De volta ao comando do Congresso Nacional, o senador Davi Alcolumbre (União-AP) alternou momentos em 2025 como principal fiador do governo Lula (PT) no Legislativo e atritos causados pelas indicações do novo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) e de dirigentes das agências reguladoras.

A tendência é de reconciliação nas próximas semanas, mas os estresses ainda aparecem em conversas reservadas. De acordo com aliados, a relação ainda está longe do patamar do início da gestão de Alcolumbre.

O senador do Amapá, que já havia sido presidente do Senado e do Congresso de 2019 a 2021, voltou ao comando da Casa neste ano com um apoio amplo que incluiu o governo e o PT, mas também da maioria da oposição. Nos meses seguintes, tornou-se o principal aliado do Planalto no Legislativo.

Senadores influentes da base governista avaliam que Alcolumbre foi responsável por angariar o apoio aos projetos de interesse do Executivo no Senado e foi mais importante nessa função inclusive do que os líderes do governo no Legislativo, a quem tradicionalmente cabe esse papel.

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Lula enfrentou dificuldades na Câmara dos Deputados e teve no Senado sua principal fonte de governabilidade no Legislativo.

Senadores lulistas reclamam de falta de mobilização de correligionários do presidente da República para defender os projetos do governo e cobram mudanças para a reta final do mandato, principalmente às vésperas do período eleitoral.

As interações entre os dois presidentes de Poder ao longo do ano, relatam políticos à reportagem, costumavam ser em tom informal. Na última semana, Lula disse se considerar amigo tanto de Alcolumbre quanto do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB).

O anúncio da aposentadoria do agora ex-ministro do STF Luís Roberto Barroso, em outubro, deu início a um afastamento entre Alcolumbre e o governo que evoluiu para uma crise política, agora em fase de resolução.

O presidente do Senado e integrantes influentes da Casa queriam que o presidente da República escolhesse Rodrigo Pacheco (PSD-MG) para a vaga aberta na Suprema Corte. Quando Lula anunciou, no fim de novembro, que tinha optado por Jorge Messias, a relação com Alcolumbre estremeceu.

O Senado ainda não votou a indicação de Messias –ele só assumirá a cadeira no STF se for aprovado pela maioria da Casa. Um dos principais apoiadores do indicado de Lula, o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), perdeu interlocução com Alcolumbre.

No mesmo dia em que Lula anunciou seu escolhido para o STF, Alcolumbre informou à imprensa que colocaria em votação no Senado o projeto de aposentadoria especial de agentes de saúde, uma proposta com alto custo fiscal e que contrariava os interesses do Planalto.

Aliados do petista entenderam o ato como uma retaliação. É comum se referir a projetos com impacto fiscal colocados em votação contra a vontade do governo como "pauta bomba". Alcolumbre fez um forte discurso público rechaçando as críticas.

O presidente do Senado disse que o governo teve seu apoio nos momentos mais difíceis e lembrou das vezes em que o Legislativo aumentou os gastos públicos a pedido do Executivo.

"O [programa] Pé-de-Meia custa para o Estado brasileiro R$ 12 bilhões por ano, e nós votamos aqui para 4 milhões de estudantes, o que dá, nos próximos oito anos, quase R$ 100 bilhões", disse Alcolumbre em 25 de novembro. "Não foi bomba", afirmou ele. O senador disse que as acusações eram motivo de indignação.

Alcolumbre repetiu os argumentos recentemente em conversas com o alto escalão do governo sobre corte de gastos públicos. O motivo foram declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, cobrando responsabilidade fiscal do Congresso.

Depois, no início de dezembro, o presidente do Senado reclamou com integrantes do governo por Lula ter dito que o Congresso havia sequestrado o Orçamento por meio das emendas —recursos que deputados e senadores podem enviar para obras em suas bases eleitorais.

