Principal bandeira do governo Ronaldo Caiado (DEM) desde o seu início, a entrada de Goiás no Regime de Recuperação Fiscal (RRF) entrou na série de críticas que o presidente Jair Bolsonaro (PL) têm feito ao goiano nas últimas semanas.Em live, ao lado do deputado federal Vitor Hugo (PSL) — a quem tem defendido para que seja candidato a governador em Goiás no ano que vem —, o presidente politizou a questão tentando ligar a dificuldade financeira do Estado às medidas de isolamento social por conta da Covid-19, e disse que vai “esperar um pouco mais” para assinar a homologação. A entrada de Goiás no regime, como mostrou a coluna Giro nesta semana, só depende da assinatura do presidente.Ao POPULAR, Caiado diz que Bolsonaro está “mal assessorado”, e que não acredita que ele não irá assinar o documento. O governador também relata que pediu audiência com Bolsonaro para dialogar sobre a questão.Na entrevista, o governador também fala sobre o cenário político local, a escolha para o Senado em sua chapa na eleição de 2022, e as ações de seu governo, que completa o terceiro ano neste mês. O presidente Jair Bolsonaro fez críticas ao pedido de entrada no RRF por Goiás, insinuando que as dificuldades fiscais têm ligação com as medidas de isolamento social adotadas na pandemia de Covid-19. Como recebeu isso?Nós solicitamos (entrada no RRF) porque, quando ganhei o governo, Goiás estava entre os quatro piores Estados do ponto de vista fiscal. Todos bloqueados no Tesouro Nacional. Isso é de conhecimento de toda a mídia. Recebi o Estado com um déficit de R$ 6,5 bilhões e uma dívida consolidada de R$ 17 bilhões. Veja: não tem nenhuma correlação com a Covid-19, que apareceu em 2020. Eu recebi o governo em 2019. Nós pagávamos, àquela época, R$ 250 milhões por mês de juros e parcelas. Isso significa R$ 3 bilhões por ano. Então, ao invés de melhorar a condição da população, esse dinheiro ia para pagar juros extorsivos. Foi nesta situação que eu recebi o Estado. Então, são coisas distintas. Ganhei as eleições no primeiro turno. Aí pedi uma audiência no Ministério da Economia. O ministro era (Henrique) Meirelles. Fui falar com a pessoa que era a cabeça do ministério, chamada Ana Paula Vescovi (era secretária-executiva do Ministério da Fazenda à época). Cheguei para tratar e ela me disse: “Não tenho motivo nenhum para lhe cumprimentar como governador do Estado. Porque o Estado do senhor está entre os quatro piores do País”. Essa foi a maneira que fui recebido tamanho o colapso. O que nós conseguimos foi muito comemorado. O ministro da Economia (Paulo Guedes) me ligou para parabenizar porque fomos o único Estado que conseguiu fazer a tarefa de casa. Isso é motivo de crítica? Vão vaiar quem tirou o primeiro lugar? Eu aprendi a aplaudir. Acho que o presidente, sobre isso, está mal assessorado. O sr. acha possível que o presidente atrase ou não assine a entrada de Goiás no RRF?Não tem motivo nenhum para isso. Zero. (incisivo) Tecnicamente, não, mas pode ter motivação política?Não se pode confundir os sinais. Sou governador de Estado, e ele presidente da República. Cada um de nós temos a nossa responsabilidade. Ele sempre demonstrou ter simpatia por mim. Se hoje não tem, não pode ser esse o motivo para que deixe de assinar algo pelo qual trabalhamos três anos e tendo essa conclusão, que é motivo de comemoração. Então, pessoalmente, não tenho a menor dúvida de que ele assinará. Acredita que Bolsonaro faz campanha contra o sr.?Pedi audiência para falar com ele. Porque o que sei é que ele sempre expressou publicamente o respeito que ele tem por mim. Eu sou um parlamentar até com mais alguns anos de idade que ele, e ele sempre me citou como referência nas suas ações. A pessoa que realmente passou os dados a ele ou é mal informada ou é mal intencionada. Está totalmente desconectado. Não tem correlação nenhuma com pandemia. Também o ICMS da gasolina. Não existe bitributação. Se existe isso, tem que ser mudado pela legislação federal. Não é estadual. Aqui em Goiás, por exemplo, nós já estamos subsidiando a gasolina. Desde novembro estamos abrindo mão de mais de R$ 15 milhões porque nós cobramos (o ICMS) sobre um preço congelado de R$ 6,55. Há duas maneiras: pode-se baixar o porcentual do ICMS ou congelar, para baixo, o preço combustível. Qual o acordo que fizemos entre