Fabiana Pulcineli

Operação contra o crime organizado

O governador Ronaldo Caiado (UB) parabenizou a megaoperação deflagrada nesta quinta-feira (28) por órgãos federais e do Estado de São Paulo para investigar a atuação de <a href="https://opopular.com.br/cidades/megaoperac-o-em-goias-e-mais-sete-estados-mira-esquema-bilionario-do-pcc-no-setor-de-combustiveis-1.3305361" target="_self">facção criminosa no setor de combustíveis</a>, mas reclamou que a gestão estadual não tem acesso a dados do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), o que, segundo ele, permitiria “chegar muito mais rápido” aos esquemas de fraudes e lavagem de dinheiro do narcotráfico.

“Eu parabenizo todas as operações que têm como objetivo punir, prender e confiscar 100% de tudo aquilo que é fruto do narcotráfico. Ninguém mais já deu mostras disso do que o Estado de Goiás. Essa é a minha grande luta. É um primeiro passo que deve ser avançado”, afirmou, em entrevista coletiva no Palácio Pedro Ludovico Teixeira, após receber comitiva japonesa para discutir exploração de terras raras. Em seguida, ele ressaltou ter apresentado texto para substituir a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública, elaborada pelo governo federal, em que um dos pontos cobrados era permissão de acesso a dados do Coaf aos Estados.

A investigação de infiltrados da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) na cadeia de combustíveis em Goiás foi pivô de embate entre Caiado e o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em abril deste ano, quando o chefe do Executivo goiano contestou dados de relatório do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) e acusou “fake news” com interesse em prejudicar sua pré-campanha à Presidência da República.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/politica/dez-empresas-em-senador-canedo-s-o-alvos-de-busca-1.3305786" target="_self">Dez empresas em Senador Canedo são alvos de busca</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/megaoperac-o-em-goias-e-mais-sete-estados-mira-esquema-bilionario-do-pcc-no-setor-de-combustiveis-1.3305361" target="_self">Megaoperação em Goiás e mais sete estados mira esquema bilionário do PCC no setor de combustíveis</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/posto-de-combustivel-tem-bomba-interditada-apos-vender-gasolina-adulterada-em-goiania-1.2415759" target="_self">Posto de combustível tem bomba interditada após vender gasolina adulterada em Goiânia</a></div>

Nesta quinta, a operação Carbono Oculto, da Polícia Federal, Receita Federal, Ministério Público Federal e Ministério Público de São Paulo, cumpriu dez mandados de busca e <a href="https://opopular.com.br/politica/dez-empresas-em-senador-canedo-s-o-alvos-de-busca-1.3305786" target="_self">apreensão em distribuidoras com atividade no município de Senador Canedo</a>, na Região Metropolitana de Goiânia. Uma usina de Goiás também aparece na lista de empresas investigadas e o MP-SP informou que uma rede de postos de combustíveis no Estado é usada nos interesses do PCC.

Considerada uma das maiores operações contra o crime organizado no País e que também fez buscas em outros sete estados, a Carbono Oculto apura a entrada da facção criminosa na economia formal na cadeia de combustível para favorecer esquemas de lavagem de dinheiro, sonegação de impostos, adulteração de bombas e fraudes fiscais.

Caiado tem a segurança pública como principal bandeira de sua pré-candidatura à Presidência e costuma repetir que Goiás não tem território dominado por facções nem faccionados operando no Estado.

Na coletiva, ele afirmou que a gestão estadual não tem ferramentas para avançar nas apurações relacionadas a “seguir o dinheiro”. “Isso foi uma operação financeira. E, para os Estados, esses dados (Coaf) são bloqueados. Apenas o governo federal tem acesso. Se tivéssemos, é lógico que teríamos como chegar muito mais rápido às pessoas que transformam o caixa 2 em verdadeiros impérios imobiliários, industriais, de refinaria, de investimento em criptomoedas, em tudo isso. Hoje só o governo federal pode atuar no combate a esse crime”, disse, defendendo que a Carbono Oculto seja “estímulo” para ampliar o acesso às informações.