Os atritos começaram a esfriar nas últimas semanas. Lula teve conversas com senadores poderosos e próximos de Alcolumbre, como Weverton Rocha (PDT-MA), Otto Alencar (PSD-BA), Omar Aziz (PSD-AM), Eduardo Braga (MDB-AM) e Renan Calheiros (MDB-AL).

Ao mesmo tempo, o líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (PT-AP), aliado de Alcolumbre no Amapá, também trabalhou para reaproximar os chefes do Executivo e do Legislativo.

Depois da última sessão do Congresso em 2025, Alcolumbre foi questionado se havia conversado ou se conversaria com Lula. "Se eu for convidado, eu vou", respondeu. Os dois conversaram por telefone e, dias depois, encontraram-se pessoalmente.

Lula agradeceu ao presidente do Senado pelos projetos de interesse do governo aprovados no Legislativo e voltou a defender que Pacheco concorra ao governo de Minas Gerais —mas ouviu que o mineiro não está com essa disposição.

Também o sondou sobre o clima para a indicação de Messias, mas essa parte da conversa não teve conclusão e a resolução ficará para a retomada dos trabalhos, em fevereiro.

Aliados do presidente do Senado avaliam que a relação entre ele e Lula ainda não voltou a ser o que foi durante a maior parte de 2025, mas que a tendência atual é de melhora.

Antes da indicação de Messias, governo e Senado já tiveram outros atritos, como o impasse em torno dos nomes dos diretores escolhidos por Lula para agências reguladoras. Esses cargos também precisam do aval dos senadores, e divergências atrasaram por meses as nomeações.

Parte das agências e autarquias continua acéfala ou com cargos vagos, como a presidência da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e, a partir de janeiro, duas diretorias do Banco Central.

Outro ponto de estresse com o governo foi a campanha de Alcolumbre nos bastidores para derrubar o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, um dos mais próximos de Lula. Ele foi inicialmente indicado pela cúpula do Senado, mas perdeu apoio após desentendimentos sobre projetos e cargos do ministério, e medidas provisórias do setor foram quase rejeitadas em meio a esse embate.

O petista, porém, se recusou a demitir o auxiliar.

Alcolumbre alterna entre atritos e aliança com Lula após volta ao comando do Senado

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Reconciliação

Nos últimos três meses deste ano, presenciamos fatos que levam a uma reflexão sobre a relação da classe política brasileira com o mundo do crime organizado. No mês de outubro, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, tirou da gaveta a famosa PEC da blindagem, que se popularizou no país como “PEC da bandidagem”. Alí já se manifestava o temor de que o referido projeto pudesse se tornar uma via fácil para que pessoas envolvidas com o crime pudessem circular no mundo da política sem serem incomodadas, visto que os julgamentos seriam realizados pelos pares e não pelo Judiciário.

No dia 21 do mesmo mês, o povo foi às ruas em protesto contra a aprovação da PEC na Câmara Federal. Como resposta à revolta popular os senadores imediatamente reprovaram o projeto. Em 10 de novembro o deputado Guilherme Derrite (PL-SP), relator do Projeto Antifacção, apresentou como proposta de mudança ao projeto a restrição da atuação da Polícia Federal (PF) no combate às facções criminosas, deixando o combate ao crime organizado quase que exclusivamente a cargo das forças de segurança locais.

Quando se compara a Operação Carbono Oculto, ocorrida em 28 de agosto, com o que aconteceu no Rio de Janeiro nos complexos do Alemão e da Penha em 28 de outubro, vê-se que, em termos de descrição, inteligência e eficácia, não é possível impor fronteiras à ação da PF neste momento. Nesse sentido, a proposta de Derrite deixou muita gente desconfiada.

No início do mês de dezembro, o presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), Rodrigo Bacellar, foi preso pela Polícia Federal, acusado de vazar informações sobre a investigação da PF acerca da relação do deputado TH Joias, do Rio de Janeiro, com o Comando Vermelho. As investigações indicam que Bacellar teria atuado inclusive na ocultação de provas que incriminariam TH Joias.

