Cumprindo agenda em Goiás, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) almoçou no início da tarde desta terça-feira (24) em um restaurante em Goiânia. Ao lado de correligionários, Bolsonaro chegou ao estabelecimento, no setor Sudoeste, sob gritos de apoiadores e o barulho de alto-falantes anunciando seu nome em meio à reta final da campanha eleitoral.

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Em dia de vários compromissos para reforçar apoio às candidaturas do PL nas três principais cidades do estado (Goiânia, Aparecida e Anápolis), a pausa para o almoço na capital ocorreu após o ex-presidente ter chegado de agenda em Anápolis, onde fez motociata e comício endossando a candidatura a prefeito de Márcio Correa (PL). Mais cedo, Bolsonaro tomou café da manhã na cidade de Alexânia, ao lado da candidata a prefeita Alessandra Magalhães (PL).&nbsp;

<div class="p-readmore-box" dir="ltr"><a href="https://opopular.com.br/politica/bolsonaro-faz-campanha-em-anapolis-aparecida-e-goiania-1.3178896" target="_blank">Bolsonaro faz campanha em Anápolis, Aparecida e Goiânia</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/candidatos-travam-guerra-judicial-por-uso-de-imagem-de-lula-e-bolsonaro-1.3175096" target="_blank">Candidatos travam guerra judicial por uso de imagem de Lula e Bolsonaro</a></div>

Em um cercadinho montado no meio do restaurante, o ex-presidente ficou isolado do séquito de seguidores que se aglomeravam em derredor. Bolsonaro almoçou na companhia de lideranças como o senador Wilder Morais (PL), candidato a prefeito de Goiânia Fred Rodrigues (PL) e seu vice, Leonardo Rizzo (Novo), deputado federal e candidato à Prefeitura de Aparecida de Goiânia Professor Alcides (PL), deputado federal Gustavo Gayer (PL), deputado estadual Amauri Ribeiro (PL), o ex-deputado federal Major Vitor Hugo (PL) e do vereador Willian Veloso (PL).&nbsp;

À tarde, o ex-presidente deve fazer carreata na Vila Brasília, em Aparecida de Goiânia, para endossar Alcides, e tem previsão de encerrar o dia em ato público no Parque Vaca Brava, em Goiânia.

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Bolsonaro almoça em Goiânia ao lado de candidatos do PL

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Eleições 2024

Webstories - TRE mantém Caiado elegível, mas aplica multa

Em julgamento que durou mais de três horas, o Tribunal Regional Eleitoral de Goiás (TRE-GO) reverteu, de forma unânime, a <a href="https://opopular.com.br/opiniao/blog-fabiana-pulcineli/tre-go-agenda-julgamento-de-ac-o-contra-caiado-e-mabel-para-o-dia-8-de-abril-1.3245891" target="_blank">inelegibilidade do governador Ronaldo Caiado</a> (UB) e rejeitou a cassação do prefeito de Goiânia, Sandro Mabel (UB), e de sua vice, Cláudia Lira (Avante) na ação por abuso de poder político por conta da realização de dois encontros no Palácio das Esmeraldas para reunião com os vereadores e suplentes durante o segundo turno das eleições de 2024.

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Acatando parcialmente os argumentos da defesa, o tribunal, no entanto, manteve a aplicação das multas previstas na decisão de dezembro da juíza Maria Umbelina Zorzetti, da 1ª Zona Eleitoral. Ela apontou condutas vedadas e abuso de poder político nas reuniões na sede do governo estadual, com a participação do governador e de Mabel, então candidato a prefeito. De acordo com a sentença da magistrada, as multas a serem pagas por Caiado (R$ 60 mil), Mabel (R$ 40 mil), e Cláudia (R$ 5,3 mi), somadas, totalizam mais de R$ 100 mil.