Questionado sobre os mandados cumpridos em Goiás, ele afirmou que “deve ter muita gente esquentando dinheiro aqui” e reafirmou o que considera limitação para atuação da polícia goiana. “Por mais que a gente combata o narcotráfico, eu não tenho condições de saber se ele investiu num posto de gasolina, numa refinaria, numa usina de cana. Eu não tenho como levantar o lastro do dinheiro. Então, eu não posso julgar uma pessoa se eu não tiver uma prova. E a prova você só pode com o Coaf na mão”, justificou.

Segundo ele, a inteligência das polícias identifica a chegada de novos investidores no Estado e aponta suspeitas sobre laranjas ou enriquecimento, mas é barrado na tentativa de apurar a “parte financeira”. As polícias estaduais podem ter acesso aos dados do Coaf com pedido de autorização judicial.

Em abril, a Folha de S.Paulo divulgou relatório que apontava suspeita de que o PCC tenha domínio sobre 941 postos de combustível no País. Goiás aparecia em segundo lugar no ranking de maior infiltração, com 163 postos, perdendo apenas para São Paulo, com 290. O relatório foi produzido pelo Núcleo Estratégico de Combate ao Crime Organizado, coordenado pelo MJSP.

Caiado reagiu afirmando que os dados eram falsos e chamou de retaliação política a divulgação, pela pré-campanha dele à Presidência e ainda pela posição de combate à PEC da Segurança. Ele falou ainda em “atitude politiqueira rasteira” por parte do MJSP.

Na ocasião, a ministra Gleisi Hoffmann (PT), da Secretaria Nacional de Relações Institucionais, usou as redes sociais para rebater o governador goiano e afirmou que ele deveria agradecer a ação do MJSP para “proteger a população do Estado”. “Por que o governador Caiado não quer que o governo federal investigue as conexões do crime organizado com a distribuição de combustíveis em Goiás, como faz em outros estados?”, questionou a ministra.

Ao rebater os dados nacionais, o governador afirmou que, no ano passado, a Polícia Civil goiana realizou operação para apurar suspeita de sonegação fiscal contra 26 postos de combustível e que, em apenas 4 casos, houve suposto envolvimento com o crime organizado.

O Giro mostrou em junho do ano passado que a Secretaria de Segurança Pública de Goiás (SSP-GO) vinha monitorando movimentações no mercado de combustíveis diante de informações sobre ampliação das atividades do PCC no setor e fora do eixo Rio-São Paulo. A intenção seria atuar preventivamente para barrar a vinda a Goiás.

A operação Imediata, deflagrada em julho de 2024 pela PC-GO e pela Secretaria Estadual da Economia, teve relação com o monitoramento. O delegado-geral da PC-GO, André Ganga, disse em entrevista coletiva na ocasião que a rede de postos pertencia ao mesmo grupo familiar que atuava na área em São Paulo e era alvo de investigação por ligação com grupos criminosos. “O objetivo é evitar, ao máximo, que essa atividade ingresse no nosso Estado”, afirmou.

<div attr-cid="policy:1.3305791" attr-version="policy:1.3305791:1756433391" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3305791" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3305791', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3305791">Operação contra o crime organizado (1.3305791)</a></div>