os governadores? Vamos congelar em R$ 6,55. Se (o preço) está hoje R$ 7 não é responsabilidade do Estado. É sobre os R$ 6,55 que incide o ICMS. Então, é totalmente mentirosa a tese que diz que nós não estamos baixando a tributação da gasolina. Estamos, sim. Tanto que são mais de R$ 15 milhões por mês que o Estado de Goiás deixa de arrecadar por ter congelado o preço. Ah, mas tem que ser no preço da refinaria. Mude a lei federal. A lei não é do estado. Justamente por isso não é um discurso político do presidente? Pensando nas eleições do ano que vem?Marquei a audiência para saber isso. Vou perguntar: “Presidente, ao invés de o senhor se pronunciar em relação ao Estado de Goiás sobre esses assuntos, não seria melhor o senhor me dar uma ligada antes para a gente conversar e esclarecer esses fatos? Porque realmente a sua assessoria está te repassando dados totalmente desprovidos de qualquer consistência”. RRF porque teve pandemia. Pelo amor de Deus, RRF é problema de 2017, 2018. “Ah, mas só conseguiu agora.” A burocracia é longa. Os outros Estados não conseguiram. A causa determinante não teve nada a ver com pandemia. Tenho toda a independência para chegar e dizer: “Presidente, o senhor está sendo mal assessorado”. Estão, sequer, se preocupando em estudar a matéria. Agora, eu não posso sofrer uma crítica sendo que as pessoas que entendem me ligaram elogiando. Paulo Guedes. Pronunciamentos no Supremo (Tribunal Federal). Tesouro Nacional reconhecendo que nós fizemos o caminho certo. Sobre a ligação com a pandemia: não é a primeira vez que Bolsonaro critica as medidas tomadas no período. Goiás cresceu mais que a média nacional na pandemia. O PIB nacional cresceu 1,2%, nós crescemos 2,2%. Quase dobramos o PIB nacional. Então, não foi essa situação que atingiu Goiás. De maneira nenhuma. Nós cuidamos da pandemia com um resultado maravilhoso. Veja bem: nós tínhamos 254 leitos públicos de UTI no Estado todo. A primeira pessoa que morreu de Covid em Goiás estava contaminada em Brasília. Morava em Luziânia. Já chegou em Goiânia morta. Se o cidadão tivesse Covid em Porangatu, em São Miguel do Araguaia, não teria condição de viver. O que fizemos: expandimos a rede. Estadualizamos sete hospitais. Somando com os conveniados, estamos em 23 cidades de Goiás. Temos quase mil leitos de UTI distribuídos. O Entorno de Brasília, que é a segunda maior população regionalizada depois da Região Metropolitana de Goiânia, não tinha um leito de UTI; hoje, temos 50 leitos em Luziânia, 20 leitos em Formosa. Isso tudo é organizar. Então, a pandemia trouxe consequências difíceis a todas as pessoas, mas não podemos, de maneira nenhuma, ficar debatendo esse falso dilema. Entre a economia e o dom da vida, vou defender o dom da vida. Quando se preserva a vida da pessoa, ela se recupera depois. Esse dilema não pode ser pauta novamente. Temos que discutir agora é chegar a 100% de vacinados. As vacinas estão demonstrando que imunizam as pessoas, mesmo com a Ômicron (variante da Covid-19). É claro que vamos manter o distanciamento, o uso de máscara, a higienização. Mas a pessoa imunizada não tem a forma grave da doença, que avassalador no mundo todo.O governo conta com uma candidatura bolsonarista em Goiás, seja do deputado Vitor Hugo ou outra pessoa?Goiás não é de nacionalizar campanha. A cultura de Goiás é realmente fazer com que haja uma discussão de governo do Estado. A eleição de governador não sofre essa interferência, não tem esse porcentual que possa alavancar ou desestabilizar alguém, entendeu? O goiano é muito tranquilo em relação a isso. Não vota porque alguém diz que ele deve votar. Vota porque sabe e conhece as pessoas. Sabe a trajetória do político, sabe o que ele faz. Esse paternalismo de campanhas nunca progrediu em Goiás. A característica do eleitor goiano é essa.Então, se houver, não faz diferença?Sou (pré-)candidato a reeleição. Não sei quantos candidatos a presidente vão lançar candidatos em Goiás. Isso é prerrogativa deles. A regra não me dá direito de escolha de ninguém. Se interfere ou não, vamos ver nas urnas em 2022. Temos quase 30 partidos ativos em Goiás, então, cada partido pode lançar seu candidato ao governo. Mas não é foco de relevância maior saber se teremos apoio a A, B ou C. Na política, sempre tive muito cuidado de ter apoio do povo.Lideranças