Fabiana Pulcineli

Alvo de mandado de prisão preventiva, o ex-presidente do DEM (atual União Brasil) de Anápolis e ex-diretor administrativo da Companhia de Desenvolvimento de Goiás (Codego) Carlos César Savastano Toledo, conhecido como Cacai, é apontado como “principal desafeto” de Fábio Alves Escobar Cavalcante no inquérito que investiga a morte do empresário, em junho de 2021, em Anápolis. A defesa informou que Cacai está no Canadá, em viagem de negócios. Não houve resposta sobre a data da ida e previsão de retorno.

A decisão judicial que determinou a prisão, à qual o POPULAR teve acesso, fala de Cacai ao citar a “motivação” do crime e relata que diálogos obtidos no inquérito indicam a insatisfação do ex-auxiliar do governo quanto às críticas veiculadas na internet por Escobar. Coordenador da campanha do governador Ronaldo Caiado (UB) em Anápolis, em 2018, o empresário divulgou um vídeo em que dizia estar sendo ameaçado por ter feito denúncias de irregularidades no partido.

O mandado de prisão foi emitido nesta quinta-feira (16) pela 1ª Vara Criminal de Anápolis e está disponível no Banco Nacional de Monitoramento de Prisões (BNMP) do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Desde domingo, no entanto, havia especulações no meio político de que ele poderia ser preso. A defesa diz não ter conhecimento do assunto.

Em setembro, dez policiais militares também foram presos temporariamente na investigação do caso, em operação da Polícia Civil de Goiás (PC-GO). A suspeita é de que a morte de Escobar tenha provocado pelo menos outros sete assassinatos numa suposta tentativa de encobrir o crime. A Justiça também decretou agora a prisão preventiva de seis deles.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/opiniao/blog-fabiana-pulcineli/cacai-toledo-tem-pris-o-preventiva-decretada-em-inquerito-do-caso-fabio-escobar-1.3083951" target="_blank">Cacai Toledo tem prisão preventiva decretada em inquérito do caso Fábio Escobar</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/pms-investigados-por-assassinatos-em-goias-devem-seguir-presos-ate-o-fim-do-inquerito-decide-justica-1.3067669" target="_blank">PMs investigados por assassinatos em Goiás devem seguir presos até o fim do inquérito, decide Justiça</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/gravida-assassinada-em-anapolis-tinha-vida-marcada-por-violencias-1.3067575" target="_blank">Grávida assassinada em Anápolis tinha vida marcada por violências</a></div>

À época muito próximo da família de Caiado, Cacai deixou o governo em 2020, após ser preso em operação também da PC-GO que investigava desvio de recursos na Codego. Logo depois ele também saiu do comando do partido em Anápolis.

Além do vídeo em que Escobar diz ter recebido ameaças para se calar sobre irregularidades no partido, o empresário também teria atuado nas denúncias que levaram à prisão de Cacai em 2020, segundo informações de bastidores.

Desde julho de 2021, o ex-diretor da Codego ocupa cargos no Instituto Nacional de Energia Limpa e Sustentável (Inel), entidade privada que faz lobby junto ao meio político em favor de benefícios ao setor. Cacai foi diretor do Centro-Oeste e, em junho deste ano, assumiu a Secretaria de Eficiência Energética e Armazenamento para o Agronegócio do instituto.

Ele é dono de duas empresas do setor: CST Solar, em Rio Verde, e Sol Azul Energia, em Anápolis. Elas têm como atividades principais instalação e manutenção elétrica e foram abertas em 2021 e 2020, respectivamente.

Apesar de aliados do governador apontarem distanciamento dele com Cacai desde o caso Codego, o ex-auxiliar teve pelo menos duas audiências com no Palácio das Esmeraldas este ano, como representante do Inel. Em um dos encontros, esteve sozinho com Caiado, em 14 de julho. Ele postou que foi apresentar ao governador o trabalho realizado na entidade e discutir, entre outros temas, a reforma tributária. A agenda oficial do governador na data registrou apenas “despachos internos”.

