Carta branca

Em ano eleitoral, a bancada goiana no Congresso Nacional destinou mais de R$ 306 milhões do orçamento da União de 2024 para as transferências especiais, chamadas de emendas pix. O valor é 40% maior que o reservado para essa modalidade na Lei Orçamentária Anual de 2023. Além disso, cinco parlamentares dedicaram cerca da metade de suas emendas para esse tipo de transferência.

Os deputados federais José Nelto (PP), Lêda Borges (PSDB) e Professor Alcides (PL) cravaram 50% de suas emendas impositivas para as transferências especiais. A lei determina que os parlamentares devem, obrigatoriamente, dedicar 50% do orçamento para a Saúde e o que restar fica a seu critério. O que significa que esses parlamentares aproveitaram toda a verba livre, R$ 18,94 milhões, para enviar recursos sem carimbo às suas bases eleitorais.

Além deles, Magda Mofatto (PL) e Márcio Correa (MDB) destinaram 48,8% e 40,9% para emendas pix. Foram R$ 18,85 milhões da deputada e R$ 18,9 milhões do parlamentar. Correa, por sua vez, é suplente e estava ocupando a cadeira de Célio Silveira (MDB), que estava de licença no fim do ano passado, mas já retornou ao posto.

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José Nelto propôs apenas três emendas ao orçamento federal de 2024: uma para assistência hospitalar e ambulatorial, no valor de R$ 3 milhões; outra para atenção primária à saúde, de R$ 15,94 milhões; e a terceira, que é a emenda pix aqui citada. Todas com destino a Goiás.

Ao POPULAR, ele justifica que se colocasse essas emendas em outra modalidade para comprar maquinários, por exemplo, o recurso sairia só no ano que vem ou no outro. “Eu não vou colocar recursos via Mapa (Ministério da Agricultura e Pecuária) ou MDR (Ministério do Desenvolvimento Regional) para maquinários em ano eleitoral. Porque há uma morosidade e uma burocracia muito grandes”,diz Nelto.

Professor Alcides fez 10 emendas para a Saúde e outras 3 em transferências especiais, de R$ 500 mil, R$ 15,4 milhões e R$ 3 milhões. Por meio de sua assessoria, ele disse que as emendas pix facilitam a vida dos prefeitos e por isso escolheu a modalidade. “Tem recurso que mandei em 2019 e 2020 e até hoje a obra não está pronta. Demora muito. Esse é o principal objetivo de mandar emenda via pix”, justificou, em nota.

Lêda Borges dividiu o recurso em quatro emendas para a Saúde e outras duas para transferências especiais. A primeira de R$ 13,3 milhões e a segunda de R$ 5,7 milhões. A reportagem não conseguiu falar com a deputada.

Magda Mofatto, cuja maior emenda é uma transferência especial de R$ 14,6 milhões, também justificou que a preferência pela modalidade é por considerar que ela elimina burocracias. “Quando é emenda normal, a burocracia da Caixa Econômica é muito grande. Então, isso facilita muito para o prefeito investir no que precisa ser encaminhado”, disse Magda.

Silvye Alves, em seu primeiro mandato, deixou 48,7% das emendas na modalidade de transferência especial. Ela é outra que defende essa forma de transferência pela rapidez para chegada do recurso. “A lerdeza do sistema prejudica na ponta, no atendimento real. Claro que para fiscalizar essa aplicação, seguirei o conselho do governador e protocolarei na CGU, com ofício para a prefeitura e outro para a câmara de vereadores, fiscalizar”, disse.

Senado

O parlamentar com maior valor em emendas pix foi o senador Wilder Morais (PL). Foram R$ 29,8 milhões, 43% do recurso que os senadores têm direito de destinar. O POPULAR não conseguiu contato com ele.

O senador Jorge Kajuru (PSB) reservou 40,5% de sua fatia no orçamento para transferências especiais, o equivalente a R$ 28,2 milhões. Ele diz que escolheu essa modalidade pensando em casos como o de Catalão, onde o prefeito planeja construir um novo Paço Municipal. Como nas emendas carimbadas não há função que contemple esse tipo de investimento, o parlamentar escolheu enviar via emenda pix.