de partidos dizem que, nas pesquisas internas, Lula está na frente em Goiás. A pesquisa Datafolha desta semana mostra Lula com mais que o dobro das intenções de voto de Bolsonaro no País. Como avalia isso?Essa é a radiografia de hoje. Temos tantas tarefas para cumprir agora, e vamos analisar algo que só vai se concretizar em 2022? A minha prioridade é cuidar de quem está aí. Por exemplo: há dois anos que não se tem reajuste da tarifa de água, então, foi feito um reajuste de 8,8%. Eu sabendo que teria um reajuste, encaminhei um projeto à Assembleia Legislativa criando o programa Água Social. A pessoa que gasta até 10 metros cúbicos de água por mês, ele tem um subsídio de 80%. Foi aprovado e já mandei publicar. Essa é a minha política hoje. Esse programa deve atender, provavelmente, a mais de 120 mil famílias. O Estado vai gastar mais de R$ 40 milhões. Agora, o que vai acontecer em 2022… Não há como desenhar um cenário que seja previsível em 2022.Fala-se que o sr. tem defendido o apoio do União Brasil, o partido que vai surgir da fusão do DEM com o PSL, à candidatura de Sérgio Moro (Podemos) a presidente da República. Nesta semana, questionado pela CBN Goiânia a respeito, Moro não demonstrou muito entusiasmo com esse apoio. Isso prejudica uma aliança na visão do sr.?Quando o DEM se fundir com o PSL, vamos discutir o que é viável para nós e qual o candidato que teremos na convenção. Até lá, porque vamos mexer alguma pedra no tabuleiro? Estamos preocupados com as nossas bases, com as nossas candidaturas que deverão se instalar, e as chapas que deverão ser discutidas dentro dos nossos Estados. No cenário nacional, o único candidato que se tinha dentro do partido era Henrique Mandetta. Ao continuar ou não candidato, no dia da convenção vamos saber qual é a opinião majoritária do partido. Vai ter candidato? Vai abrir palanque? Cada um vive a sua realidade, já que não haverá candidato? Qual alternativa será majoritária, não sei.Nos bastidores, fala-se que Henrique Meirelles (PSD) é o favorito para ocupar a vaga ao Senado na chapa do sr. em 2022. É mesmo o favorito? Tive duas conversas com Henrique Meirelles. Você sabe que tenho ampla liberdade para conversar com ele, porque quem o trouxe para a política fui eu. Os critérios para esse cenário estão claros: quem se viabilizar amanhã, em condições de competitividade, será analisado dentro de uma discussão chamando-se todos os prefeitos, deputados, senadores, todo mundo, para discutir quem deverá ser. Mas esse é um assunto que não tem por que ser antecipado. O que antecipei, eu assumi, que é uma responsabilidade que deve ser dada ao cabeça de chapa, que é a escolha de seu vice. A escolha do Senado é uma escolha política que amanhã vai gerar maior conforto dentro de uma composição política entre os partidos que demonstram simpatia pela nossa liderança.Nesta semana, o governo enviou à Assembleia Legislativa um projeto para mudar a forma de pagamento do 13º dos servidores estaduais e, depois de muita polêmica, acabou recuando e deixando a discussão para 2022. Também nesta semana foi aprovada a compra pelo Estado do Hospital dos Servidores, que deve ser transformado em Hospital da Criança e do Adolescente. Os dois projetos geraram reações dos servidores, que alegaram falta de diálogo. Faltou realmente diálogo a respeito do assunto?Tenho recebido todos que me solicitam audiência. Tenho explicitado a realidade do Estado, e eles têm entendido muito bem isso. Tenho um excelente relacionamento com os servidores. Eles entendem porque temos uma Secretaria de Economia que repassa o que recebemos e o que gastamos. Não tem contabilidade paralela. Sobre o 13º: é um cronograma imposto pela Receita Federal, do e-Social. Não é uma criação do governo de Goiás. Vamos promover audiências públicas para mostrar às pessoas que, por muitas vezes, não terem lido ou não saberem que aquilo é uma determinação da Receita, querem transformar isso em foco de debate político com visão eleitoreira. Não tenho nada a esconder. Sabe por quê? Porque estou pagando antecipado. Todos os servidores vão receber no dia 23. Abonos, salários, reajuste, tudo.Mas qual é a regra?A Receita Federal disse o seguinte: se você der o 13º no dia do aniversário dele, diga que a base de cálculo será no mês de dezembro. Não é no mês que foi