Fabiana Pulcineli

'A justiça vai cuidar de Sergio Moro. A dos homens e a divina', diz Delúbio Soares

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Matéria - Política

Entrevista

A&nbsp;última reunião ministerial do ano, nesta sexta-feira, 20/12, terá várias peculiaridades, no Alvorada, com o presidente Lula em recuperação e o País pegando fogo. A principal delas, porém, é que também poderá ser a última para alguns dos presentes, a começar de uma peça chave do governo, o ministro José Múcio, da Defesa. Não que Lula esteja doido para demiti-lo, pelo contrário, mas porque Múcio acha que já deu sua cota de sacrifício, fez tudo o que podia para acalmar as relações entre civis e militares e, mais do que isso, ele está cansado.

Aos 76 anos, Múcio sente falta da sua casa, da mulher, dos netos e da música. Homem afável, bem-humorado, com um talento político conhecido em Brasília, é lembrado por Lula para missões espinhosas, que exigem paciência, ouvido e malabarismo. Foi articulador político no segundo mandato do petista, apesar de vir da Arena e do PDS que tinham dado suporte à ditadura militar. E agora, depois de se virar com os políticos tem de tourear os militares, em tempos difíceis.

Com as Forças Armadas rachadas, submissas a Jair Bolsonaro, refratárias a Lula, lenientes com acampamentos golpistas em torno de quartéis, a prioridade de Múcio na Defesa era abaixar o fogo, afastar a política para bem longe, prestigiar comandantes legalistas e não se envolver com as investigações da PF e do STF. De um lado, a má vontade de grande parte dos militares com Lula. De outro, o entorno de Lula embolando preconceitos com bons motivos contra os militares. No meio, Múcio apagando incêndios, construindo pontes.

Na primeira fase, deu tudo certo, mas as coisas foram se complicando. Não é fácil para os três comandos e as tropas, particularmente do Exército, conviver com revelações tenebrosas sobre oficiais articulando um golpe de estado e até a prisão e o assassinato de Lula, do vice Geraldo Alckmin e do ministro do STF Alexandre de Moraes. Vergonha, constrangimento.

A isso some-se a inclusão - adequada, diga-se - dos militares no pacote de corte de gastos. Ninguém gosta de cortes, mas por que todos têm de se adaptar, não os militares? Múcio passou a conviver com um turbilhão de sensações, insatisfações, irritações e desconfianças mútuas, regado com as revelações do golpe.

O ambiente azedou e, enquanto não forem todos julgados, os culpados condenados, não vai melhorar. Parecia ir tudo bem na Defesa, devagar e sempre, mas voltou “à estaca zero”. É hora de Múcio jogar a toalha? Lula diz que não, mas o próprio Múcio acha que sim e pode deslanchar a reforma ministerial.

De volta à estaca zero

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Eliane Cantanhêde

O presidente Lula (PT) chegou por volta das 9h10 desta quinta-feira (19) ao hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, para uma nova bateria de exames. O presidente aguarda o resultado da tomografia para receber liberação médica para em seguida retornar a Brasília.

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O petista pretende liderar uma reunião ministerial nesta sexta (20) com sua equipe de ministros.

Lula recebeu alta hospitalar neste domingo (15) após seis dias de internação. Ele permaneceu nesta semana em sua casa na região de Pinheiros, em São Paulo.

O mandatário fez uma cirurgia de emergência no último dia 10 em razão de um hematoma de três centímetros entre o cérebro e uma das membranas (meninges) que envolvem o órgão. O coágulo foi detectado após ele sentir fortes dores de cabeça, quando foi encaminhado para o hospital de São Paulo.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/politica/lula-tem-dreno-retirado-fala-com-ministros-e-despacha-de-hospital-em-s-o-paulo-1.3209827">Lula tem dreno retirado, fala com ministros e despacha de hospital em São Paulo</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/lula-tem-hemorragia-cerebral-e-faz-cirurgia-de-emergencia-em-sp-1.3208546">Lula tem hemorragia cerebral e faz cirurgia de emergência em SP</a></div>

Segundo disse no domingo o cardiologista Roberto Kalil, médico do petista, ele terá algumas restrições nos próximos 30 dias, como de atividade física intensa e viagens internacionais. Lula ainda deve ter acompanhamento tomográfico até a completa cicatrização, o que pode levar de 45 a 60 dias.

Segundo os médicos, Lula pode tirar o curativo depois de chegar em casa neste domingo. O curativo não estava visível, pois o mandatário compareceu à entrevista de chapéu.

Também no domingo, Lula se emocionou ao falar de sua internação e disse ter ficado assustado. Agradeceu a Deus por ter cuidado dele, citando situações anteriores em que sua saúde ficou em risco, como quando teve câncer em 2011 e seu avião teve um problema no México.

"Eu nunca penso que vou morrer, mas eu tenho medo", afirmou o presidente, que disse ter ficado assustado com o quadro que levou à cirurgia de emergência na terça-feira (10).