Segundo Kajuru, há casos semelhantes em outros municípios goianos a serem atendidos por suas emendas. “A escolha foi no sentido de ser algo que viabilize que não empurre com a barriga”, disse.

As emendas pix receberam esse apelido justamente por se tratar de uma transferência feita diretamente para o município ou para o estado beneficiado. A principal crítica à modalidade é pela falta de transparência, já que a prestação de contas não é bem definida.

Essa emenda não passa por nenhum ministério específico, como no caso de outras modalidades em que, a depender do projeto a que está sendo destinado, passará por um processo no ministério de tema correspondente. No caso da Saúde, por exemplo, o recurso sairá do Ministério da Saúde.

A predileção dos parlamentares por essa modalidade geralmente é justificada pela menor burocracia, mas, em 2024, o aumento da preferência se explica pela característica do ano, em que são realizadas as eleições municipais. Isso porque a justiça eleitoral não permite transferências nos três meses que antecedem o dia da votação, marcada para 6 de outubro.

Para garantir que os prefeitos tenham o recurso a tempo de realizar a obra antes da eleição e, dessa forma, conquistar eleitores, há essa predileção. O Congresso Nacional inclusive aprovou a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) com a previsão de que a União ao menos empenhe as emendas até o dia 30 de junho. Mas o presidente da República, <a href="https://opopular.com.br/economia/lula-sanciona-orcamento-com-vetos-a-calendario-para-pagamento-de-emendas-1.3097079" target="_blank">Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vetou</a>.

A <a href="https://opopular.com.br/politica/bancada-defende-derrubar-veto-na-ldo-por-emendas-1.3097539" target="_blank">perspectiva é de que esse veto seja derrubado</a>. Ao menos a bancada goiana defende a sua rejeição. Especialistas já ouvidos pelo POPULAR, no entanto, defendem o veto do presidente pelo respeito às prerrogativas de cada poder, sem que o Legislativo interfira numa atribuição que é do Executivo – a de cuidar do orçamento.

<div attr-cid="policy:1.3099178" attr-version="policy:1.3099178:1704848837" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3099178" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3099178', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3099178">Carta branca (1.3099178)</a></div>

Bancada destina 40% a mais em emendas pix

Política

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Matéria - Política

Congresso

A Comissão Mista de Orçamento (CMO) no Congresso Nacional recebeu nesta quinta-feira (13) os ofícios dos senadores Jorge Kajuru (PSB) e Wilder Morais (PL) em que os dois afirmam não reconhecer a eleição realizada na terça-feira (11) para eleger o novo coordenador da <a href="https://opopular.com.br/politica/disputa-interna-define-troca-de-comando-na-bancada-goiana-1.3240621" target="_blank">bancada goiana em Brasília</a>. O posicionamento dos parlamentares impede a oficialização do deputado federal José Nelto (UB) no cargo, depois de derrotar a ex-coordenadora, Flávia Morais (PDT), por 7 votos a 6.

<a href="http://opopular.com.br/canal" style="color: rgb(0, 85, 128); outline: 0px; outline-offset: -2px; font-family: &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans&quot;, geneva, arial, sans-serif; font-size: 12px; background-color: rgb(238, 238, 238);">🔔 Siga o canal de O POPULAR no WhatsApp</a>

De acordo com as regras definidas pela CMO para o registro das votações para coordenação das bancadas estaduais, a ata da reunião de eleição deve conter, no mínimo, as assinaturas da maioria dos deputados federais e também dos senadores. O registro do encontro que deliberou a primeira troca no cargo em seis anos foi protocolado junto à Comissão com o aval de 14 dos 17 deputados. Entre os senadores, no entanto, apenas Vanderlan Cardoso (PSD) assinou.

