Na eleição deste ano, Goiás tem 420 candidatos que nasceram nos anos 2000. De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), são 417 postulantes a vereador e três a vice-prefeito, espalhados por 180 municípios. Esses candidatos representam um recorte da geração Z (1995-2010), também conhecidos como “zoomers”, que têm comportamento influenciado de forma relevante por redes sociais e o desenvolvimento tecnológico. Em 2020, 181 candidatos nascidos nos anos 2000 participaram da eleição no estado, todos em busca de cadeiras para vereador. Do total, nove foram eleitos em cidades do interior.

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Na disputa por uma cadeira da Câmara de Trindade, Isther Rocha (MDB) completou 18 anos em junho e é uma das candidatas mais jovens do estado. A legislação eleitoral determina que, para buscar o cargo de vereador, é preciso ter a maioridade até a data do pedido de registro de candidatura. Já para prefeito ou vice, o candidato deve ter, no mínimo, 21 anos até o dia da posse.

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Segundo Isther, o interesse pela política surgiu diante da experiência como voluntária social. O contato com a área ocorreu por influência da mãe, Ivaneide Rocha, que trabalha em um Centro de Referência de Assistência Social (Cras) e foi candidata a vereadora em 2020. A emedebista também menciona interesse em se dedicar à área cultural, pois ela e os pais são músicos.

Para a campanha, a aposta é nas redes sociais e na busca por voto “olho no olho” por bairros da cidade. A atividade é feita na companhia de duas primas e uma amiga, que ajudam a entregar material, além de gravar e editar vídeos. A estratégia também conta com caminhadas ao lado do candidato à reeleição, Marden Júnior (UB).

As atividades terminam no fim da tarde. Isther cursa o 3º ano do Ensino Médio à noite e está se preparando para entrar na faculdade de Direito. Com a nova rotina, a candidata destaca o apoio dos familiares, especialmente de Ivaneide e do pai, Gilson dos Santos. “Muita gente me julga. Estou famosa, recebi até hater no Instagram. Dizem que sou boba por estar me candidatando. Gravei um vídeo mostrando que não tenho experiência, mas tenho vontade de aprender. Tenho apoio da minha família”, disse a emedebista.

Mudança

Candidato em Aparecida de Goiânia, Isac Cardoso (PT), 24 anos, afirma que decidiu entrar na disputa “principalmente por indignação pelo jeito que a cidade está”, com alternância de poder entre os mesmos grupos. “Não tem atenção especial ao que o povo realmente precisa”, afirmou o petista. Isac disse que não tem familiares na política, mas sempre gostou de acompanhar as eleições, assistindo debates e o programa eleitoral.

Isac se filiou em 2022, após se identificar com as diretrizes do estatuto do PT. Para ele, romper as barreiras criadas pelo histórico de política conservadora em Aparecida é um desafio para candidaturas de jovens. Isac entrou na faculdade de Biomedicina aos 16 anos e atualmente é mestrando.

Ana Clara Basílio (Republicanos), 20 anos, trancou a faculdade de Medicina Veterinária no 3º período para se dedicar à campanha para vereadora de Goiânia. Assim como Isther e Isac, ela também cita o desafio de conquistar a confiança do eleitor. “Mas também tem boa receptividade de ideias. Já ouvi muitos elogios por ter essa coragem de ser candidata”, disse. De acordo com Ana Clara, o incentivo para entrar na política veio do pai, José da Luz, que já foi candidato a deputado estadual e vereador.

Neto de um ex-servidor da Câmara de Goiânia, Márcio Daniel (Avante), 21 anos, conta que conheceu os corredores da Casa em visitas ao avô. Segundo Márcio, a decisão de ser candidato a vereador na capital foi tomada por “indignação por nada na política dar certo”.

O interesse surgiu em 2018, em meio à ascensão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A dificuldade de aceitação por parte do eleitor, por ser um candidato jovem, e a falta de estrutura são, segundo Márcio, obstáculos a serem enfrentados.

