bem plausível, medo de vitória da extrema direita. A Quaest apurou que 42% dos entrevistados temem a vitória de Fred, enquanto 30% têm medo da eleição de Mabel.Como Adriana recebeu 168 mil votos no primeiro turno, essa migração maciça ajudou Mabel a ultrapassar o adversário na pesquisa. A seu favor, ainda há a percepção positiva do eleitor a seu respeito por 64% dos entrevistados, ser considerado mais experiente (79%) e capaz de tomar decisões em momentos de crise (55%). A falta de experiência política e administrativa de Fred Rodrigues (só 7% acham que ele é experiente) tornou-se seu maior atributo, pois 43% o apontaram como inovador. O diretor da Quaest, Felipe Nunes, disse em entrevista ao Chega pra Cá no POPULAR, em 23 de setembro, que a eleição em Goiânia seria uma primária entre candidatos da direita, o que se confirmou no primeiro turno. Com Mabel e Fred no mesmo campo ideológico, Nunes acha que a diferença neste segundo turno virá de uma combinação de atributos pessoais com capacidade de motivação dos eleitores para votar em 28 de outubro. As características principais dos dois já são bem conhecidas. Mabel oferece experiência política e administrativa e Fred, a mudança, ou a inovação, como entenderam seus eleitores. Nesta última semana de campanha outros elementos vão entrar em campo. A decisão de voto tem grande componente emocional, como já demonstraram apaixonados eleitores do ex-presidente Jair Bolsonaro, que apertam 22 na urna eletrônica independentemente das qualidades políticas ou pessoais do candidato. O PL tem mobilização de chegada, ponto a favor de Fred Rodrigues. O apelo de Mabel é racional. Ele apresenta um currículo que encheria os olhos do executivo de uma empresa em busca de um bom profissional. Ao mesmo tempo aposta na liderança do governador Caiado, apoio que lhe foi fundamental no primeiro turno. Resta saber se o governador ainda dispõe de ativo político para avalizar seu candidato, uma vez que empenhou grande capital para tirar Mabel da aposentadoria e alçá-lo ao segundo turno. Esta última semana de campanha será de mobilização e de apelo emocional. A abstenção no primeiro turno em Goiânia foi superior a 28% e o desinteresse persiste neste segundo turno. Segundo a Quaest, só 30% dos eleitores deles têm muito interesse na eleição, 45% estão pouco interessados e 24% nada interessados e 22% ainda podem mudar o voto. Muitos eleitores vão votar com medo da vitória de um extremista, o que pode ser um ponto decisivo para Mabel. Fred contará com o engajamento dos bolsonaristas. Só as urnas vão revelar para que lado penderá essa balança.