Acesso ao Coaf permitiria 'chegar mais rápido' a fraudes, diz Caiado

Política

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Matéria - Política

Operação Carbono Oculto

Dez empresas de Senador Canedo, na Região Metropolitana de Goiânia, foram alvos de mandados de busca na megaoperação deflagrada nesta quinta-feira (28) pela Polícia Federal, Receita Federal, Ministério Público Federal e Ministério Público de São Paulo (MP-SP) para investigar a infiltração do crime organizado no setor de combustíveis, com suspeita de esquemas de fraudes e lavagem de dinheiro. O dado foi divulgado pela Receita, em um total de 315 mandados, mas o órgão não informou os nomes das empresas.Lista divulgada pelo portal UOL aponta também uma usina de Porteirão (GO) entre as pessoas jurídicas investigadas na operação, batizada de Carbono Oculto. Além disso, o MP-SP informou, em entrevista coletiva, que as apurações já identificaram uma rede de postos de combustíveis em Goiás usada para atender interesses da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). Segundo os investigadores, a rede não foi alvo nesta quinta porque a operação focou no “andar de cima”.Três bases de armazenamento de combustíveis de Senador Canedo ficaram fechadas para o cumprimento dos mandados, mas não necessariamente são alvos, já que cedem espaço para operação de outras empresas. Uma delas, a DCT, divulgou nota afirmando que uma das distribuidoras que operam em sua base é a única investigada, sem informar nome.A usina citada na lista do UOL é a Goiás Bioenergia Açúcar e Serviços Ltda, que opera em Porteirão, na Região Sul do Estado. Não há informação se ela foi alvo de alguma medida cautelar autorizada na operação desta quinta. Em 2020, grupo de Jundiaí (SP) anunciou investimentos na Goiás Bionergia em Porteirão, em acerto para receber incentivos fiscais do governo estadual. A gestão divulgou release que falava em investimento de R$ 265 milhões e geração de 370 empregos diretos e mil indiretos.Na ocasião, o presidente da usina, Marcio Barbero, afirmou que os incentivos foram fundamentais para escolha de Goiás. “O governo oferece diversos incentivos que estamos usufruindo. É válido e indico o Estado para investidores parceiros”, disse, segundo a divulgação do governo. A reportagem não conseguiu contato com a empresa no celular de São Paulo informado à Receita.A lista divulgada pelo UOL inclui cinco empresas que operam em Senador Canedo, segundo relação disponível no site da Agência Nacional de Petróleo (ANP): Rede Sol Fuel Distribuidora S/A; Império Comércio de Petróleo Ltda.; Alpes Distribuidora de Petróleo Ltda.; Petroworld Combustíveis S/A; e Orizona Combustíveis S/A. A reportagem não conseguiu contato nos telefones informados pelas empresas no cadastro na Receita Federal ou em sites e redes sociais.A megaoperação apura vários elos da cadeia de combustíveis e diversos núcleos de atuação criminosa, sem divulgação sobre as apurações relacionadas a cada empresa suspeita. Assim, não é possível saber se as distribuidoras e a usina de Goiás são suspeitas de adulteração de combustível, sonegação de impostos, lavagem de dinheiro ou outros crimes.Além de Goiás, a operação cumpriu mandados em sete estados: São Paulo, Espírito Santo, Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro e Santa Catarina. Também houve autorização judicial para bloqueio de mais de R$ 1 bilhão em bens dos envolvidos. As investigações incluem suspeitas sobre operações financeiras realizadas por meio de fintechs em tentativa de dificultar o rastreamento dos valores transacionados e “camadas de ocultação” para impedir a identificação os beneficiários.

Dez empresas em Senador Canedo são alvos de busca

Lavagem de dinheiro

Porsche, Range, frota de caminhões e lanchas foram apreendidas pela polícia

<img attr-cid="policy:1.3304826" attr-version="policy:1.3304826:1756246713" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3304826/Proporção para foto do site (77).png?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
Carros de luxo, frota de caminhões e lanchas foram apreendidos na operação, além do bloqueio de outros bens de alto padrão no nome dos envolvidos (Divulgação / Polícia Civil)

Entre os bens bloqueados de um <a href="https://opopular.com.br/cidades/grupo-preso-suspeito-de-sonegar-imposto-movimentou-r-250-milh-es-e-abriu-9-empresas-de-fachada-em-goiania-diz-pc-1.3304818" target="_self">grupo suspeito de sonegar imposto</a> de R$ 17 milhões e movimentar R$ 250 estão carros de luxo, caminhões e lanchas, listou a Polícia Civil de Goiás. De acordo com as investigações, os investigados abriram em nomes de "laranjas" nove empresas de fachada no ramo de materiais de construção.&nbsp;

Na terça-feira (26), durante a Operação Straw Man, a PC cumpriu seis mandados de busca e apreensão. Na ação foram presos o dono de um atacadista de materiais de construção, um técnico de contabilidade, ambos de Goiânia; e um vaqueiro considerado o "laranja" do esquema criminoso, em Uruana, no centro de Goiás.&nbsp;

Por não terem os nomes divulgados, O POPULAR não conseguiu encontrar a defesa deles, nem da empresa, para que pudessem se posicionar.