A relação entre os dois é quase familiar. Cacai perdeu o pai, que era muito amigo do governador, e era tido como filho, juntamente com a irmã, Camila Savastano de Toledo, por Caiado. Camila, que é chefe do Serviço de Bem-Estado do Tribunal de Contas do Estado (TCE-GO), é casada com o conselheiro do TCE-GO Sebastião Tejota. Os pais de Cacai também eram padrinhos de Ronaldo Caiado Filho, que morreu no ano passado.

O ex-presidente do DEM foi candidato a deputado estadual pelo então PFL em 2006, quando obteve apenas 1.781 votos.

Procurada, a assessoria do governador informou que ele não comentaria o caso.

Em nota, o advogado Pedro Paulo de Medeiros disse que Cacai “recebeu com indignação e surpresa a informação de que estaria sendo investigado” e “nega qualquer participação ou interesse no caso”. “Como a defesa não obteve acesso a qualquer parte dessa investigação, nada pode informar ainda sobre seu conteúdo, senão o que divulgado informalmente em vazamentos ilegais e sem autenticidade comprovada”, diz.

O advogado afirma ainda que, “mesmo sem nunca ter sido sequer mencionado nessa investigação ou mesmo chamado a ser ouvido por qualquer autoridade, (Cacai) se coloca à disposição para contribuir com qualquer informação que eventualmente possua, tão logo retorne a Goiânia, pois está em viagem de negócios”.

A reportagem também buscou um posicionamento do Inel sobre o pedido de prisão e questionou se a viagem de Cacai ao Canadá, que seria para um evento de energia, é como representante da entidade. Não houve resposta até o fechamento da edição. O POPULAR também tentou falar com Cacai pelo celular, mas ele não atendeu.

Também foi solicitada à Polícia Civil de Goiás informações sobre medidas para o cumprimento da prisão e sobre as investigações. A Gerência de Comunicação e Cerimonial da PC-GO respondeu que deve ser protocolado pedido via Lei de Acesso à Informação (LAI), que tem 20 dias para prazo de resposta.

Emboscada

Fábio foi morto a tiros no Setor Sul Jamil Miguel, em Anápolis, no início da noite do dia 23 de junho de 2021, em uma provável emboscada. Ele foi atraído até o local onde foi assassinado por uma ligação feita por indivíduos que estariam interessados no processo de venda de uma lavanderia.

Quando desceu do carro de viagem por aplicativo em que estava, foi alvejado por dois homens usando balaclavas. Os autores estavam em um Fiat Uno de cor prata. O motorista não foi atingido e levou Flávio até o Hospital Municipal de Anápolis, onde ele morreu.

Os PMs que também tiveram a prisão decretada nesta quinta-feira são Glauko Olivio de Oliveira, Érick Pereira da Silva, Thiago Marcelino Machado, Adriano Azevedo Souza, Wemblyeson de Azevedo Lopes e Rodrigo Moraes Leal. A reportagem não localizou as defesas deles.

Cacai de Toledo tem prisão preventiva decretada

Política

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Caso Escobar

A Justiça autorizou que o cabo Thiago Marcelino Machado, de 37 anos, detido no presídio militar em Goiânia desde setembro de 2023, deixasse o isolamento para onde foi encaminhado no começo do ano. Na época, <a href="https://opopular.com.br/cidades/reus-do-caso-fabio-escobar-ter-o-acesso-a-inquerito-sigiloso-da-morte-de-fazendeiro-1.3170213" target="_blank">o policial foi acusado de causar “alteração negativa na rotina prisional, onde o ambiente carcerário se tornou de difícil convivência”</a>, e pesou contra ele ter sido encontrado aparelhos celulares em sua cela durante uma revista em outubro do ano passado. Thiago responde pelas mortes do empresário Fábio Alves Escobar Cavalcante e de Lucas Eduardo Lima Dutra, o primeiro em junho de 2021 e o segundo em maio de 2023.