As atas, quando válidas, são publicadas pela CMO para efeito de participação dos líderes em debates relacionados às emendas parlamentares e ao orçamento anual, tanto internamente no Legislativo, quando em contatos oficiais com o Executivo. A exigência de assinatura da maioria nas duas Casas foi definida em 2017.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/politica/disputa-interna-define-troca-de-comando-na-bancada-goiana-1.3240621" target="_blank">Disputa interna define troca de comando na bancada goiana</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/senadores-goianos-s-o-beneficiados-com-maior-aumento-em-cota-parlamentar-1.3237583" target="_blank">Senadores goianos são beneficiados com maior aumento em cota parlamentar</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/bancada-demonstra-insatisfac-o-com-gleisi-na-articulac-o-1.3237595" target="_blank">Bancada demonstra insatisfação com Gleisi na articulação</a></div>

“Para atuar como coordenador de bancada estadual junto à CMO, o parlamentar tem que protocolar documento subscrito pela maioria absoluta dos membros de cada Casa, apurado separadamente”, aponta publicação da comissão com o objetivo de “garantir a legitimidade” da representação. Consultada, a Comissão Mista de Orçamento confirmou que a ata registrada até agora é inválida e que, por enquanto, a bancada goiana segue sem coordenação definida.

Kajuru apresentou o posicionamento mais incisivo contra a forma como a reunião de eleição na bancada foi realizada, com “contestação” junto à CMO. “A referida ata não terá a minha assinatura de aprovação e espero que os meus pares, que tiveram a mesma restrição de votos dentro deste parlamento, também não assinem ou retirem as suas assinaturas”, avisou o senador.

A principal reclamação trata da desconsideração dos votos enviados à distância, via ofício, pelo próprio Kajuru, além de Wilder e das deputadas federais Lêda Borges (PSDB) e Marussa Boldrin (MDB). “Repudio o resultado armado”, apontou Kajuru, que ainda completou, no documento, o pedido pela “elaboração de um novo pleito de forma clara, respeitando o direito parlamentar e acatando a manifestação dos 20 parlamentares que compõem a bancada”.

Ao POPULAR, o senador afirmou que “não tem cabimento o que o José Nelto fez” e garantiu: “Eu sou Flávia Morais futebol clube e tem que continuar o bom trabalho dela. Então, vai ter outra eleição”, disse.

No ofício enviado à CMO, Wilder explicou que não assinaria a ata “por discordar dos procedimentos adotados no momento da escolha do novo coordenador da <a href="https://opopular.com.br/politica/senadores-goianos-s-o-beneficiados-com-maior-aumento-em-cota-parlamentar-1.3237583" target="_blank">bancada de Goiás</a>, que resultou em um resultado sem o apoio da maioria absoluta dos membros”.

<h2>Nova eleição</h2>

Se fossem considerados os votos por ofício e apoios de ausentes, Flávia teria vencido a eleição por 11 votos a 7. Lêda mantém críticas ao processo e aponta que uma nova eleição deve ser realizada “com a definição prévia dos critérios”. “É preciso definir o prazo para inscrição de candidatos a coordenador e se a votação vai ser secreta ou se terá apenas votos presenciais. Faltaram critérios prévios para que houvesse uma eleição tranquila”, afirma a deputada.

Apesar de definir regras para o registro da ata, a CMO não determina as reuniões de eleição interna nas bancadas. Assim, a oficialização de nova coordenação dos goianos pode ocorrer tanto com uma nova eleição quanto com a adição da assinatura de Wilder ou de Kajuru.

“Isso é articulação da Flávia Morais, que foi derrotada e quer dar um golpe. Eu fui eleito democraticamente e com as regras definidas por votação entre todos os presentes na reunião. Eu vou trabalhar para buscar as assinaturas e vou conversar com o Kajuru e com o Wilder também, que tinha assinado a ata e depois mudou de ideia. Não vou aceitar golpe”, afirma Nelto.

Questionado sobre a possibilidade de nova eleição, o deputado define: “De jeito nenhum. Nem pensar. Eu fui eleito e não aceito golpe”. A reportagem buscou posicionamento da ex-coordenadora da bancada, Flávia Morais, mas não houve resposta até o fim desta edição.