O <a href="https://opopular.com.br/opiniao/blog-fabiana-pulcineli/tre-go-retira-de-pauta-julgamento-de-ac-o-contra-caiado-e-mabel-1.32431" target="_blank">julgamento dos recursos</a> foi marcado pela ampla discussão sobre a razoabilidade das punições aplicadas pela juíza e a discussão sobre entendimento acerca das condutas vedadas.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/opiniao/blog-fabiana-pulcineli/tre-go-agenda-julgamento-de-ac-o-contra-caiado-e-mabel-para-o-dia-8-de-abril-1.3245891" target="_blank">TRE-GO agenda julgamento de ação contra Caiado e Mabel para o dia 8 de abril</a> 
<a href="https://opopular.com.br/opiniao/blog-fabiana-pulcineli/tre-go-retira-de-pauta-julgamento-de-ac-o-contra-caiado-e-mabel-1.3243172" target="_blank">TRE-GO retira de pauta julgamento de ação contra Caiado e Mabel</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/parecer-do-mpe-exclui-penas-de-inelegibilidade-e-cassac-o-de-caiado-e-mabel-1.3229689" target="_blank">Parecer do MPE exclui penas de inelegibilidade e cassação de Caiado e Mabel</a></div>

O relator da Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije), juiz substituto José Mendonça Carvalho Neto, entendeu que embora haja menção ao uso do Palácio em contexto político, “a gravidade dos fatos não se equipara a casos anteriores já julgados pela Justiça Eleitoral” - como o das transmissões feitas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Palácio do Planalto com apelo direto por votos em 2022, conforme alegaram os advogados do PL - e que, por isso, não configuraram abuso de poder político.

Segundo o relator, no entanto, houve sim a prática de <a href="https://opopular.com.br/politica/parecer-do-mpe-exclui-penas-de-inelegibilidade-e-cassac-o-de-caiado-e-mabel-1.3229689" target="_blank">condutas vedadas pela legislação eleitoral</a>, como a utilização de servidores do Palácio das Esmeraldas durante as agendas. Por isso, ele votou pela aplicação de multa aos envolvidos.

Para as defesas de Caiado e Mabel, não houve menção explícita a candidaturas, tampouco pedido de votos, o que diferenciaria o episódio de outros precedentes. A análise também levou em conta o alcance da divulgação, feita majoritariamente pelas redes sociais, sem comprovação de impacto eleitoral relevante.

Os advogados do PL argumentaram que houve claro abuso de poder político, com uso da estrutura do Palácio das Esmeraldas para favorecer a candidatura no segundo turno. O advogado Leonardo Batista afirmou que o evento foi um jantar com recursos públicos, com presença de servidores e ampla divulgação nas redes sociais do governador, e questionou a narrativa de que se tratava de uma reunião institucional. Ambos pediram a manutenção da cassação, argumentando que o caso representa um precedente perigoso para as eleições futuras.

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<h2>Punições</h2>

Ao acompanhar o relator, outros membros do colegiado ponderaram que, embora tenha havido exploração política do espaço institucional, as sanções aplicadas em primeiro grau foram desproporcionais. O entendimento majoritário foi o de que a situação não justifica a cassação de mandato nem a imposição de sanções mais severas, como a inelegibilidade de Caiado.

Na noite desta terça, logo após a decisão do tribunal, o governador afirmou de forma lacônica, em publicação nas suas redes sociais, que “aguardou com muita serenidade e respeito o julgamento do TRE”. “Recebo a decisão com o sentimento de tranquilidade e confiança no nosso Judiciário. Minha trajetória é de absoluto respeito às leis do nosso país e seguirei sempre neste caminho”, escreveu Caiado na postagem.

O advogado Alexandre Alencastro, que representa o governador na ação, reforçou que a defesa recebeu com tranquilidade a decisão do TRE-GO.

Conforme mostrou O POPULAR, em fevereiro, em parecer diante dos recursos, o Ministério Público Eleitoral (MPE) defendeu a condenação dos dois por prática de <a href="https://opopular.com.br/politica/parecer-do-mpe-exclui-penas-de-inelegibilidade-e-cassac-o-de-caiado-e-mabel-1.3229689" target="_blank">condutas vedadas pela lei eleitoral</a>, mas com aplicação apenas de multa. O procurador Regional Eleitoral em Goiás, Marcelo Wolff, alegou desproporcionalidade das penas aplicadas quanto à gravidade dos fatos.