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O juiz Samuel João Martins, da 1ª Vara Criminal de Goiânia, afirmou que houve uma melhora substancial no comportamento do acusado e, portanto, não há elementos que justifiquem a manutenção das restrições contra ele, o chamado regime disciplinar diferenciado (RDD). “Verifico que durante o período de cumprimento do RDD, o requerente manteve conduta satisfatória, sem registro de novas faltas disciplinares ou ações que comprometam a ordem e a segurança”, afirmou o magistrado na decisão.

Thiago foi encaminhado para o RDD em 19 de janeiro após pedido do Comando de Correições e Disciplina (CCD) da Polícia Militar do Estado de Goiás (PM-GO). Porém, a decisão da Justiça pelo relaxamento foi tomada após consulta à direção do presídio e não ao comando que pediu as restrições. O Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) foi contra a saída do regime por acreditar ser necessário parecer do CCD.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/testemunha-do-caso-fabio-escobar-e-morta-em-abordagem-policial-1.3184525" target="_blank">Testemunha do caso Fábio Escobar é morta em abordagem policial</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/justica-solta-um-dos-pm-acusados-de-matar-fabio-escobar-1.3181150" target="_blank">Justiça solta um dos PM acusados de matar Fábio Escobar</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/reus-do-caso-fabio-escobar-ter-o-acesso-a-inquerito-sigiloso-da-morte-de-fazendeiro-1.3170213" target="_blank">Réus do caso Fábio Escobar terão acesso a inquérito sigiloso da morte de fazendeiro</a></div>

A defesa do policial também argumentou que o procedimento administrativo disciplinar (PAD) aberto para verificar a quem pertenciam os celulares apreendidos no presídio em outubro de 2023 foi arquivado demonstrando que o policial não era dono de nenhum. O MP-GO reclamou que não foi anexado à petição cópia do comprovante de arquivamento. Ainda segundo a defesa, a direção do presídio informou que Thiago estava “receptivo, disciplinado e colaborativo com o serviço de dia”.

Em documento anexado ao processo, o diretor do presídio militar de Goiânia, tenente-coronel Bráulio de Souza Bessa, afirma que o comportamento de Thiago teve uma “melhora significativa, tendo atitudes mais colaborativas e demonstrando mais acatamento a hierarquia e disciplina presentes nesta unidade militar”. “Assim para esta Diretoria, a aplicação do Regime Disciplinar Diferenciado (RDD) já surtiu o efeito necessário, tendo sido seu objetivo principal cumprido”, escreveu.

Em uma petição assinada por promotores de três áreas do MP-GO, é pedido que Thiago siga no RDD por “permanecem inalterados os fundamentos legais que compuseram os requisitos para aplicação da medida” e que o cabo “continua a oferecer alto risco para a ordem carcerária, de modo que a medida de permanência em Regime Disciplinar Diferenciado é medida adequada a sua condição.” O parecer do órgão não foi acatado pelo juiz.

O magistrado afirmou que o RDD é uma “medida excepcional” que precisa ser revista periodicamente para evitar uma manutenção indevida de presos em “regimes excessivamente restrititos”. “Considerando a melhora substancial no comportamento do acusado e a ausência de elementos que justifiquem a manutenção da medida excepcional, a exclusão do acusado do RDD é medida que se impõe.”

Atualmente, Thiago aguarda preso tramitação da audiência de instrução e julgamento do caso de Fábio Escobar para saber se vai ou não à júri popular pelo crime. Sobre a morte de Lucas, a Justiça decidiu em março pelo júri do cabo e de outros dois policiais por homicídio duplamente qualificado. Neste caso, ele aguarda os recursos sem prisão decretada.

Caso Fábio Escobar: Justiça tira restrições a PM preso após 9 meses

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Crime

A Justiça soltou um dos três policiais militares acusados de envolvimento no assassinato do empresário Fábio Alves Escobar Cavalcante, de 38 anos, em Anápolis. O terceiro sargento da PM Erick Pereira da Silva estava preso desde 19 de setembro e conseguiu a liberdade após a defesa argumentar que houve excesso de prazo processual, uma vez que até o momento não houve a conclusão da audiência de instrução e julgamento, etapa na qual se define se os réus vão ou não a um júri popular.