Senadores não assinam ata e invalidam eleição na bancada

<img attr-cid="policy:1.3240571" attr-version="policy:1.3240571:1741824600" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3240571/image.jpg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
Caio Henrique Salgado, jornalista. (Divulgação)

O lançamento da pré-candidatura do governador Ronaldo Caiado (UB) a presidente da República, no dia 4 de abril, em Salvador, deve contar com as presenças de ao menos 100 prefeitos e metade dos 41 deputados estaduais. A mobilização puxada pela Associação Goiana dos Municípios (AGM) em parceria com a federação que representa o mesmo segmento (FGM) ganhou o nome de “Caravana Especial - Arrocha Brasil com Caiado Presidente”.

Segundo o prefeito de Hidrolândia, José Délio (UB), que preside a AGM, já são quase uma centena de confirmações. Délio garante que irão ao menos 123, número que corresponde à metade dos municípios goianos. 

Responsável pela articulação junto a colegas na Assembleia Legislativa, o líder do Governo na Casa, Talles Barreto (UB), enviou à coluna lista com nomes de 21 parlamentares que deram como certas suas presenças. Ele aponta tendência de chegar a número próximo da totalidade dos 30 integrantes da base governista na Alego. “Queremos a base inteira em Salvador. Até para mostrar a consideração, o respeito e o orgulho que temos do dr. Ronaldo, que é o governador mais bem avaliado do Brasil”, diz.

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Identidade

A caravana dos prefeitos tem até uniforme. Ao custo de R$ 100, a camisa polo azul estampa, no peito, a bandeira do estado e a frase “Goiás é Caiado”. Nas costas estão estampados logo e número do União Brasil. A peça é personalizada com nome e cidade de cada um.

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Compra coletiva

Os organizadores da caravana têm compartilhado opções para baratear a viagem dos prefeitos. Um pacote com saída no dia 3 e retorno em 7 de abril, incluindo voos de ida e volta e hospedagem, custa R$ 5,5 mil. Uma versão mais enxuta, com duas diárias, sai por R$ 3,5 mil.

<img attr-cid="policy:1.3240572" attr-version="policy:1.3240572:1741825295" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3240572/image.jpg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
Triste - Árvore de grande porte cortada pela Prefeitura, no Parque Botafogo. Estava inclinada e com risco de queda sobre a Rua 200-C, no Setor Vila Nova,&nbsp;em&nbsp;Goiânia. (Diomício Gomes / O Popular)

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Lotação

A coluna apurou que alguns prefeitos também estão viabilizando ônibus para levar caravanas de suas cidades a Salvador. Aliados do governador esperam mais de 2 mil goianos no evento. O local escolhido para o lançamento da pré-candidatura de &nbsp;Caiado tem capacidade &nbsp;para 7,5 mil pessoas.

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Por um voto

Após seis mandatos de um ano na coordenação da bancada goiana no Congresso Nacional, a deputada federal Flávia Morais (PDT) perdeu o posto para o colega José Nelto (UB). A eleição realizada na noite de terça-feira (11) foi decidida através de votação secreta. Dos 13 presentes, 6 foram favoráveis à reeleição e 7 se posicionaram pela mudança.

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Confusão

O deputado federal Zacharias Calil (UB) também tinha apresentado sua candidatura, mas acabou retirando. Ficou irritado com a nova tentativa de reeleição de Flávia Morais e saiu da sala. Apontou quebra de acordo porque a ex-coordenadora teria acertado, ainda em 2023, que não tentaria novo um mandato.

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Por ofício

Flávia apresentou votos de parlamentares que não estavam presentes. A maioria presente decidiu que eles não poderiam ser contabilizados.

Pergunta para:

<img attr-cid="policy:1.3240570" attr-version="policy:1.3240570:1741824597" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3240570/image.jpg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
()

&nbsp;

Vanderlan Cardoso

Senador pelo PSD

Qual é o clima para a votação dos vetos do presidente Lula ao projeto do Propag? Há chance de derrubada?