Na semana seguinte, os deputados do Estado do Rio de Janeiro se reuniram e votaram, em maioria absoluta, pela soltura de Bacellar, demonstrando a coesão corporativista do parlamento fluminense, mesmo em se tratando de uma investigação sobre o crime organizado no estado. No momento em que Bacellar era solto, dois sargentos da PM do Rio de Janeiro eram presos por vender informações de investigações da PF ao Comando Vermelho.

Qualquer pessoa em sã consciência percebe que essa sequência de fatos revela um flerte entre parte da classe política do país e o crime organizado, sendo o epicentro dessa relação o Estado do RJ. O boicote às ações da PF nos estados expressa o temor de que as forças de segurança nacional encontrem o “fio de Ariadne” que liga a política às facções e continuem identificando envolvidos.

Causa espanto ver que uma parcela significativa de parlamentares, tanto em Brasília quanto nos estados, se opõe às investigações da PF contra o crime organizado. Resta saber se trata-se apenas de um flerte ou se já existe um casamento consolidado. Mudar a composição do parlamento brasileiro tornou-se uma urgência no Brasil.

Frei Paulo Cantanheide é doutor em Educação.&nbsp;Professor da Universidade Estadual de Goiás (UEG), Campus Cora Coralina - Cidade de Goiás

Os artigos publicados não refletem a opinião de O POPULAR. Sua publicação obedece ao propósito de estimular e fomentar a diversidade e o debate de temas locais, nacionais ou mundiais.

A política e o crime organizado

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Frei Paulo Cantanheide

Caiado enfrenta 'novas dificuldades' para viabilizar projeto nacional

A nomeação de mais um ministro do governo federal ligado ao União Brasil reforça as dificuldades internas do governador Ronaldo Caiado para ter <a href="https://opopular.com.br/opiniao/coluna-giro/caiado-iniciara-2026-com-impulsionamento-de-videos-de-sua-pre-campanha-1.3352764" target="_self">legenda para a disputa à Presidência da República em 2026</a>. Caiado passou todo o ano dedicado a oficializar o rompimento de seu partido com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e encflerra 2025 assistindo a uma nova articulação de um grupo de correligionários para ter cargo no governo.

Segundo informações de bastidores, a posse de Gustavo Feliciano, filho do deputado federal Damião Feliciano (UB-PB), no Ministério do Turismo, garantirá de 20 a 25 votos pró-Lula na Câmara dos Deputados. A indicação contou com apoio de parte da bancada e do presidente da Casa, deputado Hugo Motta (Republicanos), que é da Paraíba. O UB tem 59 parlamentares na Câmara.

A solenidade de posse, na última terça-feira (23), no Palácio do Planalto, foi o retrato da articulação de Lula para atrair parte do centrão e do segmento evangélico para a sua pré-campanha à reeleição. Na ocasião, o presidente assinou decreto que reconhece a música gospel como manifestação cultural e cria o Dia Nacional em 9 de junho.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/opiniao/coluna-giro/caiado-iniciara-2026-com-impulsionamento-de-videos-de-sua-pre-campanha-1.3352764" target="_self">Caiado iniciará 2026 com impulsionamento de vídeos de sua pré-campanha</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/caiado-diz-que-mantem-pre-candidatura-a-presidencia-mesmo-apos-flavio-bolsonaro-anunciar-que-entrara-na-disputa-1.3346293" target="_self">Caiado diz que mantém pré-candidatura à Presidência mesmo após Flávio Bolsonaro anunciar que entrará na disputa</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/caiado-enfrenta-novas-dificuldades-para-viabilizar-projeto-nacional-1.3343500" target="_self">Caiado enfrenta 'novas dificuldades' para viabilizar projeto nacional</a></div>

O evento teve discurso de Motta elogiando a “sensibilidade política e capacidade de agregar” de Lula. Já o novo ministro afirmou que o presidente petista “é um marco na história do Brasil e do mundo”, que fez a diferença na vida dos nordestinos e que o governo “tem o lado do povo brasileiro”.

