“Haja o que houver, venha o que vier, aconteça o que acontecer, até as crianças saberão que a vida do pastor Gilmar é uma carta aberta”, declarou Gilmar Santos neste domingo (26), durante culto na igreja Assembleia de Deus Cristo para Todos, no Jardim América, em Goiânia.Gilmar foi preso preventivamente na quarta-feira (22) na operação Acesso Pago, deflagrada pela Polícia Federal na investigação sobre tráfico de influência e corrupção para a liberação de verba pública do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), do Ministério da Educação (MEC). Ele foi liberado no dia seguinte. A afirmação do pastor foi feita após o religioso receber homenagem dos fiéis. Um dos membros usou o microfone para dizer que a congregação confia em Gilmar, mas não citou diretamente a prisão ocorrida na semana passada. “Nós te amamos. Nós estamos com o senhor até o fim. Nós somos o ministério Cristo para Todos”, afirmou o fiel.Em seguida, os demais membros foram orientados a ler em coro uma pequena mensagem de apoio ao pastor que foi projetada em um telão.Gilmar chegou à igreja cerca de 20 minutos antes de a celebração começar e cumprimentou pessoas que aguardavam o início do culto. O religioso é líder da denominação, mas não foi o responsável pela ministração da palavra (momento da liturgia em que um pastor lê e explica uma ou mais passagens bíblicas).Gilmar disse que apenas falará com a imprensa em entrevista coletiva a ser marcada, mas ainda não há data para o pronunciamento. Nas redes sociais, o pastor disse que sua prisão foi ilegal. Em postagem de março, quando sua suposta influência no MEC foi tema de reportagens, ele negou as acusações. Mais cedo, Gilmar chorou durante um culto de que participou na madrugada deste domingo (26), em Aparecida de Goiânia. Na igreja, o pastor disse que “esta guerra não é contra um, é contra o Evangelho, contra a família que ensinamos, contra os pilares que a Igreja Evangélica ensina”. Em seguida, disse que não comentaria o caso.A vigília teve início às 18h de sábado e terminou por volta de 6h deste domingo. Gilmar Santos falou entre 1h30 e 3h da manhã.Contexto Além de Gilmar, também foram presos preventivamente na semana passada o ex-ministro Milton Ribeiro, o pastor Arilton Moura, o ex-gerente de projetos da Secretaria Executiva do MEC, Luciano Musse, e o ex-assessor da Secretaria de Planejamento Urbano da Prefeitura de Goiânia Helder Bartolomeu (genro de Arilton).Todos os investigados foram liberados no dia seguinte, após o desembargador federal Ney Bello conceder liminar a Ribeiro e estender os efeitos da decisão aos demais presos. O magistrado aceitou o argumento da defesa do ex-ministro de que os advogados e os investigados não tiveram acesso à decisão judicial que decretou a prisão preventiva. A liminar foi assinada por volta das 12h30. Horas depois os advogados tiveram acesso às informações. Em março, Gilmar e Arilton foram apontados em uma série de reportagens como membros de um suposto gabinete paralelo no MEC com influência no agendamento de reuniões de prefeitos com Milton Ribeiro, então no comando da pasta. (Colaborou Leicilane Tomazini)