O petista disse que estava cortando as unhas das mãos, em outubro deste ano, quando caiu e se machucou. "A única surpresa que eu tive é que eu achei que estava curado [depois da queda]".

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Lula chega a hospital de SP para novos exames e aguarda liberação para retorno a Brasília

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RECUPERAÇÃO

A Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) encerra nesta quinta-feira (19) os trabalhos em 2024 sem a votação do projeto de Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2025. Em acordo com o governo de Goiás, os deputados estaduais definiram a antecipação da retomada de sessões, em 13 de janeiro, com extraordinárias, para aprovar um novo orçamento, com expectativa de possíveis adaptações a partir da adesão de Goiás ao Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag).O principal interesse dos parlamentares é a redistribuição dos valores referentes às emendas impositivas, que atualmente devem ser 70% obrigatoriamente indicadas para gastos na Saúde, com outros 30% livres. A intenção na Alego é conseguir, junto ao Executivo, a redução do índice para 50%, tendo a outra metade destinadas a áreas diversas, principalmente para investimentos em infraestrutura nos municípios. A possibilidade, segundo os deputados, poderia ser aberta diante da ampliação do teto de gastos, a partir da adesão ao novo programa federal para renegociação das dívidas dos estados. O governador Ronaldo Caiado (UB) espera investir R$ 3 bilhões no próximo ano, além do previsto inicialmente na Lei Orçamentária. O Propag teve aval do Congresso Nacional, com aprovação pelo Senado nesta terça-feira (17), mas ainda precisa ser sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).A adesão do estado ao novo programa, assim como a saída do Regime de Recuperação Fiscal (RRF), devem ser aprovadas pela Alego, mas os respectivos projetos só serão encaminhados pela Secretaria da Economia depois da sanção presidencial, que é esperada para meados de fevereiro. Por isso, os deputados anteciparam o retorno ao trabalho para o próximo dia 13. Pelo regimento interno, a primeira sessão ordinária de 2025 só ocorre em 5 de fevereiro.“Se não fosse essa questão do Propag, nós estaríamos votando o orçamento nesta sexta-feira. Como o projeto foi aprovado pelo Senado, nós alteramos e já convocamos sessão extraordinária em janeiro para apreciação do orçamento e matérias relacionadas ao Propag”, aponta o presidente Bruno Peixoto (UB).“As emendas não terão aumento no valor para cada deputado, mas poderemos redistribuir. É o que nós estamos aguardando. Isso poderá ser feito, com alteração para a divisão entre 50% para saúde e outros 50% livres. De acordo com o novo orçamento, poderá haver o remanejamento das emendas”, diz. Os deputados também prorrogaram o prazo para apresentação de emendas ao orçamento até o dia 13, para serem recebidas pelo relator da LOA na Comissão de Tributação, Finanças e Orçamento, André do Premium (Avante). A redistribuição das emendas, caso seja acertada com o Executivo, ainda dependeria da aprovação de Proposta de Emendas à Constituição (PEC). Diante do prazo regimental mínimo de 10 sessões ordinárias para que uma PEC possa ser votada, deputados avaliam que o tema pode ser incluído, por emenda jabuti, em alguma proposta apta à tramitação.ProgramaDe autoria do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), o projeto que cria o Propag foi aprovado pela Casa de origem ainda em agosto. A proposta, no entanto, ficou parada durante o período de eleições municipais e só avançou na Câmara no fim de novembro. Em novembro, o governador Ronaldo Caiado citou vantagens ao estado em comparação ao RRF. Segundo ele, a principal mudança é a redução do indexador da dívida e o aumento do teto de gastos, que elevaria a capacidade de investimento no próximo ano de 2025. A proposta adiciona a possibilidade de que os estados endividados possam aumentar os gastos, desde que alcancem resultado de crescimento da Receita Corrente Líquida (RCL). O texto define que os gastos poderão contar com 70% do aumento da RCL, o que corresponde a R$ 3 bilhões, na comparação entre os valores de 2024 com a previsão do projeto de Lei Orçamentária Anual.“Além disso, as condições de refinanciamento da dívida são bem mais atrativas, porque os serviços da dívida passariam a ser corrigidos apenas pelo IPCA mais 4%, ao invés do critério atual, que considera a taxa selic como indexador”, avalia o secretário da Economia, Francisco Sérvulo Nogueira.O governo estadual trabalha com expectativa de indexador ainda menor, já que o Propag prevê a possibilidade de redução aos estados que abaterem 20% da dívida consolidada com ativos próprios. “Se passa a ser IPCA mais 2%, eu já tenho que pagar 20% da minha dívida consolidada. Eu tenho como pagar com precatórios que eu tenho para receber da União, como também do Fundo de Desenvolvimento Regional ou também recursos do Tesouro”, apontou Caiado ao POPULAR.A Secretaria da Economia informou à reportagem que não há prejuízos ao estado com o início do ano sem LOA vigente, já que a LDO garante possibilidade de execução orçamentária.