Gustavo Feliciano agradeceu ao apoio de ala do UB à sua nomeação, citando o líder da bancada na Câmara, Pedro Lucas Fernandes (MA), e a presença dos deputados Elmar Nascimento (BA) e Juscelino Filho (MA) no evento, e reforçou o peso de Motta para o acerto. “Um paraibano no ministério é um reflexo incontestável da sua discreta, mas inegável, forte liderança”, disse o ministro em referência ao presidente da Câmara. “O Ministério do Turismo é a sua casa”, completou.

Feliciano substitui o deputado federal Celso Sabino (sem partido-PA), que foi expulso do UB no início deste mês depois de não seguir a determinação de saída do governo Lula. Caiado foi um dos principais articulares da expulsão, depois também de insistir internamente pela determinação de entregar os cargos.

Em setembro, a Executiva nacional anunciou a ordem de saída, que alcançou apenas Sabino. Indicados pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (UB-AP), os ministros Waldez Góes (Desenvolvimento Regional) e Frederico de Siqueira Filho (Comunicações) não foram atingidos pela decisão por não serem filiados ao União Brasil.

Em entrevista ao POPULAR na segunda-feira (22), Caiado disse que a nova nomeação faz “cair por terra” todas as decisões do partido em relação a Sabino. “A resposta do presidente (do União Brasil, Antonio Rueda), que não convence o eleitor e eu disse isso a ele, é que Feliciano não é filiado ao partido. A nossa luta de excluir o Sabino por ser totalmente infiel aos princípios partidários de certa maneira cai por terra no momento em que vem um filho de um deputado do partido que indica uma pessoa. Isso é, do ponto de vista partidário, uma falha. Não cabe desculpa para isso. O partido precisa ter identidade e rumo. Não pode ter posição dúbia. Agora pode ter uma pessoa da Paraíba e não pode do Pará no mesmo cargo?”, afirmou o governador.

Caiado disse que nunca deixou dúvidas sobre o desconforto com o pé de uma ala do partido no governo e que reafirmará a posição em reunião da Executiva nacional.

<div attr-cid="policy:1.3343567" attr-version="policy:1.3343567:1764427473" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3343567" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3343567', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3343567">Caiado enfrenta 'novas dificuldades' para viabilizar projeto nacional (1.3343567)</a></div>

<h2>Cenário</h2>

O movimento da ala da bancada do UB pela indicação para o governo ocorreu depois do lançamento da <a href="https://opopular.com.br/politica/caiado-diz-que-mantem-pre-candidatura-a-presidencia-mesmo-apos-flavio-bolsonaro-anunciar-que-entrara-na-disputa-1.3346293" target="_self">pré-candidatura do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) à Presidência da República</a>, com apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em 5 de dezembro. A maioria das lideranças do partido apostava na candidatura do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), tida como mais improvável se Flávio se mantiver na disputa.

Caiado havia comemorado a entrada do senador no cenário, alegando que ajudou a reforçar a tese de pulverização de candidaturas da oposição e que cada partido lançaria seu nome. O governador ressaltou, em entrevista coletiva no dia 9, que teve a garantia de espaço para seguir em pré-campanha da cúpula nacional, inclusive com presença em pílulas na propaganda partidária até junho.

Ele também destacou na ocasião declarações do ex-prefeito de Salvador ACM Neto, pré-candidato ao governo da Bahia, e do atual prefeito, Bruno Reis, ambos do UB, em favor da pré-candidatura própria.

No entanto, as lideranças seguem colocando em dúvida o caminho de nome do partido. Na terça-feira (23), Bruno Reis defendeu em entrevista coletiva critérios para afunilar as candidaturas da oposição e chegar a um nome de consenso.