dado o 13º. Então, estamos chamando os servidores, porque eles correm o risco de ter o repasse do 13º em um mês e amanhã poder ter um comprometimento maior de salário em dezembro. Este é o assunto. Como não daria tempo de explicar, falamos: vamos fazer audiências públicas, porque o governo não tem dificuldade nenhuma. O governo tem caixa para pagar o salário dentro do mês. Nunca usei o artifício do décimo dia do mês seguinte. Desde que comecei a pagar em dia, pago dentro do mês trabalhado. Repasso para os municípios, para os Poderes, garanto a contrapartida da saúde, da educação, do transporte, da merenda escolar, do Bolsa Universitária (mudou de nome: Programa Universitário do Bem, ProBem), do Restaurante do Bem. Não atrasa um dia em nenhuma obra nossa. Estamos com o caixa muito bem administrado. Mas às vezes algumas pessoas não têm muita capacidade de entender o texto, aí cria aquele sentimento como se estivesse fazendo alguma esperteza, talvez por hábitos anteriores. Dentro do nosso governo não temos essa dificuldade. O que não quero é que o servidor público seja surpreendido em dezembro.E sobre o Hospital do Servidor?É um ponto interessante. Sou médico, formado há 47 anos. Não existe um hospital que dê para fazer atendimentos de pacientes em cirurgias eletivas e tratamentos ambulatoriais e de consultório, tendo nessa estrutura hospitalar os melhores especialistas em todas as áreas. Se você tem problema com cálculo renal, você vai no Hospital de Urologia; problema neurológico, no Hospital Neurológico; ortopédico, no Hospital Ortopédico. Por que isso? Porque cada vez mais a medicina está evoluindo. Você não vai para um hospital geral. A menos que esteja acidentado. Se não for esse o caso, você vai para um hospital especializado naquilo que você deseja tratar. O que estamos fazendo: os servidores são credenciados em todos os melhores hospitais de Goiânia. Então, estamos reservando a eles os melhores hospitais em Goiânia. Agora, a maior parte dos servidores públicos não está em Goiânia, mas no interior. Assim, temos um hospital inadministrável, porque não dá para ter todas as especialidades como referência lá dentro. E aí vai querer negar um hospital que será especializado em criança e adolescente? A criança do servidor público pode amanhã nascer com uma má-formação congênita. Ou de qualquer cidadão goiano. Ou qualquer adolescente que tenha um caso grave. Teremos um hospital referência para o Centro-Oeste brasileiro. Como pode ter reação quanto a isso? Mandamos avaliar o valor com uma auditoria externa, privada. Fez o levantamento do custo e será depositado na conta do Ipasgo, que vai abrir clínicas em várias cidades do interior. Existem servidores públicos nos municípios de Goiás e não tem porque o cidadão sair de Porangatu para fazer um exame em Goiânia. Vamos montar as clínicas do Ipasgo no interior e fazer com que elas funcionem.A Emenda Constitucional 70, promulgada neste mês, mexe nas regras do teto de gastos do Estado e especialistas apontam que isso pode impedir os concursos públicos anunciados pelo governo até aqui, assim como promoções e progressões. Como está a situação?Não procede. Isso já está previsto na Lei Orçamentária Anual (LOA). Entregamos a LOA equilibrada, zero a zero, pela primeira vez. O que tem de receita, tem de gastos, e todos esses assuntos estão na LOA: promoções, progressões, concursos. A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) foi muito clara: nós podemos repor as vagas que foram perdidas. Por isso temos concursos públicos da Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, Polícia Civil, Polícia Técnico-científica, meio ambiente, Goinfra, Procuradoria-Geral do Estado, enfim, vários órgãos.A Segurança Pública é uma bandeira da gestão do sr. desde o início e, nos últimos meses, temos visto uma série de problemas relacionados à área: foram pelo menos sete casos envolvendo mortes ou violência por parte dos policiais militares desde novembro de 2020, sendo o mais recente a morte de Wilker Camargo, que foi visto em vídeo sendo arrastado por policiais para dentro de um casa em Trindade e depois morto. Fora isso, também houve denúncia de tortura de presos dentro do sistema prisional. No caso do sistema prisional, houve troca do comando na quinta-feira (16); mas não se viu ainda uma ação