<ul>
	<li>Assista vídeo da TV Anhanguera que ilustra como funcionava esquema:&nbsp;<a href="https://g1.globo.com/go/goias/video/policia-civil-faz-operacao-contra-grupo-suspeito-de-movimentar-r-250-milhoes-13878400.ghtml" target="_blank">Polícia Civil faz operação contra grupo suspeito de movimentar R$ 250 milhões</a></li>
</ul>

O delegado Bruno Costa e Silva, da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra a Ordem Tributária (DOT) relatou que entre os veículos estavam Porsche, Range, frota de caminhões e lanchas.

O investigador revelou que foi descoberta dentro do esquema que uma das empresas identificadas era registrada no Simples Nacional como Empresa de Pequeno Porte, apresentada como a “verdadeira” ou “original”, mas estava em nome de um "laranja".

Além da empresa principal, a investigação apontou que outras nove empresas classificadas como “noteiras”, também em nome de outro "laranja" — um vaqueiro que, segundo apurações, mantinha relação pessoal com o técnico de contabilidade envolvido no esquema.

<cite>Ele [dono da empresa verdadeira] comercialmente vendia, mas quando saía a nota, era das [empresas] noteiras. Então o imposto que o cliente pagava era apropriado pela associação, o imposto estava na nota destacada, só que o imposto não era recolhido, ficava em débito", explicou o delegado.&nbsp;</cite>

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/grupo-preso-suspeito-de-sonegar-imposto-movimentou-r-250-milh-es-e-abriu-9-empresas-de-fachada-em-goiania-diz-pc-1.3304818" target="_self">Grupo preso suspeito de sonegar imposto movimentou R$ 250 milhões e abriu 9 empresas de fachada em Goiânia, diz PC</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/grupo-preso-suspeito-de-sonegar-r-17-milh-es-em-impostos-usava-vaqueiro-como-laranja-de-9-empresas-em-goiania-diz-pc-1.3304837" target="_self">Grupo preso suspeito de sonegar R$ 17 milhões em impostos usava vaqueiro como laranja de 9 empresas em Goiânia, diz PC</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/contadora-e-alvo-de-operac-o-suspeita-de-sonegar-impostos-de-empresas-de-gr-os-em-goias-1.3302329" target="_self">Contadora é alvo de operação suspeita de sonegar impostos de empresas de grãos em Goiás</a></div>

Costa e Silva contou que o&nbsp;vaqueiro reconheceu ter ciência de que estava vinculado a uma empresa, mas afirmou desconhecer a existência de outras oito companhias registradas em seu nome, segundo informou o delegado.

<cite>Ele apenas cedeu seu nome para receber vantagem [financeira] também para que fosse utilizado por esse contador para montar essas empresas de fachada, que são as empresas "noteiras", pontuou o investigador.</cite>

De acordo com Costa e Silva, a empresa considerada verdadeira "não tinha débito, e deixava a dívida toda para as empresas em nome dos laranjas".&nbsp;

<cite>Então dificultava o Fisco cobrar. Deixava o Fisco autuar e depois já passava para uma outra 'noteira' que já estava lá. E assim, eles vão construindo a empresa", emendou o investigador.</cite>

<h2>Sonegação milionária&nbsp;</h2>

A operação policial contou com o apoio da Receita Estadual. Segundo o auditor fiscal Wagner Machado, a fraude veio à tona após o Fisco identificar uma <a href="https://opopular.com.br/cidades/grupo-preso-suspeito-de-sonegar-r-17-milh-es-em-impostos-usava-vaqueiro-como-laranja-de-9-empresas-em-goiania-diz-pc-1.3304837" target="_self">dívida milionária de uma das empresas</a>, acumulada entre 2018 e 2023 (veja vídeo abaixo da ação policial contra o grupo).&nbsp;

<div attr-cid="policy:1.3305348" attr-version="policy:1.3305348:1756376892" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3305348" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3305348', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3305348">Porsche, Range, frota de caminhões e lanchas foram apreendidas pela polícia (1.3305348)</a></div>

As apurações, iniciadas no ano seguinte, revelaram que a empresa devedora funcionava no mesmo prédio da companhia considerada original, que não possuía pendências. Apesar do elevado faturamento, a investigada permanecia enquadrada como Empresa de Pequeno Porte.