“O PL tem o nome de Flávio. Republicanos tem Tarcísio, o União tem o nome de Caiado. O PSD tem dois nomes, que são o de Ratinho e Eduardo Leite. O Novo tem o Zema. É um conjunto de forças das oposições. Vamos ter critérios objetivos, fazer pesquisas, analisar aceitação, cenários de segundo turno, rejeição, e o critério da capacidade de atrair novos aliados para unificar”, afirmou o prefeito, defendendo unidade no primeiro turno, diferentemente da tese de Caiado.

Já ACM Neto anunciou oficialmente pela primeira vez sua pré-candidatura ao governo também na terça-feira, em evento ao lado do presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, e, questionado sobre a disputa presidencial, não citou o nome de seu partido. “O meu candidato é o candidato para ajudar a derrotar o PT”, afirmou, sem mencionar opções.

Apesar da dificuldade de apoio interno, o governador negou a possibilidade de desistir da candidatura à Presidência e, embora já tenha admitido conversas com outros partidos, diz ainda acreditar em espaço para ser o nome do UB ao Planalto. Segundo aliados, a possibilidade de alternativa de legenda só será discutida por Caiado na reta final das definições, em abril.

Nomeação no Turismo reforça dificuldade para Caiado no UB

Eleições 2026

WEBSTORIES: Filha de Iris Rezende lança pré-candidatura ao Senado

O vice-governador e pré-candidato ao governo estadual, Daniel Vilela (MDB), prorrogou para o início do próximo ano a discussão sobre <a href="https://opopular.com.br/politica/filha-de-iris-reafirma-pre-candidatura-ao-senado-diante-de-daniel-vilela-" target="_self">possível presença da advogada Ana Paula Rezende (MDB) na chapa majoritária</a>, mas admitiu a possibilidade de “construir” o projeto.

A filha do ex-prefeito Iris Rezende reafirmou a pré-candidatura ao Senado durante a <a href="https://opopular.com.br/politica/alego-chega-a-31-mutir-es-durante-ano-pre-eleitoral-1.3352387" target="_self">última edição do “Deputados Aqui”</a>, da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), realizada em homenagem ao ex-governador no Residencial Jardins do Cerrado, no sábado (20).

Questionado pelo POPULAR, Daniel Vilela retomou o discurso adotado ainda na pré-campanha para a disputa à Prefeitura de Goiânia, quando propôs candidatura de Ana Paula ao Paço Municipal. Na época, a filha de Iris considerou a possibilidade, mas decidiu ficar fora da disputa. O vice considera a composição para 2026, desde que a pré-candidatura desta vez esteja realmente definida.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/politica/filha-de-iris-reafirma-pre-candidatura-ao-senado-diante-de-daniel-vilela-1.3352526" target="_self">Filha de Iris reafirma pré-candidatura ao Senado diante de Daniel Vilela</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/alego-chega-a-31-mutir-es-durante-ano-pre-eleitoral-1.3352387" style="color: rgb(0, 85, 128); outline: 0px; font-family: &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans&quot;, geneva, arial, sans-serif; font-size: 12px;" target="_self">Alego chega a 31 mutirões durante ano pré-eleitoral</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/uma-vaga-e-da-primeira-dama-iria-tentar-a-segunda-e-vejo-espaco-pra-isso-diz-ana-paula-rezende-1.3342990" style="color: rgb(0, 136, 204); text-decoration-line: none; font-family: &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans&quot;, geneva, arial, sans-serif; font-size: 12px;" target="_self">'Uma vaga é da primeira-dama. Iria tentar a segunda. E vejo espaço pra isso', diz Ana Paula Rezende</a></div>

“Ninguém em Goiás instigou a Ana Paula a vir para a atividade política mais do que eu. Vou continuar assim e espero ser bem sucedido nessa iniciativa”, afirmou sobre a pré-candidatura.