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Fábio foi executado em uma emboscada na noite de 23 de junho de 2021. A Polícia Civil e o Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO) apontam que o crime foi encomendando pelo ex-auxiliar do governo de Goiás e ex-presidente do Democratas (atualmente União Brasil) em Anápolis, Carlos César Savastano de Toledo, o Cacai, que tinha desavenças com a vítima, principalmente após as eleições estaduais de 2018. Segundo as investigações, Erick auxiliou um policial a cadastrar um chip no celular que seria usado para atrair Fábio à emboscada.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/reus-do-caso-fabio-escobar-ter-o-acesso-a-inquerito-sigiloso-da-morte-de-fazendeiro-1.3170213" target="_blank">Réus do caso Fábio Escobar terão acesso a inquérito sigiloso da morte de fazendeiro</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/cacai-toledo-pede-nulidade-de-provas-e-nega-elo-com-morte-de-fabio-escobar-1.3158812" target="_blank">Cacai Toledo pede nulidade de provas e nega elo com morte de Fábio Escobar</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/cacai-foi-procurado-em-tres-estados-e-dois-paises-1.3143017" target="_blank">Cacai foi procurado em três estados e dois países</a></div>

A audiência na qual testemunhas e réus seriam interrogados pela primeira vez na Justiça estava prevista para 20 de setembro. Porém, dois dias antes a Justiça adiou para quatro dias em novembro. O motivo alegado foi um impasse envolvendo o desentranhamento de provas que a defesa considera serem ilegais. Ao soltarem Erick, os juízes da 1ª Vara Criminal de Anápolis que assinam o documento alegam que já se passaram mais de 235 dias desde a decretação da prisão preventiva, sendo que o previsto legalmente para a primeira fase processual é de 135 dias.

Os juízes ressaltam que a prova contra Erick é apenas a conexão à rede de internet fixa na casa do policial feita em 21 de junho de 2021 com o celular usado para atrair o empresário, e que ela durou só um minuto. Segundo as investigações, foi quando se cadastrou o chip usado em um celular subtraído por outros policiais em abordagem a um casal também em Anápolis. O 3º sargento não teria participado da execução em si e nem dos outros sete assassinatos que, segundo o MPGO, serviriam para encobrir os rastros dos criminosos.

Outras prisões

Já no caso dos cabos Glauko Olívio de Oliveira e Thiago Marcelino Machado, cuja defesa é a mesma de Erick, a Justiça não acatou o pedido de liberdade por excesso de prazo processual. Nesse caso, além do fato de ambos estarem sendo acusados de um envolvimento mais direto com a execução de Fábio, foi citado pelo MPGO o elevado número de mortes em abordagens policiais pelos quais os dois policiais respondem nos últimos três anos em processos na Justiça comum ou militar ou pelos quais ainda são investigados.

Os promotores afirmam que Glauko está envolvido em 23 mortes de civis em 15 abordagens policiais entre 2020 e 2023, enquanto Thiago esteve em 4 abordagens que resultaram em 8 civis mortos entre 2021 e 2023. Segundo o MPGO, mesmo que se pese o fato de ambos serem PMs e estarem submetidos a constantes situações de risco, o número de vítimas em supostos confrontos é elevado a ponto de “não se desprezar”.

As investigações apontam que Glauko esteve envolvido na abordagem ao casal em que se apreendeu o celular usado na execução e depois participou da morte de Bruna Vitória Rabelo, grávida de sete meses e dona do aparelho, além de outras seis pessoas, como queima de arquivo. Thiago, que seria quem passou o celular para Erick, esteve também envolvido nessas seis mortes posteriores, mas não na de Bruna.

Os promotores citam uma “alta periculosidade” em relação aos dois policiais para rebater o pedido de soltura de ambos e lembram que, em alguns processos, os cabos já foram pronunciados, aguardando o agendamento do júri. Também é destacada a “sofisticação” do modo como os crimes foram cometidos, a relação dos agentes com autoridades próximas às forças de segurança pública e “inúmeras facilidades e prerrogativas” que os réus possuem por serem policiais, o que pode “repercutir diretamente na produção probatória da instrução em curso”.