Conflito

O cientista político e professor da Universidade Federal de Goiás (UFG) Francisco Tavares explica que a política pode ser vista como um campo de força, que não é aberto, a princípio, para os que estão de fora. O professor afirma que existem conflitos em diferentes esferas e uma delas é a geracional. “A geração que chega, pela sua linguagem, comunicação política e propostas, sempre choca a que está consolidada. Esse é um conflito normal”, afirmou Tavares.

O professor diz que esta geração vive em uma época de trabalho precarizado e de cultura para solução de problemas imediatos, sem grande horizonte de vida. “Essa geração, de 18, 19, 20 anos, quando se candidata, tende a falar para essas aflições. Dificilmente se verá um grande planejamento de Estado, uma grande utopia transformadora, mas vão usar frequentemente essa linguagem da sobrevivente ou do sobrevivente, que ‘faz o seu corre’, que busca resolver pequenos problemas dia a dia”, diz.

De acordo com Tavares, as lideranças que trabalham com a juventude política percebem que, para a geração que tem entre 35 e 36 anos e as demais, a democracia foi compreendida como uma conquista que implicou lutas sociais, mortes, avanços e retrocessos. “Para essa geração que hoje tem 18 ou 19 anos de idade, parece que o regime constitucional democrático é parte da paisagem, sempre esteve aí, é algo natural. E o efeito paradoxal disso é que é uma geração que, portanto, muitas vezes não entende o quão importante é defendê-lo, não sabe o que é não ter democracia”, afirmou.

420 "zoomers" disputam vaga na corrida eleitoral em Goiás

Política

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Matéria - Política

Geração Z

Protesto

Antes da cerimônia de diplomação começar no auditório do TRT-18ª Região, um pequeno grupo de manifestantes do Sindicato Municipal dos Servidores da Educação de Goiânia (Simsed) chamou a atenção na entrada do tribunal. Em protesto, eles acusavam o prefeito eleito, Sandro Mabel (UB), de estar fechando 56 escolas de Educação de Jovens e Adultos (EJA) na capital. No material distribuído, uma mensagem em letras maiúsculas: "Mabel, não feche a educação noturna (EJA)!"

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The best

Após encerrar sua fala na coletiva de imprensa antes do início do evento, Mabel cumprimentou o governador Ronaldo Caiado (UB) e o vice Daniel Vilela (MDB). Ao pé do ouvido, Daniel disse a Mabel: “Eu sei que você será o melhor prefeito de Goiânia. (A gente) comete uns errinhos, mas chega lá.” O novo prefeito reagiu sorridente e dizendo estar feliz, emendando outros cumprimentos.

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Elogios

Ao cumprimentar as autoridades, durante discurso, Mabel referiu-se à vice-prefeita eleita, coronel Cláudia Lira (Avante), como uma “companheira 200%” e disse que Goiânia, com ela, terá dois prefeitos.

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Sandro Mabel e a tenente-coronel Cláudia da Silva Lira (Fábio Lima)

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Casório

Ao fim do evento, enquanto dirigia-se ao estacionamento para ir embora, &nbsp;ex-candidato a prefeito Fred Rodrigues (PL)&nbsp;afirmou ao POPULAR que o seu casamento civil com Adelle Zacharias agora tem uma data. Segundo ele, está agendado para o próximo dia 27 de dezembro. Conforme disse, tanto a cerimônia civil quanto a religiosa deverão ocorrer de forma “reservada e intimista”.&nbsp;

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Lado a lado

Os dois vereadores eleitos mais bem votados de Goiânia, Major Vitor Hugo (PL) e Edward Madureira (PT), conhecidos por posições políticas antagônicas, sentaram-se lado a lado na fileira reservada aos parlamentares no auditório.

