Alvo de protestos de servidores que cobravam data-base no mutirão em Aparecida de Goiânia, na manhã deste sábado (11), o governador Ronaldo Caiado (DEM) disse que a área social é prioridade do governo, por conta da pandemia do coronavírus, e que as dificuldades de reposição salarial ocorrem por herança de rombo fiscal. Na primeira edição do mutirão, em Goiânia, no dia 20, também houve manifestações."Diante da pandemia, temos situação emergencial, de pessoas que estão sendo despejadas de suas casas por não ter como pagar o aluguel; outras não têm o que comer; crianças não têm roupa para ir para a escola. Então, o que é prioridade? Se recebo um paciente que torceu o tornozelo e outro que tem fratura exposta, qual vou operar primeiro? Eu vou atender primeiro a necessidade das pessoas", afirmou o governador em entrevista coletiva.Os deputados estaduais oposicionistas Major Araújo e Humberto Teófilo, ambos do PSL, chegaram ao mutirão com um grupo de servidores que carregavam faixas com pedidos de pagamento da data-base. Eles vaiaram o governador e aliados e usaram megafone para cobrar a atualização dos salários.Em discurso no palanque, Caiado fez provocações ao grupo, afirmando ser "viúvas de quem roubou por 20 anos". "Tem marajá que chora e grita, mas estamos desmamando os bezerrões", disse.Na entrevista, ele disse que a data-base, que está prevista na Constituição Federal, não é paga desde 2016 e que o teto de gastos impede as reposições. "Esse assunto vem desde 2016. Eu estou em fase de recuperação fiscal do Estado. Não fui eu que estipulei o teto, isso foi em 2016, não no meu governo. Tanto é que, de 2016 para cá, não teve mais data-base. Então não podem me responsabilizar para corrigir uma herança dessa tão penalizadora do dia pra noite. Eu só tenho dois anos, 11 meses e 11 dias de governo, não tenho 20 anos", afirmou.