Ao contrário do que houve no pedido feito por Erick, em relação aos dois cabos a Justiça alegou que não foram apresentados fatos novos que mudassem o entendimento quanto à prisão preventiva, e que a duração do processo criminal “não é determinada por prazos estanques” que envolvam apenas e simplesmente a contagem dos dias. Ainda de acordo com o Judiciário, as questões relacionadas ao mérito das acusações trazidas pela defesa nos pedidos de soltura não devem ser analisadas neste momento do processo.

Além dos policiais, respondem pela morte de Fábio Escobar o ex-assessor do governo de Goiás, que continua preso após diversos pedidos de liberdade negados, e o assessor da Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego), Jorge Caiado. Cacai ficou quase sete meses foragido e foi preso em 3 de junho, se encontrando detido. Jorge é o único que responde em liberdade desde o início que seu nome surgiu nas investigações. Ele teria auxiliado o ex-assessor a encomendar a execução.

As audiências de instrução e julgamento estão previstas para quatro datas em novembro: 1º de novembro (oitivas de testemunhas de acusação); 8 de novembro (oitivas de testemunhas de acusação e de defesa dos policiais militares acusados); 22 de novembro (oitivas de testemunhas de defesa de Jorge e Cacai); 29 de novembro (reservada para atos remanescentes).

Justiça solta um dos PM acusados de matar Fábio Escobar

Investigação

A Justiça autorizou que os réus pelo assassinato do empresário Fábio Alves Escobar Cavalcante, de 38 anos, tenham acesso ao inquérito policial que apura a morte do fazendeiro Luiz Carlos Ribeiro da Silva, de 52. Ambos foram mortos em Anápolis, sendo Fábio em junho de 2021 e Luz Carlos em dezembro de 2022. Segundo a defesa de um dos acusados pela morte de Fábio, haveria dois policiais militares envolvidos nos dois crimes.

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A investigação sobre a morte do fazendeiro tramita em sigilo, tendo muito pouco sido divulgado pela Polícia Civil. Luiz Carlos, que era próximo ao prefeito de Anápolis, Roberto Naves (PP), foi morto com seis tiros em frente a um estabelecimento comercial na Avenida Brasil Sul, uma das mais movimentadas da cidade. O carro usado no crime foi apreendido em um desmanche em Aparecida e pertenceria a um ex-agente prisional.

Já Fábio foi morto em uma emboscada, segundo o Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO), a mando do ex-auxiliar do governo de Goiás e ex-presidente do Democratas (atual União Brasil) em Anápolis, Carlos César Savastano de Toledo, o Cacai. O motivo seriam desavenças políticas após as eleições em 2018, quando trabalharam juntos. Ele foi denunciado com três policiais militares e o assessor da Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego), Jorge Caiado, pelo crime.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/cacai-toledo-pede-nulidade-de-provas-e-nega-elo-com-morte-de-fabio-escobar-1.3158812" target="_blank">Cacai Toledo pede nulidade de provas e nega elo com morte de Fábio Escobar</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/cacai-foi-procurado-em-tres-estados-e-dois-paises-1.3143017" target="_blank">Cacai foi procurado em três estados e dois países</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/cacai-recebeu-auxilio-de-rede-de-apoio-aponta-policia-civil-1.3142773" target="_blank">Cacai recebeu auxílio de rede de apoio, aponta Polícia Civil</a></div>

Ao pedir que o inquérito da morte de Luiz Carlos fosse anexado ao processo sobre a morte de Fábio, a defesa de Cacai afirma que um dos policiais denunciados, o cabo Thiago Marcelino Machado, e o sargento Welton da Silva Vieiga, que teria se matado durante uma abordagem pela Polícia Civil em sua residência em janeiro de 2023, estão envolvidos nas duas execuções. Além disso, no inquérito requisitado há material do serviço de inteligência da Polícia Civil mostrando semelhanças nos homicídios.