<cite>Os levantamentos que a gente fez in loco na empresa, ela tinha um banco de dados unificado. Em todas as empresas havia um sistema apenas, no qual constatamos a existência de faturamento nos últimos 5 anos, em torno de R$ 250 milhões. [...] Elas formavam uma confusão patrimonial, de pessoal, de RH, de faturamento", disse Machado.</cite>

<img attr-cid="policy:1.3304824" attr-version="policy:1.3304824:1756246507" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3304824/Proporção para foto do site (76).png?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
Mandados de busca e apreensão foram cumpridos nas casas e empresas dos envolvidos (Divulgação / Polícia Civil)

Ainda conforme com o auditor fiscal, a dívida oficial do grupo soma R$ 17 milhões. No entanto, a estimativa é de que os valores sonegados ultrapassem R$ 35 milhões, já que a receita movimentada ao longo dos últimos cinco anos não passou por auditoria completa do órgão de fiscalização.

De acordo com a polícia, os suspeitos falsificavam documentos, que causaram prejuízos aos cofres públicos e praticaram concorrência desleal no mercado. Costa e Silva informou que eles poderão responder por associação criminosa, falsidade ideológica e sonegação fiscal, além de existirem indícios de lavagem de dinheiro.

<cite>No decorrer, com o avanço da investigação, identificou essas outras empresas que, com certeza, são clientes também do contador, que em vez de estar registrado o nome dos empresários, está no nome do laranja. Ele é um laranja pessoal do contador", declarou o delegado.</cite>

<ul>
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</ul>

O investigador salientou que apura se o escritório de contabilidade, onde trabalhava o técnico investigado, esteja envolvido no esquema e em mais fraudes do mesmo tipo. Isso porque o nome do vaqueiro usado como laranja aparece em empresas de diferentes setores, como restaurantes e lojas de tecidos. O nome do escritório de contabilidade não foi divulgado, por isso O POPULAR não conseguiu contato da empresa para um posicionamento sobre o caso.&nbsp;

&nbsp;

Carros de luxo e lanchas estão entre bens bloqueados de grupo suspeito de sonegar imposto e movimentar R$ 250 milhões

Cidades

Cidades - título

Matéria - Cidades

Esquema empresarial 

A Polícia Federal (PF) cumpriu mandados contra um servidor público suspeito de fraudes em aposentadorias do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), em Niquelândia, no norte de Goiás. Segundo a corporação, foram bloqueados R$ 1.2 milhão em bens do investigado.&nbsp;

Como o nome do suspeito não foi divulgado, O POPULAR não conseguiu localizar a defesa dele.&nbsp;

A PF informou que um dos dois mandados foram cumpridos na Agência da Previdência Social do município. A assessoria de imprensa do INSS confirmou que a polícia esteve na agência e também na casa do servidor. 
 
A instituição acrescentou que&nbsp;foram analisados 14 benfícios com pagamentos ilegais. O suspeito, conforme o órgão, poderá responder pelos crimes de associação criminosa, estelionato majorado, corrupção passiva e corrupção ativa.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/politica/investigac-o-identificou-40-contas-de-laranjas-1.3302520#google_vignette" target="_self">Investigação identificou 40 contas de laranjas</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/salario-para-mortos-pode-ter-dado-prejuizo-de-r-3-milh-es-1.3302513" target="_self">Salário para mortos pode ter dado prejuízo de R$ 3 milhões</a> 
<a href="https://opopular.com.br/economia/veja-como-aposentado-do-inss-pode-recuperar-dinheiro-do-golpe-do-debito-automatico-1.3302094" target="_self">Veja como aposentado do INSS pode recuperar dinheiro do golpe do débito automático</a></div>

De acordo com as investigações, em 2023 foram detectadas inconsistências em casos de reabertura de benefícios indeferidos. Na época, o investigado teria revisado e concedido pagamentos retroativos de benefícios a aposentados indevidamente.&nbsp;

A polícia estima que o prejuízo aos cofres públicos ultrapassam os mais de R$ 1.5 milhão. Anteriormente, a PF ressaltou que a própria instituição tomou providências internas e administrativas contra o servidor, o que teria impedido novas fraudes.&nbsp;

<ul>
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</ul>

A ação, chamada de Operação Forja, contou com o apoio da Coordenação-Geral de Inteligência da Previdência Social (CGINP) da Força-Tarefa Previdenciária no Estado de Goiás.

