O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (UB), chamou de “político” o voto do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes que suspendeu, em liminar, o modelo de parceria, sem licitação, entre o estado e o Instituto para o Fortalecimento da Agropecuária de Goiás (Ifag) para executar obras com recursos do Fundo Estadual de Infraestrutura (Fundeinfra). Em nota, o governador afirmou que a cautelar foi concedida no âmbito de ação proposta pelo diretório nacional do PT “contra andamento de obras da nossa gestão” e disse que irá cumprir a determinação. A ação direta de inconstitucionalidade (ADI) teve articulação do deputado estadual Mauro Rubem (PT). No texto, Caiado lembrou que, ao tomar posse como presidente do STF, em 29 de setembro, o ministro Edson Fachin afirmou: “Ao direito, o que é do direito. À política, o que é da política”. “O voto do ministro Alexandre de Moraes foi político”, alegou Caiado.Também por nota, a Procuradoria-Geral do Estado (PGE) afirmou que a cautelar não encerra o debate constitucional relacionado ao Programa de Parcerias do Fundeinfra. “No Estado de Direito, decisão judicial se cumpre. Porém, no Estado Democrático de Direito, decisão judicial se discute. É exatamente isso que fará o estado de Goiás, por meio da PGE-GO”, informa a nota. Segundo a PGE, o tema é de “elevada complexidade técnica e jurídica”. O órgão afirmou que, em diálogo institucional com o STF, “demonstrará a juridicidade das leis estaduais que disciplinam a matéria, com o objetivo de reverter o entendimento liminar”. O Ifag informou que aguarda ser notificado pelo governo sobre os procedimentos a serem adotados diante da decisão de Moraes. O modelo de parceria já havia sido questionado pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO)em abril deste ano. O caso levou a um embate entre o Executivo e o MP-GO. (Karla Araújo)