A defesa de Cacai já teve acesso ao inquérito liberado em julho e pediu desta vez que fosse juntado o inquérito ao processo, “principalmente a extração dos dados dos aparelhos telefônicos e depoimentos prestados”, além de todas as mídias juntadas na investigação sobre a morte de Luiz Carlos para que “os acusados tenham oportunidade de fazer carga”. “A presente defesa ainda não teve acesso a tais mídias.”

Welton era suspeito de integrar um grupo de extermínio formado por PMs, contratados para cometer execuções em Anápolis e região. No caso de Fábio, ele é apontado como o executor do crime. Thiago teria auxiliado na operacionalização, junto com mais dois colegas de farda, Glauko Olívio de Oliveira e Erick Pereira da Silva. Ainda não foi tornado público pela Polícia Civil se e como Welton e Thiago estariam envolvidos na morte de Luiz Carlos.

Na decisão que permitiu o acesso à investigação para todos os réus, entretanto, os juízes Samuel João Martins, Georges Leonardis Gonçalves dos Santos e Nathália Bueno Arantes da Costa, todos da 1ª Vara Criminal de Anápolis, destacam que não há uma vinculação entre os casos. “O motivo da autorização é garantir à defesa o acesso ao acervo investigativo, cabendo ao réu trazer a estes autos os documentos de seu interesse (as evidências que lhe favoreçam), sendo desnecessário autorização de compartilhamento.”

Cacai está preso desde o dia 3 de junho, após ficar quase sete meses foragido. Na mesma decisão que liberou o acesso ao inquérito, a Justiça voltou a negar pedido de liberdade feito por sua defesa. Segundo o juiz, o requerimento “não se distancia” de outro feito pelo ex-auxiliar do governo em julho. “Neste ponto, permanecendo a avaliação preliminar de materialidade delitiva e não modificados os indícios de autoria, o pedido de revogação da prisão preventiva não merece ser acolhido.”

<h2>Decisão sobre provas</h2>

Os juízes negaram pedidos das defesas para que provas fossem anuladas, mas atenderam requisição para que se oficie empresas de telefonia e de celular para fornecer informações sobre a localização do celular de Fábio em um intervalo de 24 horas a partir de pouco antes de seu assassinato.

Entre as provas que os juízes negaram anular estão os depoimentos dos coronéis da PM Benito Franco, ex-comandante das Rondas Ostensivas Táticas Metropolitana (Rotam), e Newton Nery Castilho, ex-secretário da Casa Militar de Goiás, que informaram terem sido procurados por Cacai e Jorge para tratar sobre o empresário com a clara intenção de vê-lo morto. Segundo a decisão, o conteúdo das falas será analisado no momento apropriado do processo e não houve ilegalidade nas oitivas.

Por outro lado, a Justiça determinou a anulação de provas que foram compartilhadas de outra investigação envolvendo Cacai, na qual se apurava um esquema de corrupção em um órgão do governo estadual. Foram captadas conversas nas quais o ex-auxiliar fala sobre Fábio e comenta sobre a necessidade de uma “ação enérgica nossa”. A defesa de Cacai já havia conseguido a anulação no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e tentava agora estender a anulação para tudo que foi levantado posteriormente, o que foi negado pela 1ª Vara Criminal.

A Justiça agendou para 20 de setembro a audiência de instrução e julgamento, etapa do processo no qual as testemunhas e os réus são interrogados antes do magistrado decidir se encaminha ou não o julgamento para o júri. Antes da decisão, os advogados de defesa e o MPGO têm um prazo para apresentar as alegações finais.

Réus do caso Fábio Escobar terão acesso a inquérito sigiloso da morte de fazendeiro

Justiça

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<div attr-cid="policy:1.3145056" attr-version="policy:1.3145056:1718198263" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3145056" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3145056', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3145056">POP_AgressaoDistr_120624 (1.3145056)</a></div>

A Justiça de Goiás decretou a prisão preventiva do <a href="https://opopular.com.br/cidades/policial-penal-armado-e-cliente-de-distribuidora-s-o-suspeitos-de-espancar-mulher-diz-pm-video-1.3145027" target="_blank">policial penal</a> Eiryan Valcley de Jesus Valadão, suspeito de agredir uma mulher na porta de uma distribuidora em Senador Canedo, na Região Metropolitana de Goiânia. Conforme noticiado pela TV Anhanguera, a prisão em flagrante foi convertida em preventiva durante&nbsp;audiência de custódia realizada na quinta-feira (13).