&nbsp;

PF faz operação contra fraudes em aposentadorias e bloqueia R$ 1,2 milhão em bens

Operação Forja

<img attr-cid="policy:1.3304276" attr-version="policy:1.3304276:1756144202" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3304276/Proporção para foto do site (74).png?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
Delegado Dannilo Ribeiro Proto foi transferido para delegacia de Goiânia (Reprodução / Instagram Dannilo Proto)

O Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) alegou equívoco e corrigiu o local da prisão do delegado Dannilo Ribeiro Proto, <a href="http://opopular.com.br/cidades/delegado-da-pc-e-alvo-de-operac-o-que-apura-fraudes-em-contratos-em-escolas-de-rio-verde-prejuizo-e-de-r-2-2-milh-es-1.3302570" target="_blank">suspeito de fraudes de R$ 2,2 milhões</a> em contratos de escolas de Rio Verde. Após audiência de custódia, havia sido determinado que ele fosse encaminhado para à Casa de Prisão Provisória (CPP),<a href="https://opopular.com.br/cidades/delegado-preso-suspeito-de-fraudes-de-r-2-2-milh-es-em-contratos-de-escolas-deve-ficar-em-cela-especial-decide-justica-1.3303227" target="_blank"> com observação de separarem uma cela especial</a>. Em nova decisão, assinada horas depois, foi ordenado que ele ficasse preso na Delegacia Estadual de Investigações de Homicídios, em Goiânia.&nbsp;

<cite>Verifica-se que houve equívoco ao redigir, termo de assentada, o local onde o custodiado deve ser recolhido. Retifico o decisum retromencionado para constar o seguinte texto: ‘Dannilo Ribeiro Proto deverá(ão) ser(em) imediatamente encaminhado(s) à DIH - Delegacia Estadual de Investigações de Homicídios.’, descreveu a magistrada Lívia Vaz da Silva.&nbsp;</cite>

<a href="http://opopular.com.br/canal" target="_blank">🔔 Siga o canal de O POPULAR no WhatsApp&nbsp;</a>

Ao POPULAR, a defesa do delegado, representada pelos advogados Rogério Leal e Alan Cabral Júnior, disse que a mudança está relacionada a carceragem: “A diferença das outras carceragens é que ele fica separado, para não ter contato com os demais presos, tendo em vista ser delegado e sua integridade física correr perigo”. Em relação às investigações, a&nbsp;defesa disse que “grande parte do conteúdo veiculado não corresponde à verdade dos fatos”, e que os fatos serão esclarecidos no curso do processo&nbsp;(veja a nota completa no final da matéria).&nbsp;

Dannilo foi mantido preso nesta sexta-feira (22). Conforme a decisão judicial, nenhuma das medidas alternativas à prisão se "revelam adequadas e suficientes ao acautelamento do procedimento e da sociedade". Devido a sua profissão de delegado, a juíza determinou que ele fosse colocado em cela especial.&nbsp;

Além disso, por conta da alegação da defesa de que o suspeito possui depressão e hipertensão, também foi ordenado a realização de exame comprobatório e os medicamentos necessários "a manutenção de seu bem-estar físico e mental, conforme prescrição médica".&nbsp;

Enquanto estava mantida a prisão para a CPP, em Aparecida de Goiânia, a Diretoria-Geral de Polícia Penal (DGPP) explicou ao POPULAR,que não existe cela especial e que, provavelmente, ele ficaria numa cela separada dos demais presos, ou sozinho em uma delas.&nbsp;

<img attr-cid="policy:1.3303235" attr-version="policy:1.3303235:1755890550" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3303235/ssf.jpg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
Delegado Dannilo Proto (Reprodução / Instagram Dannilo Proto)

