O número de famílias goianas beneficiadas com o Auxílio Brasil em julho chegou a 418 mil. De acordo com o Ministério da Cidadania, o montante é de R$ 168,42 milhões. A expectativa é que a quantidade de pessoas contempladas com o programa do governo federal aumente a partir de agosto, como consequência da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) aprovada no Congresso Nacional para turbinar benefícios sociais em R$ 41 bilhões. O valor da parcela mensal do Auxílio Brasil aumenta de R$ 400 para R$ 600 entre agosto e dezembro.Para especialistas, mesmo com validade de apenas cinco meses, o incremento nos programas sociais deve beneficiar Jair Bolsonaro (PL) em seu projeto de reeleição. Além do aumento no Auxílio Brasil, a PEC também possibilita reajuste do vale-gás e ajuda financeira a caminhoneiros e taxistas.Para conseguir levar o pacote de bondades à população em período eleitoral, o governo estabeleceu, por meio da PEC, estado de emergência. A legislação eleitoral proíbe que a administração pública crie benefícios sociais em ano de eleição. No entanto, os casos de calamidade pública e estado de emergência são tratados como exceção.Aprovar a PEC no Congresso uniu base e oposição. O argumento dos críticos ao governo teve como base a dificuldade em votar contra melhorias em programas de transferência de renda para a população no contexto de dificuldade financeira, mesmo diante da conotação eleitoral da matéria.Em julho, o Auxílio Brasil atendeu, segundo o Ministério da Cidadania, 18,13 milhões de famílias no Brasil, com o montante de R$ 7,3 bilhões.Leia também:- Demanda por benefícios sociais vem aumentando em Goiás- Partidos em Goiás gastaram mais de R$ 1,5 mi com pessoal em 2021 Impacto Professora de Ciência Política da Universidade Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), Mayra Goulart afirma que o incremento em programas sociais já está provocando impacto positivo para Bolsonaro. Mayra usa como exemplo a pesquisa PoderData, realizada de 17 a 19 de julho, em que 41% dos entrevistados afirmaram aprovar a atual gestão. No início de janeiro, a aprovação de Bolsonaro era de 31%.Para Mayra, essa variação já é resultado do aumento no Auxílio Brasil, da redução do preço de combustíveis e outras medidas econômicas tomadas nos últimos meses. “O mandatário está despejando dinheiro na sociedade de modo a criar um ambiente artificial de melhora econômica. Esse ambiente que está permitindo melhora no quadro político de Jair Bolsonaro”, afirma.Professor do Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil da Fundação Getúlio Vargas (FGV CPDOC), Sérgio Praça avalia que o aumento do Auxílio Brasil e alteração em outros benefícios está garantindo que Bolsonaro vá para o segundo turno da eleição. “Ele está criando uma série de notícias econômicas para aumentar suas chances de ir para o segundo turno. Até agora, essa tentativa está sendo frutífera”, diz.Em Goiás, pesquisa Serpes/O POPULAR publicada no dia 15 de julho mostrou que Bolsonaro tem 38,7% das intenções de voto no estado. Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem 37,3%. Em nível nacional, pesquisa PoderData publicada no dia 20 de julho mostrou que o petista tem 43% das intenções de voto no primeiro turno. Bolsonaro tem 37%.A reportagem pediu ao Ministério da Cidadania detalhes sobre o pagamento do Auxílio Brasil em agosto, mas a pasta respondeu por nota que a folha ainda está em processamento. O ministério justificou que o número de contemplados muda mensalmente. De acordo com a pasta, a meta é incluir no programa todas as famílias habilitadas. O órgão federal antecipou o calendário de pagamento do benefício em agosto. Os beneficiários com o Número de Identificação Social (NIS) com final 1 receberão o recurso no dia 9. Em julho, as transferências começaram no dia 18.