A emedebista anunciou, no fim de novembro, o interesse em disputar a eleição para o Senado e as declarações provocaram desconforto na base aliada ao governador Ronaldo Caiado (UB), já que Daniel deverá ocupar a cabeça de chapa ao governo e haveria dificuldade para outro espaço ao partido, que terá duas vagas para o Senado e um dos postos é garantido para a primeira-dama, Gracinha Caiado (UB). O grupo governista usa o segundo espaço para ampliar alianças, com especial interesse em uma coligação com o PL.

Daniel Vilela desconversou sobre a eventual dificuldade de espaço para Ana Paula na base governista, prorrogou a tomada de decisão e reafirmou que apoia a iniciativa. “Isso aí nós vamos discutir a partir de janeiro ou fevereiro do ano que vem. Essas composições vão se consolidar na representação do nosso time político. Se a Ana Paula está com essa decisão tomada, nós vamos construir um cenário em que ela possa ter também a sua grande participação na eleição de 2026”, afirmou o vice-governador.

Em meio às homenagens ao aniversário de Iris Rezende (MDB), que completaria 92 anos nesta segunda-feira (22), Ana Paula confirmou a pré-candidatura e definiu que o pleito eleitoral “é de verdade”. “Essa semana o presidente Bruno me perguntou se ser pré-candidata ao Senado é de verdade mesmo. Eu vou responder agora: é de verdade, sim”, afirmou Ana Paula Rezende em discurso. Logo depois, os moradores da Região Noroeste presentes na plateia entoaram gritos de “senadora”.

Na sequência do discurso, com a presença de Daniel Vilela, Ana Paula afirmou que pretende defender, além do legado do pai, “essa política onde as pessoas são ouvidas” e desceu do palco para conversar com pessoas selecionadas com quem havia se encontrado no dia anterior, durante a montagem da estrutura do evento, que contou com parceria do Instituto Iris Rezende, do qual é presidente.

Além de lembranças e elogios a Iris, Ana Paula atualizou a postura de pré-candidata e afirmou que tinha a intenção de ouvir as demandas da região. Contou ter recebido reclamações sobre a falta de um parque. “Eu como instituto, vou dar de presente para o prefeito o projeto e quero fazer o pedido que esse parque seja entregue até o Natal do próximo ano”, direcionou ao prefeito Sandro Mabel (UB).

Ao POPULAR, a advogada afirmou que pretende “construir e viabilizar esse projeto junto ao povo e, depois, levar e discutir com o partido”. “Não posso impor uma decisão, mas junto com a população e o meu partido, podemos chegar e resolver isso”, apontou.

Em discurso logo após a advogada, Daniel Vilela reforçou que incentiva a entrada dela na disputa eleitoral, mas voltou a levantar dúvida indireta sobre a manutenção do projeto. “Você está preparada, porque inconscientemente você veio se preparando ao longo de toda a sua vida na convivência com o seu pai. Portanto, Ana Paula, espero que esse seu discurso seja definitivo e que você esteja hoje marcando também a história com o ingresso na atividade política. Eu já disse e você também que te tenho como uma irmã política”, afirmou.

“Eu me sinto como um sobrinho, porque o seu pai sempre disse que o meu pai (Maguito Vilela) era o irmão político que a vida tinha dado pra ele. Então, nós dois estaremos juntos trabalhando e dando sequência nessa história e nesse legado. E você conte comigo. Eu estarei com você para que a gente possa construir tudo aquilo que a gente acredita que é o correto na vida política”, completou.

O vice ainda buscou afastar interpretações de que as falas possam configurar antecipação de propaganda eleitoral, apesar das referências diretas à disputa de 2026. “Sei que é um evento institucional, mas não estou aqui pedindo voto. Não estou aqui querendo fazer nenhum tipo de pronunciamento eleitoral. Pelo contrário. Estou aqui rememorando a boa política e demonstrando o quanto ela é importante na vida das pessoas”.