<div class="p-readmore-box" style="font-family: &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans&quot;, geneva, arial, sans-serif;"><a href="https://opopular.com.br/cidades/delegado-da-pc-e-alvo-de-operac-o-que-apura-fraudes-em-contratos-em-escolas-de-rio-verde-prejuizo-e-de-r-2-2-milh-es-1.3302570" target="_self">Delegado da PC é alvo de operação que apura fraudes em contratos em escolas de Rio Verde; prejuízo é de R$ 2,2 milhões</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/esposa-de-delegado-e-uma-das-investigadas-por-desvio-de-mais-de-r-2-milh-es-em-contratos-de-escolas-de-rio-verde-1.3303133" target="_blank">Esposa de delegado é uma das investigadas por desvio de mais de R$ 2 milhões em contratos de escolas de Rio Verde</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/delegado-preso-suspeito-de-fraudes-de-r-2-2-milh-es-em-contratos-de-escolas-deve-ficar-em-cela-especial-decide-justica-1.3303227" target="_blank">Delegado preso suspeito de fraudes de R$ 2,2 milhões em contratos de escolas deve ficar em cela especial, decide Justiça</a></div>

<h2>Investigação</h2>

O Ministério Público de Goiás (MPGO) informou que o Dannilo e a esposa dele, Karen de Souza Santos Proto, lideram uma organização criminosa suspeita de fraudes em contratações públicas e direcionamento ilegal de recursos públicos destinados principalmente a reformas e obras em escolas da rede estadual de ensino.

A reportagem não conseguiu localizar a defesa de Karen de Souza para que pudesse se posicionar.

Veja imagens exclusivas da prisão do delegado na TV Anhanguera:&nbsp;<a href="https://g1.globo.com/go/goias/videos-ja-2-edicao/video/delegado-preso-em-operacao-esta-em-cela-especial-e-aguarda-audiencia-de-custodia-13862182.ghtml" target="_self">Delegado preso em operação está em cela especial</a>

<img attr-cid="policy:1.3302576" attr-version="policy:1.3302576:1755776678" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3302576/WhatsApp Image 2025-08-21 at 08.41.30.jpeg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
MPGO investiga a prática dos crimes de organização criminosa, contratação direta ilegal, falsidade ideológica e lavagem de capitais (Divulgação/MPGO)

Conforme o MPGO, estima-se que, que desde 2020, o esquema teria desviado o dinheiro dos cofres públicos por meio de, pelo menos, 40 procedimentos de dispensa de licitação que teriam sido fraudados. Segundo as investigações, as fraudes teriam se expandido para contratos para a impressão de material didático para distribuição nas escolas estaduais e a contratação irregular do&nbsp;Instituto Delta Proto para a realização de concurso público pela Câmara Municipal de Rio Verde.

Em nota, o advogado Sérgio Germano, que representa a defesa do&nbsp;Instituto Delta Proto onde Danillo é dono e Karen é diretora,&nbsp;disse que está "colaborando integralmente com a investigação" e, "assim que for apropriado, todos os fatos serão esclarecidos, provando a inocência dos acusados (veja a nota completa no final da matéria).&nbsp;

O POPULAR entrou em contato com a Câmara Municipal de Rio Verde para pedir um posicionamento sobre o caso, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.&nbsp;

<h2>Bloqueio de contas</h2>

Além de prender o delegado, a&nbsp;Operação Regra Três&nbsp;realizada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado da região Sul (Gaeco Sul), do MPGO,&nbsp;cumpriu&nbsp;17 mandados de busca e apreensão&nbsp;em&nbsp;Rio Verde e Goiânia, bloqueou contas e apreendeu bens dos investigados para fins de ressarcimento aos cofres públicos. A investigação teve o auxílio da Controladoria-Geral do Estado de Goiás e o apoio da Polícia Civil do Estado de Goiás (PCGO). &nbsp;

O MPGO explicou que são apurados os crimes de organização criminosa, contratação direta ilegal, falsidade ideológica e lavagem de capitais, entre outros.

