Rubens Salomão

Presidentes de partidos que integram o bloco liderado pelo presidente da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), Bruno Peixoto (UB), garantem o consenso interno e unidade para ocupação da vice na chapa a ser encabeçada pelo presidente da Federação das Indústrias de Goiás (Fieg), Sandro Mabel (UB). As mesmas lideranças, no entanto, confirmam que são mantidas conversas com outras pré-candidaturas, faltando pouco mais de dois meses para o início do período de convenções.

A avaliação interna é de que, no caso de manutenção do acordo com Mabel e o governador Ronaldo Caiado (UB), as possibilidades de aliança com outro projeto à Prefeitura de Goiânia, ou mesmo de dissolução do grupo, ficam praticamente descartadas. Enquanto isso, as articulações seguem abertas, principalmente com a pré-candidatura da deputada federal Adriana Accorsi (PT), além do senador Vanderlan Cardoso (PSD).

O bloco é formado por PRD, Avante, PSB e Agir, mas passou nesta semana a contar com a adesão do PMB. A articulação ocorreu diretamente por Peixoto junto à direção nacional da legenda, que levou o advogado Wallace Braz à presidência estadual da sigla. O novo presidente metropolitano, Jorge Dias, é assessor de Bruno na presidência da Alego.

“Nós estamos unidos no projeto de 2024 e trabalhando a ampliação. Nós tivemos o prazer de receber o Wallace, presidente do PMB estadual, que nos informou que quer fazer parte. Nós aceitamos e temos hoje, portanto, cinco partidos”, aponta Bruno Peixoto.

O coordenador da aliança de partidos confirma que um caminho alternativo para a eleição na capital só seria considerado caso haja frustração na iniciativa de indicar o nome para a vice na candidatura apoiada pelo Palácio das Esmeraldas.

“Da nossa parte, já estamos definidos. Só se o pré-candidato Sandro Mabel deixar de cumprir algo conosco, que, neste caso, é a sugestão do nome de vice. Não há, em nenhum ponto, mudança por parte do nosso grupo. Pelo contrário, estamos trabalhando é na ampliação do nosso grupo para esse projeto”, afirma o deputado. Peixoto alega manter diálogo com outras siglas que consideram aderir ao bloco, mas não detalha quais.

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Wallace Braz afirma ao POPULAR que houve divergências com o prefeito Rogério Cruz (SD). O partido compunha a base do Paço municipal, enquanto presidido por Santana Pires e, mais recentemente, por Eduardo Macedo, que comandou a sigla por oito dias no fim de abril. Questionado, o novo dirigente não detalhou as discordâncias com o prefeito.

“Até então o partido estava na base do prefeito Rogério, mas estava de saída sem ter fechado nada com ninguém. Agora, fechamos esse acordo com o Bruno. Houve um descontentamento de ambas as partes e até tentamos aparar algumas arestas, mas hoje caminhamos firme com o Bruno Peixoto, por ser melhor para o partido”, diz o advogado, que pretende se lançar pré-candidato a prefeito de Aparecida de Goiânia.

Wallace não descarta a possibilidade de o bloco de partidos articular aliança com outra pré-candidatura até as convenções. “Nada é permanente, exceto a mudança. Existe uma possibilidade de que haja alteração dentro da formação desse projeto político e a gente vai recebendo essas conversas, mas não acredito que chegue a ter mudança. É um bloco sólido sob a liderança do Bruno. Essa não é uma parceria só para agora, mas também para 2026”, afirma.

Governistas

A ligação entre o pleito na capital e a eleição estadual também foi citada pelo presidente da Câmara de Goiânia, Romário Policarpo (PRD), em entrevista ao POPULAR nesta semana. Segundo ele, a saída do grupo da aliança em torno de Sandro Mabel é “pouco provável”.

Policarpo aponta que o presidente da Alego é “um grande aliado do governador” e que ele próprio ficaria “desconfortável em estar em lado oposto ao governo do estado em uma eleição que será tão importante até para o futuro do próprio governador”, diz.

Bruno Peixoto voltou a levantar o nome de Romário para a indicação da vice de Sandro Mabel, mesmo considerando as respostas negativas do vereador. “Policarpo é gestor, pois preside a Câmara de Goiânia. É servidor público efetivo do município, como guarda civil, e tem conhecimento e é conhecido em todos os bairros da capital. É um nome que agrega para ser vice, mas ele tem dito que agradece e que busca a reeleição a vereador”, diz Peixoto.

O presidente da Alego afirma que ainda não pretende trabalhar com nomes alternativos para a vice. “Ainda não. Estamos trabalhando para convencê-lo”, diz. Já Romário nega os convites, mas não rejeita completamente a possibilidade. “A política é muito dinâmica. Hoje, ela tem uma realidade e amanhã pode ter outra. Mas eu acho que meu momento é de ser candidato a vereador, de tentar uma votação expressiva em Goiânia”, avalia.

O presidente estadual do Agir, Fernando Meirelles, admite que há diálogos de integrantes do bloco com outras pré-candidaturas, mas aponta que tudo não passa de “articulações naturais” no momento anterior às convenções.

“Esse bloco está sólido e com uma relação tranquila. Nos bastidores, tem uma conversinha daqui ou dali, mas o grupo está coeso. Não há dúvida que a criação desse grupo gera a procura por outros partidos e pré-candidatos, mas está batido o martelo com o Mabel mesmo. O próprio Sandro teve uma reunião lá no MDB e reafirmou o compromisso com esse bloco”, afirma.

Bloco abre conversas, mas prioriza acordo para vice de Mabel

Política