<div attr-cid="policy:1.3352629" attr-version="policy:1.3352629:1766329074" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3352629" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3352629', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3352629">WEBSTORIES: Filha de Iris Rezende lança pré-candidatura ao Senado (1.3352629)</a></div>

<h2>Alternativas</h2>

Depois dos discursos, Ana Paula Rezende concedeu entrevista à reportagem e não descartou outras possibilidades de composição, caso não encontre espaço para efetivar a candidatura ao Senado pela base do governo estadual.

“Em política, tudo pode acontecer. Eu não vou falar nunca, porque tudo muda muito rápido. Mas, hoje, eu quero construir a minha pré-candidatura dentro do meu partido”, apontou. Apesar de cogitar a possível ampliação de alternativas para o projeto, Ana Paula definiu que não existe qualquer chance de aproximação com o ex-governador Marconi Perillo (PSDB), como fizeram emedebistas. “Seria trair o legado e a história que meu pai construiu”, avaliou.

O lançamento da pré-candidatura, realizado no fim de novembro, ocorreu após a advogada expor insatisfação com a falta de apoio para a construção do Memorial Iris Rezende, instalado na antiga Casa de Vidro, no Jardim Goiás. Em discurso na Câmara Municipal de Goiânia, Ana Paula reclamou da falta de apoio do partido e, depois, em entrevista ao POPULAR, afirmou que se sentiu “muito só” na busca por recursos para a obra.

Como informado pelo Giro, Daniel e Ana Paula tiveram conversa reservada no início do mês em que a filha de Iris confirmou o interesse em tentar viabilizar a candidatura ao Senado. <a href="https://opopular.com.br/politica/uma-vaga-e-da-primeira-dama-iria-tentar-a-segunda-e-vejo-espaco-pra-isso-diz-ana-paula-rezende-1.3342990" target="_self">O encontro foi provocado por Daniel após a entrevista da advogada</a>. As declarações de Ana Paula sobre o projeto político, junto com as queixas sobre dificuldades de viabilizar recursos para o Memorial, foram entendidas como recados de insatisfação à base governista e motivaram o diálogo.

Ana Paula ainda repetiu que não cogita disputas por cadeiras na Assembleia Legislativa ou Câmara dos Deputados. O contato entre os dois terminou em bons termos e o vice-governador reforçou a disposição para ajudar a viabilizar os projetos relacionados com o legado de Iris Rezende.

A Assembleia Legislativa intensificou, no ano pré-eleitoral, a realização do programa que leva diferentes atividades, em modelo de mutirão, para as bases dos parlamentares estaduais. O presidente da Casa, Bruno Peixoto, afirmou que o ritmo deve continuar intenso em 2026, com 25 edições no interior e em Goiânia, até o mês de junho, três meses antes da eleição, no limite determinado pela legislação.

Segundo Peixoto, cerca de 10 eventos deste tipo foram realizados em cada um dos dois primeiros anos de sua gestão, em 2023 e 2024. Nestas oportunidades, a Alego oferece serviços como entrega de escrituras de imóveis, atendimentos médicos, exames, vacinação e emissão de documentos, como carteira de identidade, além de outras atividades e serviços de órgãos públicos parceiros.

Daniel Vilela admite 'construir' chapa com Ana Paula Rezende

Realizada em homenagem ao aniversário do ex-governador e ex-prefeito de Goiânia, Iris Rezende (MDB), a <a href="https://opopular.com.br/politica/evento-da-alego-e-marcado-por-afagos-entre-parlamentares-e-mabel-1.3346838" target="_self">última edição do “Deputados Aqui”</a>, da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), em 2025 marcou a antecipação de projetos para a eleição estadual de 2026 e serviu para confirmação da pré-candidatura da advogada Ana Paula Rezende (MDB) ao Senado. Iris completaria 92 anos na próxima segunda-feira (22) e a defesa de seu legado definiu os discursos de autoridades, assim como a definição da filha de que o pleito eleitoral “é de verdade”.