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Major Vitor Hugo e Edward Madureira (Fábio Lima)

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Boca miúda

Apesar de toda a empolgação do evento, vereadores comentavam nos bastidores suas apostas para a eleição da Mesa Diretora da Câmara. Um emedebista garantiu que o espaço de sua sigla está garantindo para a CCJ e Finanças. Tergiversou sobre a Mista, que agora pode ficar com o PRD.&nbsp;

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Espaço

Mabel afirmou ao POPULAR que anunciará mais cinco auxiliares nesta sexta-feira (20). Apesar de não antecipar os nomes, aliados próximos afirmam que uma das escolhas tem o dedo do presidente da Assembleia Legislativa, Bruno Peixoto (UB). Comenta-se que a indicação seria para a área de Mobilidade.

Os bastidores da diplomação dos eleitos

Eleições 2024

Acusações de descumprimento de cota de gênero nas eleições deste ano já motivaram ao menos quatro ações de investigação judicial eleitoral (AJE) que visam a cassação de chapas de vereador, com pedidos de recontagem de votos, e podem alterar os ocupantes de quatro cadeiras na Câmara de Goiânia. O suplente José Roberto Conselheiro (Avante) ingressou com três delas contra PDT, PRTB e Mobiliza, sendo que no último caso ele foi acompanhado por Samuel Esteves (Republicanos). 

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Também candidatas a vereadora derrotadas na disputa deste ano, Adriana Reis (PSB), Enicléia Morais (PSB), Lilia Monteiro (Rede) e Ludmila Rosa (PSB) moveram ações contra o DC. A advogada Anna Raquel Gomes e Pereira, que atua em todos os casos, cita que identificou, entre outras, situações de movimentação financeira padronizada e “absoluta ausência de atos de campanha”. “A gente entende que algumas candidaturas de fato foram só para cumprir a cota, o que caracteriza o desvirtuamento de uma política que veio para tentar diminuir a baixa representatividade feminina na política”, argumenta.

Alvos

O PRTB elegeu os vereadores Daniela da Gilka William do Armazém Silva. Já o DC e o PDT reelegeram Wellington Bessa e Juarez Lopes, respectivamente.

Fila

O Mobiliza não elegeu vereador, mas a chapa do partido obteve mais de 16 mil votos. Se for cassada, fica mais fácil para outros suplentes assumirem mandatos.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/opiniao/coluna-giro/cota-de-genero-suplentes-preparam-ac-es-contra-chapas-em-goiania-1.3197296" target="_blank">Cota de gênero: suplentes preparam ações contra chapas em Goiânia</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/mulheres-ser-o-minoria-na-disputa-ao-legislativo-1.3163257" target="_blank">Mulheres serão minoria na disputa ao Legislativo</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/mulheres-ocuparam-ate-14-das-cadeiras-da-camara-de-goiania-1.3158430" target="_blank">Mulheres ocuparam até 14% das cadeiras da Câmara de Goiânia</a></div>

Timing

As ações contêm um mesmo pedido de “tutela provisória de urgência” para suspender a expedição dos diplomas dos vereadores, que serão entregues pelo Tribunal Regional Eleitoral nesta quinta (19).

Vai ter diploma

No caso do PRTB, o juiz eleitoral Fernando Moreira Gonçalves decidiu não conceder a tutela de urgência “sem antes oportunizar a ampla defesa”. “A diplomação e posse não impedirão a tramitação desta ação”, argumentou.

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Sem condições de rodar - Carro transitando pelas ruas de Goiânia de forma irregular, sem as lanternas traseiras. (Dehovan Lima)

Tudo a ver com 26

Presidente estadual do Solidariedade, Denes Pereira se tornou o vice-presidente do diretório nacional do partido. De acordo com aliados, trata-se de gesto de Paulinho da Força, que esteve recentemente em Goiânia, no sentido de construir aliança com o governador Ronaldo Caiado (UB), que é pré-candidato a presidente da República.

Tudo mesmo

O vereador eleito Major Vitor Hugo ironiza colegas do PL pela reação ao encontro de Jair Bolsonaro com o vice-governador Daniel Vilela (MDB), mediado por ele. Segundo o futuro parlamentar, a nota de repúdio mostra “DNA de alguém de esquerda”. “O PL não é o Partido Liberal? Das liberdades de pensamento e de expressão?”, questiona.

