Correndo contra o tempo, o motorista acelera o Jeep Commander Overland que leva o candidato a prefeito Sandro Mabel (UB) para o 12º compromisso do dia. São quase oito da noite de 16 de outubro de 2024. A caminho da Pecuária de Goiânia para um encontro com o segmento evangélico, ele atende a uma ligação do vereador Geverson Abel (Republicanos), que pede por uma chamada de vídeo. A câmera abre e mostra o parlamentar em uma feira, abraçando apoiadores. Mabel acende a luz interna do carro e a lanterna do celular para iluminar seu rosto enquanto faz acenos e ri. Ouve, então, a promessa daqueles eleitores que dizem que votarão nele no dia 27 de outubro. “Rapaz, isso não é vida de gente, não”, diz ao encerrar a chamada, “mas vamos lá, né!” A poucos dias do segundo turno das eleições, Mabel se sente disputando a final de uma Copa do Mundo, cuja taça é a Prefeitura de Goiânia. Sua equipe vive às voltas para fazer com que reuniões, entrevistas e atos de campanha caibam numa agenda que, desde o início do pleito, começa às sete da manhã e só termina próximo da meia-noite: uma rotina política incalculável até março deste ano, quando o governador Ronaldo Caiado (UB) lhe fez convite para ser o candidato da base na capital.