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&nbsp;

O POPULAR tentou contato com a Diretoria-Geral de Polícia Penal de Goiás (DGPP) e com a Secretaria de Segurança Pública (SSP) para confirmar a prisão de Eiryan, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem. &nbsp;

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/mulher-agredida-por-policial-penal-armado-e-cliente-de-distribuidora-relata-medo-achei-que-ia-morrer-1.3145372" target="_blank">Mulher agredida por policial penal armado e cliente de distribuidora relata medo: 'Achei que ia morrer'</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/mulher-agredida-por-policial-penal-em-distribuidora-diz-que-ele-chegou-a-atirar-no-rosto-mas-ela-conseguiu-desviar-1.3145726" target="_blank">Mulher agredida por policial penal em distribuidora diz que ele chegou a atirar no rosto, mas ela conseguiu desviar</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/policial-penal-armado-e-cliente-de-distribuidora-s-o-suspeitos-de-espancar-mulher-diz-pm-video-1.3145027" target="_blank">Policial penal armado e cliente de distribuidora são suspeitos de espancar mulher, diz PM; vídeo</a> 
&nbsp;</div>

A reportagem também entrou em contato com a defesa de Eiryan para pedir um posicionamento sobre o caso, mas não obteve retorno até a última atualização desta repotagem.&nbsp;

<h2>Entenda o caso</h2>

<img attr-cid="policy:1.3145038" attr-version="policy:1.3145038:1718196060" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3145038/Proporção para foto do site.jpg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
As agressões aconteceram na madrugada de terça-feira (11) na porta de uma distribuidora em Senador Canedo (Reprodução câmeras/TV Anhanguera)

Segundo a Polícia Militar, as<a href="https://opopular.com.br/cidades/policial-penal-armado-e-cliente-de-distribuidora-s-o-suspeitos-de-espancar-mulher-diz-pm-video-1.3145027" target="_blank"> agressões aconteceram </a>na madrugada de terça-feira (11). Eiryan Valcley de Jesus Valadão e Marcos Vinícius Souza Mesquita foram presos suspeitos de cometer o crime.&nbsp;Além da agressão, um dos suspeitos<a href="https://opopular.com.br/cidades/mulher-agredida-por-policial-penal-em-distribuidora-diz-que-ele-chegou-a-atirar-no-rosto-mas-ela-conseguiu-desviar-1.3145726" target="_blank"> efetuou disparos de arma </a>de fogo contra a vítima. Câmeras de segurança registraram a ação (assista acima).&nbsp;

Nas imagens é possível ver quando a mulher chega no local e o policial penal se aproxima dela para conversar. A vítima nega, o tempo todo, qualquer tipo de contato com os homens. Porém, assim que a mulher pega a bebida para ir embora, os dois suspeitos a impedem de sair do local e o policial penal começa a agredi-la.&nbsp;

Após se livrar dos agressores, a mulher foi embora pra casa e acionou a PM que por meio das imagens das câmeras de segurança do local conseguiu identificar os suspeitos através da placa da motocicleta utilizada por eles para evadirem da distribuidora.

De acordo com a PM,&nbsp;o policial penal deve responder por importunação sexual e disparo de arma de fogo em via pública.

<h2 style="font-family: &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans&quot;, geneva, arial, sans-serif; color: rgb(0, 0, 0); text-rendering: optimizelegibility;">Defesas</h2>

A defesa do agente Eiryan Valcley de Jesus Valadão informou que não fará declarações detalhadas até que tenha conhecimento dos fatos e acesso completo aos autos do processo. Além disso, esclareceu que "assim que tomou conhecimento dos fatos, o policial penal prontamente se apresentou e não se furtou da justiça, entregando-se para prestar todos os esclarecimentos necessários ao Judiciário", diz um trecho do comunicado.