Defendo que se busque um acordo. Se não houver um acordo em relação aos vetos, que seja assinado o projeto original para Goiás não correr o risco de ficar sem o Propag. Se essa questão não for resolvida logo há o risco de a pauta eleitoral dominar a discussão e o estado sair prejudicado.

Arremate:

Expansão - A Associação Pró-Desenvolvimento Industrial do Estado de Goiás (Adial) e a Confederação Empresarial dos Países de Língua Portuguesa (CE-CPLP) estão estabelecendo uma parceria com o objetivo de fomentar o intercâmbio comercial e a internacionalização das empresas associadas.

Aproximação -&nbsp;O acordo que será assinado nos próximos meses busca fortalecer as relações empresariais entre o Brasil e os países da CPLP, que reúne nove nações, seis delas localizadas na África.

Visita -&nbsp;Comissão da CE-CPLP visitou a sede da Adial, em Goiânia, nesta quarta. Durante o encontro, foi firmado o compromisso de formalizar a parceria em breve.

Metade da Alego e 100 prefeitos confirmados no lançamento de Caiado

Opinião

Matéria - Coluna Giro

Giro

Uma comunicação bem planejada e bem executada pode contribuir para a maior transparência e fortalecer o relacionamento entre o poder público e a sociedade. Para que os gestores públicos possam entender melhor o papel da comunicação estratégica, fundamental para que eles possam comunicar suas ações para a população e ter sucesso em suas administrações, o Grupo Jaime Câmara (GJC), por meio da TV Anhanguera, realizou ontem a primeira edição do projeto Gestão em Rede. A ocasião que marca os 100 primeiros dias das atuais gestões municipais pode ser uma boa oportunidade para comunicar o que já foi feito.

A iniciativa contou com as parcerias da Federação Goiana de Municípios (FGM), Associação Goiana de Municípios (AGM), União de Vereadores do Estado de Goiás (UVG) e Sinapro Goiás. A webinar, que visou a capacitação de gestores públicos, profissionais de mídia e executivos de veículos que atendam contas públicas, foi realizado na sede do GJC e contou com a mediação do jornalista Handerson Pancieri. Entre os temas abordados, estão os desafios da comunicação pública nos municípios, estratégias para otimização de campanhas, transparência e engajamento da sociedade, legalidade de contratações, além das tendências e inovações que transformam a comunicação em um ativo estratégico para a gestão pública.

Para Joyce do Vale, gerente de planejamento do GJC, é um desafio para um gestor público trabalhar estratégias de comunicação, pelo processo de fragmentação, agilidade com que as pessoas acessam informações e porque ele precisará orquestrar uma comunicação que faça sentido para seus eleitores e para aqueles que não o elegeram. Quando o gestor estava em campanha, apresentou o que almejava em seu plano de governo e estabeleceu comunicação frequente com seu eleitor. “Depois de eleito, é importante a manutenção deste diálogo”, alerta.

Para que isso ocorra de uma forma eficaz, é importante determinar o orçamento para o exercício do governo, que inclua publicidade, prevendo quais as campanhas serão feitas, ações que precisam ser comunicadas, em quais momentos, com que frequência e em que meios de comunicação. Mas Joyce ressalta que é preciso seguir os princípios que regem a legislação, fazendo avaliações técnicas sobre a agência que se deseja contratar. “Temos municípios que, às vezes, não têm como ter uma agência licitada, mas são princípios que servem até para processos não licitatórios”, explica a gerente.

Ela alerta que é preciso combinar qualidade técnica a propostas de valores financeiros, dados sobre comportamento do público, meios de comunicação mais adequados, analisar audiência e o alcance dos veículos e dos programas cogitados. O engajamento requer previsibilidade e segurança.

“O gestor pode dar continuidade à comunicação feita durante o processo eleitoral, como propostas de ampliação do número de leitos de UTI, por exemplo, mostrando os resultados que evidenciam que ele está atingindo a meta”, explica Joyce.

