A falta de punição à revolta de militares da Aeronáutica em 1956 favoreceu as novas tentativas de golpe no País e a concretização em 1964, na visão de historiadores goianos ouvidos pelo POPULAR a respeito das declarações do governador Ronaldo Caiado (UB) sugerindo anistia a investigados na Operação Tempus Veritatis, deflagrada pela Polícia Federal em 8 de fevereiro. Em entrevista ao programa Diálogos com Mario Sergio Conti, na GloboNews, na sexta-feira (16), o goiano citou o ex-presidente Juscelino Kubitschek e a iniciativa de perdoar os militares para dar sequência ao plano de governo na segunda metade da década de 1950. Caiado também minimizou as falas do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e criticou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por “acirrar o debate”. Para os estudiosos ouvidos pelo POPULAR, os desdobramentos das rebeliões, golpes e anistias no Brasil influenciam também as mobilizações golpistas de 2022/23. Nas divulgações oficiais do governo Caiado, houve destaque apenas para as falas do governador sobre segurança pública na entrevista, com omissão sobre as declarações a respeito de Bolsonaro e as investigações de tentativa de golpe. Apesar da estratégia de buscar apoio e votos do bolsonarismo para a eleição presidencial de 2026, o grupo de Caiado considera que a menção a anistia gerou muitas reações negativas.