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Investigações apontam que, desde 2020, o esquema teria desviado mais de R$ 2,2 milhões dos cofres públicos (Divulgação/MPGO)

&nbsp;Também por meio de nota, a Polícia Civil disse que&nbsp;prestou apoio operacional ao MPGO e destacou que eventuais dados relativos à participação de servidores da corporação nas investigações foram encaminhados à Corregedoria da instituição&nbsp;(leia a nota na íntegra ao final da reportagem).

Já a Secretaria de Estado da Educação de Goiás (Seduc) informou que a pasta&nbsp;não é alvo da investigação e é, na realidade, parte prejudicada. Além disso, a Seduc disse&nbsp;que não tinha conhecimento prévio dos fatos investigados e quando tiver acesso oficial aos documentos, instaurará processo de apuração interna para verificar as situações apontadas na investigação do MPGO&nbsp;(leia a nota na íntegra ao final da reportagem).

Nota da defesa do delegado

A Defesa do Delegado Dannilo Proto, representada pelos advogados Rogério Leal e Alan Cabral Jr., acompanha com serenidade as apurações do caso, reiterando a confiança na Justiça.&nbsp;

Lamenta-se, entretanto, que órgãos de persecução penal venham divulgando trechos seletivos e dissociados da realidade, o que gera uma percepção distorcida perante a opinião pública. Ressalte-se que grande parte do conteúdo veiculado não corresponde à verdade dos fatos, circunstância que será oportunamente esclarecida no curso regular da persecução penal.&nbsp;

A defesa reafirma seu compromisso com a transparência e com o devido processo legal, convicta de que tais inverdades não prevalecerão ao final dos procedimentos judiciais.&nbsp;

<h2>Nota da esposa do delegado</h2>

O departamento jurídico do Instituto Delta Proto informa que está colaborando integralmente com a investigação em curso. Reiteramos nosso compromisso com a transparência e, assim que for apropriado, todos os fatos serão esclarecidos, provando a inocência dos acusados.

A empresa continua a operar normalmente, cumprindo com todos os seus compromissos junto a alunos, colaboradores e terceiros.

Agradecemos a compreensão de todos neste momento.&nbsp;

Atenciosamente,&nbsp;&nbsp; 
Dr Sérgio Germano Rodrigues Filho

Nota do Polícia Civil de Goiás

A Polícia Civil de Goiás informa que prestou apoio operacional ao Ministério Público de Goiás (MPGO), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado da região Sul (Gaeco Sul), na deflagração da Operação Regra Três, realizada nesta quinta-feira (21/8), nos municípios de Rio Verde e Goiânia.

A instituição reitera seu compromisso com a legalidade e a transparência e destaca que eventuais dados relativos à participação de servidores da corporação nas investigações já estão sendo encaminhados à Corregedoria da Polícia Civil, para apuração de possíveis transgressões disciplinares, observados o devido processo legal e a ampla defesa.

A Polícia Civil reafirma que não compactua com condutas ilícitas e segue colaborando com os órgãos de controle e fiscalização para o pleno esclarecimento dos fatos.

Goiânia, 21 de agosto de 2025.

Gerência de Comunicação da Polícia Civil de Goiás/PCGO

Nota da&nbsp;Secretaria de Estado da Educação&nbsp;

Em relação à operação Regra Três, conduzida pela Polícia Civil e pelo Ministério Público Estadual em Rio Verde, a Secretaria de Estado da Educação de Goiás esclarece que:

A Secretaria de Estado da Educação (Seduc) não é alvo da investigação. É, na realidade, parte prejudicada. A pasta reitera seu apoio integral às investigações conduzidas pelo Ministério Público de Goiás (MPGO) e se coloca à disposição para fornecer todas as informações e esclarecimentos que venham a ser solicitados. Ressalta ainda que os envolvidos não integram a atual gestão da Secretaria de educação.

A Seduc reforça que não tinha conhecimento prévio dos fatos investigados, que tramitam sob segredo de justiça, conforme manifestação oficial do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).

Assim que tiver acesso oficial aos documentos, a Seduc instaurará processo de apuração interna para verificar as situações apontadas na investigação do MPGO.

Secretaria de Estado da Educação – Governo de Goiás

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