Para isso, é preciso transparência e comunicação clara para nutrir relação de confiança, falando de algo que é valor para aquela comunidade. “A comunicação é um ativo para o gestor, que precisa trabalhar dentro dos parâmetros da administração pública, com impessoalidade e imparcialidade, que passe informação, educação e orientações, sem promoção pessoal.”

Impessoalidade

A advogada eleitoral Marina Morais alerta que é preciso ter princípios de administração pública: de legalidade, observando o que diz a lei, impessoalidade, sem personalizar o trabalho de gestor, e moralidade, dando sempre transparência. O planejamento começa com os gastos. “No ano eleitoral, ele só pode gastar a média dos últimos três anos de mandato. Se fizer um planejamento de gastos equilibrados no mesmo patamar desde o início do mandato, próximo do ano eleitoral, ele não fica travado e pode trabalhar com uma margem melhor”, explica.

Toda contratação pública tem uma série de requisitos que precisam ser observados. A advogada informa que é preciso fazer a vinculação ao instrumento convocatório, escolhendo uma empresa que siga os requisitos do edital, com vantagens para a administração, com preço compatível com o mercado e que entregue o melhor serviço. Também é preciso medir o alcance da comunicação, considerando técnica e preço.

Mas a maioria dos municípios tem dificuldades e existe o caminho da dispensa de licitação, obedecendo um teto de valor, como nas contratações de comunicação. Para isso, é preciso fazer uma solicitação formal, que mostre a necessidade do município, estudo técnico preliminar, mostrando a pertinência da contratação, e um termo de referência com o que se espera da empresa, com critérios objetivos sobre os motivos da escolha, tendo parecer jurídico e um relatório de dotação orçamentária. “É preciso fazer contrato com regras e cláusulas de obrigação bem estabelecidas para a empresa contratada e dar transparência para qualquer cidadão”, explica Marina.

Haroldo Naves, presidente da Federação Goiana de Municípios (FGM), lembra que a maioria dos pequenos municípios não têm equipes de jornalismo ou marketing e precisa qualificar pessoas. Mas a comunicação tem de ser feita de forma ágil e veloz, dando resposta sobre um buraco na rua, por exemplo. “O gestor tem mais proximidade com sua comunidade para comunicar, por exemplo, a importância da vacinação, e mostrar para o cidadão que o imposto que ele paga está voltando em forma de serviços”, destaca. Para ele, se tem comunicação direta, o prefeito tem empatia e credibilidade e traz o cidadão para seu lado, o que facilita a gestão.

Naves ressaltou que a comunicação em de ser constante para dar credibilidade a gestão e fazer o cidadão sentir orgulho do município, o que tem resultado eleitoral importante.&nbsp;"Recebemos uma orientação do Ministério Público para que o prefeito e secretários, seguindo o princípio da impessoalidade, não aparecessem nas publicações das redes sociais da prefeitura", conta. Ele lembra que há discrepância de tamanho dos municípios e que o prefeito pode ter assessor de comunicação e contratar uma agência "É importante conhecer seu público e escolher o melhor canal para chegar à comunidade que pretende alcançar", destaca.

O prefeito de Senador Canedo, Fernando Pelozo, que é diretor da região metropolitana da Associação Goiana de Municípios (AGM), ressalta que cada município tem desafio proporcional a seu tamanho e renda e que entidades como a AGM e FGM têm dado subbsídios aos prefeitos.

<span class="TextRun SCXW44076408 BCX0" data-contrast="auto" lang="PT-BR" style="background-color: transparent; color: windowtext; white-space: pre-wrap; -webkit-user-drag: none; -webkit-tap-highlight-color: transparent; margin: 0px; padding: 0px; font-size: 12pt; line-height: 20.925px; font-family: Aptos, Aptos_EmbeddedFont, Aptos_MSFontService, sans-serif; " xml:lang="PT-BR"><span class="EOP SCXW44076408 BCX0" data-ccp-props="{}" style="background-color: transparent; color: windowtext; -webkit-user-drag: none; -webkit-tap-highlight-color: transparent; margin: 0px; padding: 0px; font-size: 12pt; line-height: 20.925px; ">&nbsp;O GJC vai liberar uma página na internet para acessar este conteúdo do evento, com artigos e compartilhamento de orientações e informações.