Sem lugar

O vereador eleito Oséias Varão (PL) estuda a possibilidade de propor a expulsão de Vitor Hugo pelo movimento que, defende, cria ruídos na construção da pré-candidatura do senador Wilder Morais ao governo. . “A presença dele entre nós está insustentável. Como ele vai ficar dentro de um partido em que ele está sozinho?”

Pergunta para:

Major Vitor Hugo

Vereador eleito pelo PL

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Major Vitor Hugo, candodato a governador de Goiás (Divulgação)

Como será sua relação com a gestão do prefeito eleito Sandro Mabel (UB)?Vai ser oposição?

Vou ser independente. Vou analisar a escalação do time dele, quando ela for finalizada. Se a escalação não tiver viés de esquerda e se as politicas que ele propuser não tiverem viés de esquerda, vou votar a favor. Não quero cargo, não quero discutir espaço, não quero nada disso. Se for bom para Goiânia, vou votar a favor. Se não for, vou contra.

Arremate:

Demanda - Assessores de vereadores e do prefeito eleito Sandro Mabel buscavam, até a tarde desta quarta (18), pulseiras para a diplomação que será realizada pelo TRE nesta quinta. Deputados estaduais e federais também corriam atrás.

Cota -&nbsp;Os vereadores eleitos têm direito a sete convidados. Mabel e a vice-prefeita eleita, Cláudia Lira, podem levar 20 cada.

Um século -&nbsp;A Assembleia Legislativa aprovou projeto de autoria do líder do Governo, Talles Barreto (UB), que dá o nome de Maria Xavier Caiado a trecho da GO-466 que liga Nerópolis a Teresópolis. A mãe do governador Ronaldo Caiado teria completado 100 anos nesta quarta se estivesse viva.

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Ao menos quatro ações questionam cumprimento da cota de gênero em Goiânia

Opinião

Matéria - Coluna Giro

Giro

Preso na <a href="https://opopular.com.br/politica/foragido-da-pf-era-diretor-na-secretaria-de-educac-o-da-prefeitura-de-goiania-1.3210962" target="_blank">Operação Overclean</a>, da Polícia Federal da Bahia, há uma semana, o empresário do setor de limpeza urbana José Marcos Moura esteve presente em comemoração da eleição de Sandro Mabel (UB) à Prefeitura de Goiânia, no Palácio das Esmeraldas, em outubro, junto a outros integrantes da cúpula nacional do União Brasil. O UOL mostrou na quinta-feira (12) a foto em que ele aparece ao lado de Mabel, de Antônio Rueda, presidente nacional do UB, e dos deputados federais Elmar Nascimento (BA) - líder da bancada - e Fernando Coelho Filho (PE).

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Moura integra o diretório nacional do partido e, segundo a PF-BA, aproveita o bom trânsito no meio político para articular a liberação de recursos de emendas parlamentares e favorecimento a empresas do grupo investigado na operação. Ele é apontado como “líder e articulador central, sendo responsável pelo financiamento, coordenação das atividades ilícitas, expansão e influência da rede criminosa em diversas esferas”.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/politica/foragido-da-pf-era-diretor-na-secretaria-de-educac-o-da-prefeitura-de-goiania-1.3210962" target="_blank">Foragido da PF era diretor na secretaria de Educação da Prefeitura de Goiânia</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/saiba-quem-e-o-assessor-de-braga-netto-alvo-de-operac-o-da-pf-1.3210339" target="_blank">Saiba quem é o assessor de Braga Netto alvo de operação da PF</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/pf-faz-operac-o-contra-grupo-suspeito-de-movimentar-r-4-bilh-es-em-ouro-ilegal-em-bagagens-despachadas-1.3209143" target="_blank">PF faz operação contra grupo suspeito de movimentar R$ 4 bilhões em ouro ilegal em bagagens despachadas</a></div>

O inquérito afirma ainda que Moura “possui ampla rede de contatos e influência política capaz de interceder junto a autoridades públicas em favor dos interesses da organização, facilitando o andamento de contratos e o desbloqueio de pagamentos”. No conjunto de provas, estão interceptações telefônicas e trocas de mensagens que apontariam atuação do empresário em favor dos demais investigados Alex Parente e Fábio Parente, empresários dos setores de construção, limpeza e outros serviços.