A ação contra Caiado e Mabel foi protocolada pelo candidato do PL à Prefeitura de Goiânia, Fred Rodrigues, e pela coligação dele, Goiânia Acima de Tudo (PL/Novo).

Em entrevista ao POPULAR, o advogado Victor Hugo Dos Santos Pereira, que representa a coligação Goiânia Acima de Tudo, do PL, afirmou que, apesar da decisão, ainda há uma instância a poder recorrer pela manutenção da decisão de primeiro grau no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

“Vemos viabilidade jurídica, entendemos ainda que não tem e não merece qualquer tipo de reparo a sentença de primeiro grau e vamos buscar recursos até a última instância para que haja a manutenção da sentença de primeiro grau, porque houve desequilíbrio do pleito”, declarou o defensor.

O advogado Angelo Ferraro, que representa Mabel na ação, apontou que o resultado era esperado, tendo em vista a “fragilidade das provas que foram produzidas durante o processo”. “O julgamento se alinha à decisão do ano passado do TSE sobre a matéria, exigindo que os fatos sejam graves o suficiente para poderem ensejar a declaração de inelegibilidade e em termos futuros, é óbvio que se eles recorrerem, nós faremos a defesa no TSE”, disse.

<h3>Anistia</h3>

O julgamento ocorreu dois dias após a participação de Caiado no ato organizado por Bolsonaro na Avenida Paulista, em São Paulo, em favor da <a href="https://opopular.com.br/politica/apos-evento-caiado-aponta-anistia-como-ato-humanitario-1.3250026" target="_blank">anistia aos envolvidos nos ataques antidemocráticos</a> de 8 de Janeiro.

Para Fred Rodrigues, que moveu a ação e esteve presente no TRE-GO nesta terça, a ida do governador não pode ter viés de “interesse político”. “Sem dúvida a presença dele nos atos por anistia foi um fato novo, mas eu acredito que ele tem que buscar isso, mostrar que ele realmente está interessado na anistia e não que seja uma aproximação meramente interesseira em busca do capital político do presidente Bolsonaro”, disse.

TRE altera decisão anterior de juíza e mantém Caiado elegível

Considerando tudo o que foi revelado até aqui da trama golpista para manter Jair Bolsonaro (PL) no poder, o ex-presidente deveria ir para a cadeia. Essa é a opinião de 52% dos brasileiros, segundo aferiu o Datafolha. Outros 42% dizem que ele não deve ser preso, e 7% não souberam responder.

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Ao mesmo tempo, um índice idêntico de 52% dos entrevistados acredita que Bolsonaro não vai acabar preso, ante 41% que preveem tal desfecho para o caso. Também 7% não avaliaram.

O Datafolha entrevistou 3.054 pessoas com mais de 16 anos em 172 cidades de 1º a 3 de abril. A margem de erro máxima é de dois pontos, para mais ou menos, para o total da amostra.

<div class="p-readmore-box" style="font-family: &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans&quot;, geneva, arial, sans-serif;"><a href="https://opopular.com.br/politica/bolsonaro-defende-elegibilidade-de-caiado-apesar-de-ac-o-no-tre-ser-do-pl-1.3249640" target="_blank">Bolsonaro defende elegibilidade de Caiado apesar de ação no TRE ser do PL</a>&nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; <a href="https://opopular.com.br/politica/em-vez-de-chorar-caia-na-realidade-diz-lula-sobre-bolsonaro-virar-reu-no-stf-1.3246219" target="_blank">Em vez de chorar, caia na realidade, diz Lula sobre Bolsonaro virar réu no STF</a></div>

Bolsonaro foi tornado réu na semana retrasada pela Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal), que deverá julgá-lo ao longo deste ano. Segundo a investigação da Polícia Federal e a denúncia da Procuradoria-Geral da República, ele encabeçou uma tentativa de abolição do Estado democrático de Direito, entre outros crimes.

O ex-presidente diz que é inocente, embora tenha alterado sua versão inicial de que nada tinha a ver com os fatos para uma leitura de que apenas analisou cenários constitucionais para questionamento do processo eleitoral, sem levá-los em frente.