Impacto de comunicação eficiente na gestão pública marca debate

Economia

Economia - título

Matéria - Economia

Gestão na Rede

A chegada da deputada federal e atual presidente nacional do PT <a href="https://opopular.com.br/videos/jackson-abr-o-e-cileide-alves-entrevistam-gleisi-hoffmann-1.3039779" target="_blank">Gleisi Hoffmann</a> ao governo federal para comandar a Secretaria de Relações Institucionais (SRI), pasta responsável pela articulação política, já tem despertado <a href="https://opopular.com.br/politica/38-dos-brasileiros-reprovam-desempenho-do-congresso-nacional-1.2283276" target="_blank">insatisfação</a> de uma ala da bancada goiana no Congresso Nacional. Correligionários petistas defendem a <a href="https://opopular.com.br/politica/sem-lula-gleisi-hoffmann-e-cogitada-para-presidir-pt-1.1247036" target="_blank">escolha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)</a> como um reforço estratégico para o governo, mas membros da oposição e até mesmo alguns nomes governistas veem a indicação com certo ceticismo, apontando possíveis dificuldades na relação.

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Para o deputado José Nelto (UB), o embarque de Gleisi na articulação do governo reflete uma decisão do PT de se tornar “mais PT”, numa espécie de guinada à esquerda mais forte que Lula estaria realizando. Nelto acredita que partidos como PP, Republicanos e o próprio União Brasil - todos eles hoje com quadros na Esplanada dos Ministérios - devem desembarcar do governo em breve, especialmente com a aproximação das eleições de 2026. “As pesquisas têm desanimado. Colocou uma aliada dele, presidente do partido, é da cozinha dele”, afirmou Nelto, destacando que a nova ministra pode enfrentar resistência da oposição e até mesmo de aliados.

Para o senador Jorge Kajuru (PSB) a troca não deveria suscitar preocupações. “Ela é preparada e habilidosa para dialogar. Tem personalidade. Não há em que se preocupar”, afirmou laconicamente o governista.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/politica/senadores-goianos-s-o-beneficiados-com-maior-aumento-em-cota-parlamentar-1.3237583">Senadores goianos são beneficiados com maior aumento em cota parlamentar&nbsp;</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/caiado-tem-miss-o-de-se-viabilizar-diz-lider-do-ub-no-senado-1.3237266">Caiado tem 'missão de se viabilizar', diz líder do UB no Senado&nbsp;</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/para-analistas-troca-de-sistema-de-governo-e-ambic-o-por-mais-poder-1.3231670">Para analistas, troca de sistema de governo é ambição por mais poder&nbsp;</a></div>

O perfil “combativo” de Gleisi, contudo, pode dificultar a articulação política, na visão do deputado Zacharias Calil (UB). “Ela tem um perfil muito combativo e não de articulação. Sempre critica a oposição e não tem um caráter conciliador”, disse.

Calil questionou ainda como a nova ministra lidará com temas sensíveis, como a negociação de emendas parlamentares, que têm sido um ponto de tensão entre o Planalto, o Congresso e o Supremo. “Pelo que tenho percebido também ela não é unanimidade no próprio PT, isso é ruim pois demonstra um governo que não tem união entre os pares”, afirmou.

O mesmo descontentamento é vocalizado pela deputada Sylvie Alves (UB), que disse que a SRI deveria ser comandada por alguém com capacidade de agregar e não de desagregar. “Esperávamos alguém do centro que tivesse algo a contribuir com o Congresso. Esse posto tem de ser de alguém que tenha no mínimo a condição de transitar e ela não tem”, afirmou.