Conhecido como “rei do lixo” na Bahia, por ter contratos em vários municípios, incluindo a capital (Salvador), ele teve aeronave, dinheiro e joias apreendidos pela PF. Moura se filiou ao UB em fevereiro de 2023 e passou a fazer parte do diretório após Rueda assumir o comando nacional. O partido tem a segunda maior bancada da Câmara dos Deputados, com 59 parlamentares.

Mabel disse ao POPULAR que não conhece o empresário e não teve qualquer conversa com ele sobre interesses empresariais ou contratos com a gestão municipal. “Não faço ideia de quem seja. O evento tinha muita gente, chegou uma turma com o Rueda, tiramos fotos, mas não me lembro dele”, afirma.

Em manifestação como representante do União Brasil de Goiás, o tesoureiro do partido, Marcos Roberto Silva, disse que Moura veio a Goiânia na comitiva de Rueda e que o diretório estadual não tem qualquer informação sobre o empresário. “Não há qualquer relação política dele com o partido em Goiás. Estamos alheios a isso. É um nome desconhecido”, afirma. O governador Ronaldo Caiado preside o UB no Estado e também compõe a Executiva nacional.

'Rei do Lixo' comemorou vitória com Mabel em Goiânia

Operação Overclean

Após a decisão pela inelegibilidade por oito anos do governador Ronaldo Caiado (UB) e a cassação de chapa do prefeito eleito, Sandro Mabel (UB), e sua vice, Cláudia Lira (Avante), por abuso de poder político na campanha eleitoral do pleito municipal deste ano, parlamentares da base aliada se apressaram em defender o governador. Na sessão ordinária da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) desta quarta-feira (11) integrantes do caiadismo subiram o tom e mencionaram até uma “caça às bruxas” no país. Já parte da bancada na Câmara dos Deputados divulgou manifesto reforçando a defesa da “vontade soberana dos goianienses”.Amauri Ribeiro (UB) questionou, durante o pequeno expediente da Alego, o posicionamento da juíza eleitoral Maria Umbelina Zorzetti, da 1ª Zona Eleitoral de Goiânia, e afirmou que a ação do Partido Liberal (PL) pode ter ligação com a pré-candidatura de Caiado à Presidência da República em 2026. “Está na cara e nos olhos de todo mundo. Há uma caça às bruxas neste país. Nós da direita somos as bruxas, somos os bandidos deste país”, ironizou o deputado estadual. Ao sair em defesa de Caiado e Mabel, Clécio Alves (Republicanos) alegou que o pedido de cassação emerge “daqueles que muitas vezes saem derrotados, não aceitam e querem mudar o resultado da vontade do povo”. O deputado estadual questionou os argumentos utilizados para a cassação da chapa governista, especialmente a menção a um encontro do governador com vereadores eleitos em Goiânia no Palácio das Esmeraldas durante a campanha. Linha que também foi reforçada por 12 deputados federais, que divulgaram documento que exalta a liderança de Caiado e destaca a “transformação” promovida por ele no estado de Goiás. “Assim, renovamos nosso compromisso com o Estado Democrático de Direito e nossa confiança no equilíbrio e na imparcialidade do sistema de Justiça, essenciais para a manutenção desse regime político alicerçado na soberania popular”, afirmam os congressistas.“O que tem acontecido no país, do meu ponto de vista, é injusto”, reforçou Clécio Alves na Alego. Ele relembrou que votou em Mabel na eleição municipal deste ano e em Caiado na disputa de 2022. Para o parlamentar, reuniões políticas na residência oficial do governador são comuns e fazem parte do processo democrático.