“Essa semana o presidente Bruno me perguntou se ser pré-candidata ao Senado é de verdade mesmo. Eu vou respondes agora: é de verdade, sim”, afirmou Ana Paula Rezende em discurso. Ao POPULAR, a advogada afirmou que pretende “construir e viabilizar esse projeto junto ao povo e, depois, levar e discutir com o partido”. “Não posso impor uma decisão, mas junto com a população e o meu partido podemos chegar e resolver isso”, apontou.

A edição deste sábado (20) do “Deputados Aqui” foi realizada na Arena Liberdade Cerrado, situada na rua Gotas de Orvalho, no Residencial Jardins do Cerrado 4. O bairro foi criado em programa habitacional da gestão de Iris Rezende na Prefeitura e os deputados, o prefeito Sandro mabel (UB) e o vice-governador Daniel Vilela (MDB) prestaram homenagens ao ex-prefeito. O evento teve parceria com o Instituto Iris Rezende, liderado por Ana Paula.&nbsp;

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/politica/alego-chega-a-31-mutir-es-durante-ano-pre-eleitoral-1.3352387" target="_self">Alego chega a 31 mutirões durante ano pré-eleitoral</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/evento-da-alego-e-marcado-por-afagos-entre-parlamentares-e-mabel-1.3346838" target="_self">Evento da Alego é marcado por afagos entre parlamentares e Mabel</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/uma-vaga-e-da-primeira-dama-iria-tentar-a-segunda-e-vejo-espaco-pra-isso-diz-ana-paula-rezende-1.3342990" target="_self">'Uma vaga é da primeira-dama. Iria tentar a segunda. E vejo espaço pra isso', diz Ana Paula Rezende</a></div>

A emedebista anunciou, no fim de novembro, o interesse em disputar a eleição para o Senado em 2026 e as declarações provocaram desconforto na base aliada ao governador Ronaldo Caiado (UB), já que Daniel é pré-candidato ao governo e haveria dificuldade para outros espaço a um emedebista na chapa majoritária, que tem duas vagas para o Senado e um dos postos é garantido para a primeira-dama, Gracinha Caiado (UB). O grupo governista quer usar o segundo espaço para ampliar alianças, com especial interesse em uma coligação com o PL.

Questionado pelo POPULAR sobre o pleito de Ana Paulo, Daniel Vilela afirmou que existe a possibilidade de realizar a composição, desde que a pré-candidatura esteja realmente definida. “Ninguém em Goiás instigou a Ana Paula a vir para a atividade política mais do que eu. Vou continuar assim e espero ser bem sucedido nessa iniciativa”, afirmou sobre a pré-candidatura.

“Isso aí nós vamos discutir a partir de janeiro ou fevereiro do ano que vem. Essas composições vão se consolidar na representação do nosso time político. Se a Ana Paula está com essa decisão tomada, nós vamos construir um cenário em que ela possa ter também a sua grande participação na eleição de 2026”, completou o vice-governador.

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<h2>Evento</h2>

A Assembleia Legislativa intensificou, no ano pré-eleitoral, a realização do programa que leva diferentes atividades, em modelo de mutirão, para as bases dos parlamentares estaduais. O presidente da Casa, Bruno Peixoto, afirmou que o ritmo deve continuar intenso em 2026, com 25 edições no interior e em Goiânia, até o mês de junho, três meses antes da eleição, no limite determinado pela legislação.&nbsp;

Segundo Peixoto, cerca de 10 eventos deste tipo foram realizados em cada um dos dois primeiros anos de sua gestão, em 2023 e 2024. Nestas oportunidades, a Alego oferece serviços como entrega de escrituras de imóveis, atendimentos médicos, exames, vacinação e emissão de documentos, como carteira de identidade, além de outras atividades de órgãos públicos parceiros. O programa também tem castração de cães e gatos e serviços de beleza, como corte de cabelo feminino e masculino.