Agora, promove uma campanha de manifestações que dizem ser a favor da anistia para os condenados pelo Supremo pelos atos golpistas do 8 de janeiro de 2023, que a denúncia da PGR diz ter sido um evento ligado ao fracasso da trama do fim de 2022 —o golpe, na versão dos investigadores, murchou por falta de apoio da cúpula militar.

A visão sobre a necessidade de prender Bolsonaro se divide, nos diversos estratos socioeconômicos da pesquisa, de forma semelhante às faixas de apoio e rejeição ao ex-presidente no eleitorado.

Assim, na sua base no Norte/Centro-Oeste, há um empate técnico: 47% acham que ele deveria ser preso, ante 45% que dizem o contrário. Já no Sul, o empate já vem como sinal trocado, com 49% dizendo que Bolsonaro tem de ficar livre e 46% que o querem preso.

Assim como na hora de votar, a religião está ligada ao perfil da resposta. Se entre os majoritários católicos 55% são a favor da prisão e 39%, contra, a avaliação se inverte entre os evangélicos associados ao bolsonarismo, com 54% contrários ante 38% favoráveis.

Com Bolsonaro inelegível até 2030, algo já definido pela Justiça Eleitoral, o nome do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) é um dos mais fortes para substituí-lo na disputa pela Presidência.

Nessa pesquisa, o Datafolha testou cenários com ele nas urnas, e o cruzamento com a questão sobre a prisão do seu padrinho dá uma dica sobre o apoio que Tarcísio vem dando ao ex-presidente —esteve com ele nos atos em favor da anistia, o mais recente no domingo (6).

Para 79% dos que dizem votar em Tarcísio para presidente, Bolsonaro não deve ir para a cadeia. Entre eles, a fé em que isso não irá acontecer é maior que a média, 62%. O governador tem buscado equilibrar-se como um moderado, evitando ataques às instituições, mas não quer ser visto como um traidor do ex-chefe, a quem serviu como ministro.

De forma geral, em relação ao que deveria acontecer, há homogeneidade de opinião. Uma exceção é o Nordeste, tradicionalmente um reduto do petismo, onde 59% disseram que ele deveria ir para a cadeia. O apoio ao "não deveria" também é menor entre mulheres (36%) e quem completou só o ensino fundamental (35%).

Já a avaliação do que vai acontecer mostra os mais instruídos, com ensino superior, acreditando mais na prisão: 50% disseram isso, assim como 47% daqueles que ganham mais de 10 salários mínimos.

Na via inversa, os jovens de 16 a 24 anos são mais céticos quanto à possibilidade de ver Bolsonaro na cadeia: 57% dizem acreditar que ele ficará livre. Índice parecido, de 56%, é registrado entre quem tem escolaridade média e entre os que ganham de 2 a 5 mínimos.