concreta em relação à PM. Por quê?Não é justo dizer que não existem medidas austeras em relação aos casos. Todos os casos foram tratados, e são tomadas medidas eficientes e imediatas. Todas as pessoas são retiradas imediatamente, e estão sob processo na Polícia Militar, e terão consequências em relação àquilo que praticaram. Então, não é dessa maneira. Não existe, em hora nenhuma, conivência do comando da Polícia Militar ou da Secretaria de Segurança Pública, com atos que extrapolem o protocolo definido pela polícia. Agora, dentro do regime democrático, a todos é dado o direito de defesa. Não existe pré-julgamento de ninguém. Não tem ninguém passando a mão na cabeça ou procrastinando decisões. O protocolo que existe da secretaria está sendo cumprido à risca. Queremos segurança pública, mas dentro de critérios, e, dentro deles, a Polícia Militar é suficientemente preparada, assim como a Polícia Civil, a Técnico-científica e a Polícia Penal, para cumprir as suas funções. Desvios de comportamento de algumas pessoas não podem macular a instituição como um todo. Não se pode desmerecer aquilo que não tínhamos antes. Goiás é o primeiro lugar no País. Tem o seguro de carro mais barato que existe. Mas qualquer ação, seja ela na saúde, na educação, na segurança pública, seja quem for e em qualquer área, deverá ter punição exemplar para que não haja nenhum comprometimento amanhã da figura do Estado, que deve ser seguidor de todas as regras e da legislação vigente.O principal foco do governo recentemente tem sido a área social. Será a marca de sua gestão?Temos um governo que faz tudo com base científica e olhando a pessoa. Enxergamos quais são as famílias mais carentes do Estado e temos políticas nas regiões. O Nordeste goiano hoje é outro. Não dá para imaginar governar dois Estados: um desenvolvido e o pobre, vulnerável. Estamos chegando lá. Temos as Mães de Goiás, que atendem crianças de 0 a 6 anos que são alimentadas corretamente para, amanhã, ter bom desempenho na escola. Os investimentos na educação: Goiás compõe os nove Estados no Brasil no AlfaMais, fazendo com que haja junção das ações do Estado com o município, e alfabetizar a criança na data certa. O POPULAR me fez tomar medidas com a matéria que mostrou um acréscimo de 33% da população que mora nas ruas de Goiânia em cinco meses (publicada em agosto de 2021). Teve muito a ver aquela matéria o meu sinal verde para que nós implantássemos o Aluguel Social, tirando essas pessoas da rua. Temos uma data-base social. Não podemos deixar a pessoa morrer de fome, o outro sem habitação, o outro sem onde ser tratado. O governo é responsável por isso. Temos 2 milhões de pessoas que vivem em situação de carência, e temos que atender essas famílias, seja com transferência de renda direta para as famílias mais vulneráveis, seja com política de emancipação. Tenho responsabilidade por uma data-base social. Peguei policial militar ganhando R$ 1,5 mil. Hoje, ganha no mínimo R$ 6,3 mil. Professores sem receber. Já dei reajuste de 4% aqui, 7% acolá, promoção, progressão. Vai fazendo aos poucos. Mas não posso deixar de atender as pessoas que estão passando fome, desprotegidas nas ruas, morando debaixo de ponte. Esses não têm um sindicato falando por eles.Criou-se uma polêmica em torno da proposta de mudança de nomes do Aeroporto Internacional de Goiânia de Santa Genoveva para Iris Rezende. Proposta do senador Luiz do Carmo (MDB), que foi suplente do sr. no Senado, mas questionada pela família de Altamiro de Moura Pacheco, doador da área onde foi construído o terminal. Como o sr. vê a questão?Isso não está sob a alçada do governo de Goiás. Cheguei em Hidrolândia nesta semana para entregar o primeiro conjunto habitacional à população a custo zero. Sugeri lá Conjunto Iris Rezende. Os mutirões que gostaria de ter feito com Iris vivo, as pessoas disseram que poderia ter tido nome de algo do meu governo. Não. Estampei Iris Rezende na camiseta que usei e para todos os lados. Ele deve ser enaltecido em sua pessoa. Merece de mim todo o respeito, e serão muitas outras obras a serem concluídas pelo Estado de Goiás e as quais terei o prazer de colocar o nome dele. Agora, esse assunto do Aeroporto é algo que aprendi muito na vida: cada um no seu quadrado. Esse é o quadrado do Senado e o quadro da Câmara dos Deputados.