O governador Ronaldo Caiado e o ex-presidente Jair Bolsonaro intercalaram momentos de amor e ódio, desde o início do governo de ambos, em 2019. A eleição deste 2024 retoma a fase de distanciamento entre eles, com pinta de que pode piorar até o fim do segundo turno. E não apenas por seus candidatos Fred Rodrigues (PL) e Sandro Mabel (União) serem adversários na disputa pela prefeitura de Goiânia, mas por divergências que dizem mais sobre 2026 do que meramente sobre a sucessão municipal. Sim, há discórdias desta eleição, mas é bom lembrar que Bolsonaro nunca superou a reprimenda que recebeu de Caiado por seu negacionismo em relação à pandemia da Covid 19. Em 25 de março de 2020, Caiado citou Barack Obama (“tanto na política como na vida, a ignorância não é uma virtude”), ao considerar “irresponsável” a posição do presidente em relação à pandemia. Quatro anos depois, no comício de Fred Rodrigues em Goiânia, em 24 de setembro, Bolsonaro retrucou Caiado sem citar seu nome: “Governador covarde! Governador covarde!”, esbravejou ao justificar que na época foi contra os governadores que falavam “fiquem em casa, a economia a gente vê depois”.