<h2>Estratégia</h2>

Do lado petista, a indicação de Gleisi é vista como uma jogada estratégica para fortalecer o governo em um momento de recrudescimento da oposição. A deputada <a href="https://opopular.com.br/opiniao/adriana-accorsi-quer-distancia-da-polarizac-o-1.3131539" target="_blank">Adriana Accorsi (PT)</a> afirmou que a troca já era esperada e ressaltou a experiência da nova ministra, lembrando seu papel em “momentos críticos da história do partido”, como a prisão de Lula e a construção de sua candidatura à Presidência em 2022. “Ela é uma grande articuladora política. Esse reforço político é necessário e inteligente por parte do presidente Lula”, afirmou Adriana.

<cite>Sempre há alguma movimentação no meio do governo, até para enfrentar o final do governo, porque o final é sempre diferente do começo. É um reforço do aspecto político. Padilha foi deputado, considerado um dos melhores ministros da Saúde; ele indo para a Saúde, que tem um papel importante político importante, e a Gleisi na SRI, vejo que eles farão um time.”</cite>

Adriana rebateu as críticas sobre o suposto caráter ideológico e mais “crítico” de Gleisi, apontado pela oposição, classificando o argumento como “hipócrita”. “Na eleição (de 2022), fizemos aliança com quase todos os partidos - até com o PL, em algumas cidades. Isso foi capitaneado pela presidente Gleisi. Esse argumento de que ela é radical é hipócrita.”

Na segunda-feira (3), ao programa Jackson Abrão Entrevista, do POPULAR, o deputado <a href="https://opopular.com.br/politica/jackson-abr-o-entrevista-rubens-otoni-1.3237041" target="_blank">Rubens Otoni (PT)</a> também minimizou as críticas sobre Lula querer acomodar mais o PT no governo federal, afirmando que a troca de Padilha por Gleisi não representa uma mudança significativa na estratégia do governo. “Não vejo nenhuma mudança significativa no controle, num lugar que é estratégico, principalmente para a aliança nacional”, disse.

Questionado se, com base nas mexidas no primeiro escalão, o presidente está dando sinais de que irá para o “tudo ou nada” em busca da reeleição no ano que vem, Otoni afirmou não ver relação entre os fatos. “Na realidade, a busca da reeleição é um processo natural. Vamos buscar a reeleição do Lula trabalhando cada vez mais para a comunidade, fazendo com que esses dois anos - 2025 e 2026 - sejam anos de colheita.”

<h2>‘Desastre’</h2>

Classificando a indicação de Gleisi como um “desastre”, Daniel Agrobom (PL) ecoa Nelto ao observar que haverá um “abandono” de integrantes do centrão que hoje ocupam cargos no primeiro escalão do governo Lula. O parlamentar bolsonarista argumenta que a nova ministra não tem diálogo com partidos fora do espectro ideológico do PT e do PSOL, o que poderia agravar a já frágil relação entre o Executivo e o Legislativo.

<cite>Nós da direita que sempre tivemos uma dificuldade muito grande para dialogar com a SRI, acredito que agora as coisas irão piorar. Muitos do centrão querem abandonar o governo, e acredito que com esta indicação isso irá acontecer com mais frequência”, disse Agrobom.</cite>

Professor Alcides (sem partido), afirmou que mexida é o mesmo que trocar “seis por meia dúzia”, mas reforçou que Gleisi não tem o mesmo “pedigree” de Padilha, a quem reconheceu bom desempenho. “Padilha estava fazendo um bom papel, com alguns percalços naturais da função.”

A nomeação de Gleisi ocorre em um momento delicado para o governo Lula, que enfrenta o pior desempenho de seus mandatos - segundo a pesquisa Datafolha publicada no dia 15 de fevereiro -, desafios na articulação política, a ausência de marcas do governo, e crises recentes que acentuaram os desgastes, como o aumento da inflação e a polêmica do Pix.

<cite>Vejo que nenhum partido está querendo assumir responsabilidade com o governo, especialmente por essa queda repentina, que assustou os próprios aliados”, disse José Nelto. “O ministro antigamente tinha a caneta cheia de tinta, ele tinha o orçamento. Hoje ele não tem a caneta, nem o orçamento, só tem o glamour. Por isso é discutido hoje o semipresidencialismo”, finaliza o deputado.</cite>

Bancada demonstra insatisfação com Gleisi na articulação

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