Em nota, a defesa de Marcos Vinícius Souza Mesquita afirmou que o mesmo é réu primário e que este é um caso isolado em sua trajetória de 30 anos de vida. “O mesmo está à disposição da justiça, para prestar todos esclarecimentos necessários para elucidar os fatos da filmagem”, diz um trecho do comunicado (leia íntegra ao final da reportagem).&nbsp;

Em nota enviada ao&nbsp;POPULAR, a Diretoria-Geral de Polícia Penal de Goiás disse que o servidor encontrava-se em seu período de folga e que foi instaurado um Procedimento Administrativo Disciplinar para apurar o fato (leia íntegra ao final da reportagem).

<h2 style="font-family: &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans&quot;, geneva, arial, sans-serif; color: rgb(0, 0, 0); text-rendering: optimizelegibility;">Nota da defesa do policial Eiryan Valadão</h2>

"Em virtude dos recentes acontecimentos, informamos que, neste momento, não faremos declarações detalhadas até que tenhamos pleno conhecimento dos fatos e acesso completo aos autos do processo. Reiteramos nosso compromisso com a transparência e a verdade.

Gostaríamos de esclarecer que, assim que tomou conhecimento dos fatos, o policial penal prontamente se apresentou e não se furtou da justiça, entregando-se para prestar todos os esclarecimentos necessários ao Judiciário.

Sobre a prisão, a defesa entende que não preenche os requisitos da prisão em flagrante, pois o acusado se apresentou espontaneamente.

Agradecemos pela compreensão e pedimos que aguardem novas informações. Manteremos a imprensa e o público informados assim que tivermos mais detalhes a compartilhar.

Atenciosamente, 
Jamerson Justo - OAB GO n. 52236."

Nota de Marcos&nbsp;Vinícius Souza Mesquita

"A defesa de Marcos vem informar, que o mesmo e réu primário, sendo este um caso isolado em sua trajetória de 30 anos de vida. Que o mesmo está a disposição da justiça, para prestar todos esclarecimentos necessários para elucidar os fatos da filmagem.

Meu cliente está bastante abalado em crises depressivas, sob efeitos de calmantes, uma vez que nunca cometeu qualquer ato ilícito, nos seus longos anos de vida, que sempre foram pautados por muito trabalho de uma vida honesta. Me solicitou que pedisse em seu nome uma desculpa coletiva, e principalmente a Vítima.&nbsp;

Atenciosamente&nbsp;

Advogada Criminal Tatiany Alzira"

Nota Diretoria-Geral de Polícia Penal de Goiás&nbsp;

&nbsp;“A Diretoria-Geral de Polícia Penal informa:&nbsp;

&nbsp;- O servidor encontrava-se em seu período de folga. Entretanto, a instituição, ao tomar conhecimento do fato pela Polícia Civil de Goiás, imediatamente instaurou Procedimento Administrativo Disciplinar (PAD), por meio da sua Corregedoria, para apurar o fato.&nbsp;&nbsp;

&nbsp;- O cumprimento do mandado de prisão ocorreu após a apresentação do servidor, de forma voluntária, à Delegacia de Polícia Civil. A ação foi realizada com base na Portaria nº 335, de 25 de abril de 2023, da Secretaria de Estado da Segurança Pública. O ato foi acompanhado pela Corregedoria da Polícia Penal na data de terça-feira (11).&nbsp;&nbsp;

&nbsp;- O servidor, que executa suas atividades no Grupo Tático de Ações e Escolta (GTAE), está recolhido na Unidade de Custódia Especial Marco Aurélio Rodrigues, em Goiânia.&nbsp;&nbsp;

&nbsp;- A Polícia Penal reitera que não coaduna com qualquer conduta que vá contra a integridade física e moral de qualquer pessoa, bem como esteja desalinhada com a obrigação funcional do servidor público, de atuar sempre com respeito às leis.”&nbsp;

Goiânia, 12 de junho de 2024&nbsp;

Comunicação Setorial da Diretoria-Geral de Polícia Penal"

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