52% acham que Bolsonaro deveria ser preso por tentativa de golpe

Ex-presidente

Num domingo muito especial, Donald Trump, presidente da (ainda) maior potência, deliciava-se com o derretimento do multilateralismo, do comércio e das bolsas mundo afora, considerando tudo isso como “coisa linda de se ver”, enquanto Jair Bolsonaro, ex-presidente da maior economia da América Latina, lia com o jeitão dele um papelzinho em inglês ridicularizando a prisão de “Popcorn and ice cream sellers” que vandalizaram os três poderes no fatídico 8/1.O ato da Avenida Paulista, marcado para defender o projeto de anistia aos paus-mandados do 8/1, virou o que já se esperava: pró-Bolsanaro e uma demonstração de força dele na direita, com perto de 45 mil presenças, o dobro do que ele reuniu na Praia de Copacabana, mas só um quarto do que exibiu na mesma Paulista em fevereiro de 2024. Um copo meio cheio, meio vazio.O bolsonarismo postou vídeos do ano passado como se fossem de domingo. Ou seja, passou recibo de que o de agora não foi lá essas coisas. A maior vitória foi a foto de sete governadores, quatro querendo entrar no vácuo da inelegibilidade de Bolsonaro: Tarcísio de Freitas (SP), que finge que não vai, mas está pronto para ir; Ronaldo Caiado (GO), que vai, mas vai sozinho; Ratinho Jr. (PR), empurrado por Gilberto Kassab; e Romeu Zema (MG), candidato de quem, mesmo?Bolsonaro mostrou que ainda põe gente na rua, mas não tanto quanto antes, e que dificilmente disputará em 2026, mas é o grande líder dessa direita. Qualquer um dos pré-candidatos de agora, e dos efetivamente candidatos depois, vai precisar da sua força política e do seu eleitorado, apesar da expectativa de estar, além de inelegível, também preso.O ato de domingo, portanto, reafirma a liderança de Bolsonaro, não o suficiente para garantir a anistia no Congresso, onde quem manda é o Centrão, oscilando entre governo e oposição. Nada acontece na Câmara e no Senado sem que o Centrão queira, seja quem for o presidente da República.Bolsonaro meteu o Centrão no Planalto e lavou as mãos para emendas parlamentares bilionárias e sem controle. Lula meteu os atuais e ex-presidentes da Câmara e do Senado - do Centrão - na viagem à Ásia e, já na volta, foi confraternizar na residência oficial do Senado.O PL mantém a pressão pela urgência da anistia, mas está se desenhando um meio termo, com foco nos “excessos” das penas dos “pipoqueiros, vendedores de picolé” e da cabeleireira Débora dos Santos, e não em livrar previamente Bolsonaro. Com ato na Paulista, aliança com Trump, recado em “inglês”, fortalecimento da extrema direita internacional, ou não, o fato é que a anistia está nas mãos do Centrão.

"Coisa linda"

Opinião

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Matéria - Opinião

Eliane Cantanhêde

Um dia após participar da manifestação na Avenida Paulista promovida pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) <a href="https://opopular.com.br/politica/caiado-participa-de-ato-pela-anistia-na-avenida-paulista-1.3249642" target="_blank">em favor da anistia aos envolvidos nos atos antidemocráticos</a> de 8 de Janeiro de 2023, o governador Ronaldo Caiado (UB) classificou, nesta segunda-feira (7), a medida como “um ato humanitário, de significado maior, em decorrência das penas, que extrapolam aquilo que a população também entende como parâmetro em outros casos”.

<a href="https://opopular.com.br/canal" style="color: rgb(0, 136, 204); text-decoration-line: none; outline: 0px; outline-offset: -2px; font-family: &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans&quot;, geneva, arial, sans-serif; font-size: 12px; background-color: rgb(238, 238, 238);" target="_blank">🔔 Siga o canal de O POPULAR no WhatsApp</a>

Questionado pelo POPULAR após a abertura da 22ª edição da Tecnoshow Comigo, em Rio Verde (GO), sobre o saldo da participação no evento ao lado do ex-presidente e de outros seis governadores de direita, Caiado disse que a tônica do ato foi o clamor por “pacificação” no país e que o estado “não julga para vingar”, mas sim para “fazer justiça”. Nesse sentido, conclamou que ocorra “um entendimento entre as partes”.

“O que se exige é que haja ali uma razoabilidade entre os critérios para que as pessoas possam ser unidas. Da maneira como as penas estão sendo levadas, este sentimento tem sido rejeitado pela população”, afirmou o governador. “Tem criado uma rebelião enorme em decorrência de um comparativo. Uma pessoa mata outro cidadão, aí tem nove anos de cadeia. Aí entra na progressão e daqui a pouco ele já está solto”, disse.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/politica/governador-defende-parceria-para-acelerar-obras-e-evitar-corrupc-o-1.3250031" target="_blank">Governador defende parceria para acelerar obras e evitar corrupção</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/caiado-participa-de-ato-pela-anistia-na-avenida-paulista-1.3249642" target="_blank">Caiado participa de ato pela anistia na Avenida Paulista</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/bolsonaro-defende-elegibilidade-de-caiado-apesar-de-ac-o-no-tre-ser-do-pl-1.3249640" target="_blank">Bolsonaro defende elegibilidade de Caiado apesar de ação no TRE ser do PL</a></div>

Apesar de pregar a pacificação, Caiado ponderou que “não acata nem defende” determinadas atitudes do <a href="https://opopular.com.br/politica/ausencia-do-presidente-nacional-do-ub-em-ato-de-caiado-chama-a-atenc-o-1.3249248" target="_blank">grupo que depredou as sedes dos Três Podere</a>s, em Brasília, em 2023. Desde o ano passado, o governador vem defendendo um “filtro” para a anistia. “Mas nós não podemos ter dois pesos e duas medidas. Quando alguém pratica de um lado ideológico, ele tem a conivência e a complacência. Do outro, ele tem punições estratosféricas”, afirmou.