“Procura-se motivos para tirar a legitimidade de um prefeito eleito pela maioria absoluta dos cidadãos goianienses. Alegam um encontro no Palácio das Esmeraldas, algo natural em todos os governos. Ali é onde reside o governador, e essas reuniões são práticas comuns na política brasileira”, disse o deputado estadual. “Lembrando que hoje nós temos em Goiás o governador mais bem avaliado do Brasil. Isso não acontece por acaso. Tem uma história inteira por trás disso. Isso só tem uma explicação: política, política, politicagem. Que isso não prospere”, afirmou Alves.Amauri Ribeiro afirmou que há uma tentativa de derrubar “um a um os concorrentes” do próximo pleito presidencial, citando ainda os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), como potenciais candidatos ao Palácio do Planalto. Além disso, Ribeiro citou também o caso da reunião do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) com ministros, em 2022, em que ocorreu suposta articulação golpista. “Corrupção neste país não é crime. Reunião com embaixadores, política, crime de opinião, isso é crime. Isso é motivo para tornar inelegível, para ir pra cadeia, perder mandato. País às avessas. Justiça às avessas. O que está acontecendo com o judiciário desta nação? Será que é porque Caiado é um pretenso presidente?”, questionou o parlamentar do União Brasil. Rebatendo as provocações de Ribeiro, a deputada estadual Bia de Lima (PT) questionou os parlamentares sobre qual partido ingressou com a ação que resultou na cassação da chapa de Mabel e na inelegibilidade de Caiado. Após uma pausa, ela mesma respondeu que a iniciativa partiu do Partido Liberal (PL), legenda do ex-deputado Fred Rodrigues, que disputou o segundo turno das eleições municipais contra Mabel.Em sua fala, Bia de Lima destacou que a denúncia não foi apresentada pelo Partido dos Trabalhadores (PT), rebatendo possíveis insinuações de opositores à sigla. “Foi o partido do queridinho, ex-deputado Fred Rodrigues, e agora ele (referindo-se ao deputado Amauri Ribeiro) não fala nada sobre o assunto”, criticou a petista.Nomes do PLIntegrante do PL na Câmara dos Deputados, Daniel Agrobom foi o único nome do partido a assinar o manifesto em favor de Caiado. Os outros 11 deputados federais que subscreveram o documento foram Adriano do Baldy (PP), Célio Silveira (MDB), Zacharias Calil (UB), Flávia Morais (PDT), Glaustin da Fokus (Podemos), Ismael Alexandrino (PSD), Jeferson Rodrigues (Republicanos), José Nelto (UB), Lêda Borges (PSDB), Marussa Boldrin (MDB) e também Silvye Alves (UB). Na contramão, o deputado federal Gustavo Gayer (PL) foi um dos bolsonaristas que utilizaram as redes sociais para tratar do caso. Ele disse em um vídeo compartilhado no Instagram e no X que Caiado teria se sentido ameaçado “com sua mini-ditadura de Goiás”, diante do crescimento da candidatura de Rodrigues, e “foi pra dentro usando a máquina do estado e comprando jornalistas”. Ironizando o episódio, Gayer exaltou a decisão da Justiça Eleitoral citando que “o mundo dá voltas”. “Não se engane: Caiado não é de direita”, afirmou o bolsonarista.No Instagram, o deputado estadual Delegado Eduardo Prado (PL) compartilhou vídeo da reunião feita no Palácio das Esmeraldas com os vereadores e alfinetou Caiado na legenda: “Governador é mal assessorado ou acredita que as leis não são aplicadas para ele?”. O caso começou com uma ação de investigação judicial eleitoral movida por Fred Rodrigues (PL), candidato derrotado no segundo turno da eleição para a Prefeitura de Goiânia. Na denúncia, ele acusou Caiado de utilizar a sede do governo para promover eventos de cunho político em benefício da candidatura de Mabel e sua vice, Cláudia, nos dias 7 e 9 de outubro.