O goiano relacionou a discussão com o chamado “Abril Vermelho”, ação do Movimento dos Sem Terra (MST) de ampliação das ocupações de terras em todo o país, para criticar a estrutura do governo federal que “alimenta esse tipo de ação”. Caiado referia-se a reunião que o MST teve há poucas semanas com o presidente Lula (PT) em Minas Gerais.

<h2>Mobilização</h2>

“Então, depois de dois anos presos por aquilo que foi feito ali, o momento é de colocar em votação”, afirmou o governador acerca da pressão na Câmara dos Deputados para que o presidente Hugo Motta (Republicanos-PB) paute o projeto de lei da anistia. “Se isso vai fazer o presidente pautar, eu acredito que sim. Por quê? Porque a maioria dos partidos deram um sinal positivo e com isso tem-se o número de 257 deputados para que a matéria seja pautada.”

“Pautou-se a matéria, respeita-se a decisão de plenário. Vai para o Senado; se o presidente vetar, volta para o Congresso para derrubar o veto. E aí, cumpre-se a decisão da Casa do Povo, que é o Congresso Nacional”, complementou.

Caiado negou que a iniciativa dos governadores de mobilização das bancadas legislativas de seus respectivos estados para votação favorável ao projeto da anistia tenha partido do deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), líder do PL na Câmara. Segundo o goiano, o acordo foi feito em reunião no Palácio dos Bandeirantes no domingo (6).

“Se a população toda hoje deseja que a gente traga paz para o país, ninguém aguenta mais esse conflito, ninguém aguenta mais. Ao invés de discutir assuntos que são extremamente importantes na economia brasileira, no avanço da criminalidade, nós precisamos dar um fim a isso. Então, eu, como todos os outros, assumimos esse compromisso, lá no Palácio dos Bandeirantes, que nós iríamos trabalhar nas nossas bancadas.”

Falando especialmente a agricultores e empresários durante a abertura da 22ª Tecnoshow Comigo, Caiado também buscou nacionalizar seu discurso ao colocar na conta do governo federal a culpa pelos preços elevados de itens de consumo.

“A responsabilidade é da incompetência do governo federal que gasta muito nesse país que não sabe controlar seus gastos e tem os juros que é cada patamar de 15 pontos, de 14.25, com projeção de chegar a 15.20 até o final do ano. Quem sobrevive na economia de mercado hoje pagando uma agiotagem de 15.20 daqui uns dias? Qual é o segmento que sobrevive sem ter direito a seguro rural? É um país que o risco é 100% dos produtores.”

<h3>Despedida</h3>

No final do discurso na Tecnoshow nesta segunda, o governador reforçou a ocasião como sendo a sua última participação no evento como governador do estado. Pré-candidato à Presidência da República em 2026, Caiado deve se desincompatibilizar do cargo até o início de abril do ano que vem, segundo normas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), para concorrer ao Palácio do Planalto.

“Mas estará em meu lugar, aqui, falando pelo estado de Goiás, aqui também, que eu escolhi para continuar o meu projeto que é o Daniel Vilela. E continuará com a mesma garra, a mesma determinação, e a mesma escola da boa política”, disse o governador, acrescentando ainda que o evento foi a sua “primeira despedida oficial com um ano de antecedência”.

A abertura da feira teve a presença dos deputados Marussa Boldrin (MDB) e Daniel Agrobom (PL); do senador Vanderlan Cardoso (PSD); do presidente do Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO), Leandro Crispim; e de presidentes de entidades do setor privado.