Rubens Salomão

Caiado busca aliança com PL

O governador Ronaldo Caiado (UB) afirmou ao POPULAR neste domingo (6) que espera resposta do Partido Liberal sobre possível <a href="https://opopular.com.br/politica/caiado-nega-plano-b-e-alega-ter-densidade-para-ampla-alianca-1.3282190" target="_self">aliança estadual para a disputa das eleições de 2026</a>, em apoio à pré-candidatura do vice-governador Daniel Vilela (MDB). Caiado relatou ao POPULAR que apresentou posição clara contra o eventual projeto próprio do senador Wilder Morais (PL), em encontro com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), no Palácio das Esmeraldas, e que trabalha para a composição.

“Eu tratei isso com muita clareza no dia em que recebi a visita do presidente Bolsonaro aqui, com a presença do Wilder. Eu disse tudo isso a ele e disse ao presidente Bolsonaro do meu interesse em construir esse apoio. É fundamental que a gente busque, neste ano de 20026, o entendimento comum e que o PL venha participar da nossa chapa majoritária”, afirmou.

Como informado pelo POPULAR, Caiado e Bolsonaro tiveram reunião no dia 19 de junho, antes da agenda de compromissos do ex-presidente em Goiânia. O diálogo foi tratado por bolsonaristas como “de cortesia”, mas incluiu articulações de Caiado em busca da aliança estadual com o PL e de Bolsonaro, que procurou manter o foco do diálogo no cenário nacional, além de desabafo sobre o que chama de “perseguição”.

<ul>
	<li>Veja na CBN Goiânia:&nbsp;<a href="https://www.cbngoiania.com.br/cbn-goiania/papo-politico/ronaldo-caiado-tem-5-das-intenc-es-de-voto-para-as-eleic-es-presidenciais-de-2026-aponta-pesquisa-1.3273392" target="_blank">Ronaldo Caiado tem 5% das intenções de voto para as eleições presidenciais de 2026, aponta pesquisa</a></li>
</ul>

A aliança entre os dois partidos já havia sido sugerida diretamente a Bolsonaro em reunião com Daniel Vilela, em novembro de 2024. Nas duas oportunidades e em seguidas declarações públicas, o ex-mandatário não rejeitou a ideia e reforçou que tem mantido foco prioritário nas construção de candidaturas viáveis ao Senado nos estados, o que abriria possibilidade para composição da chapa majoritária governista, em apoio ao vice-governador.

A conversa com <a href="https://opopular.com.br/politica/visita-de-bolsonaro-a-caiado-nutre-hipotese-governista-de-alianca-1.3279425" target="_self">Caiado ocorreu na primeira visita de Bolsonaro a Goiás</a> desde a intensa disputa entre os dois nas eleições municipais. Segundo apurado pelo POPULAR, Caiado defendeu diretamente na oportunidade que não seria “o momento” de Wilder Morais se candidatar ao governo e defendeu a aliança em torno de Daniel, em fala que não foi contestada por Wilder ou pelo deputado federal Gustavo Gayer (PL), que participaram do encontro.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/politica/caiado-diz-que-sera-candidato-mesmo-se-for-contra-tarcisio-1.3283980" style="font-size: 12px;" target="_self">Caiado diz que será candidato mesmo se for contra Tarcísio</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/caiado-nega-plano-b-e-alega-ter-densidade-para-ampla-alianca-1.3282190" style="font-size: 12px;" target="_self">Caiado nega plano B e alega ter 'densidade' para 'ampla aliança'</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/visita-de-bolsonaro-a-caiado-nutre-hipotese-governista-de-alianca-1.3279425" style="font-size: 12px;" target="_self">Visita de Bolsonaro a Caiado nutre hipótese governista de aliança</a></div>

Neste domingo, o governador confirmou o trabalho pela composição. “Eu também disse do compromisso que tenho com o apoio direto à candidatura do Daniel Vilela ao governo do estado de Goiás, mas nós temos aí condições de compor essa aliança dentro de uma discussão em relação a nomes que poderão participar da majoritária”, contou.

A reunião em junho também contou com apontamento de que o caminho para a composição teria sido clareado com a resolução, por Bolsonaro, do conflito interno entre Gayer e o vereador Vitor Hugo, que foi demovido da ideia de manter pré-candidatura ao Senado. O vereador havia deflagrado racha interno quando, em novembro, organizou o encontro entre o ex-presidente e Daniel.

Bolsonaro, no entanto, não teceu comentários sobre as defesas de Caiado, que prefere não analisar a situação interna do PL em Goiás e apenas aguardar uma resposta. “Veja, eu não entrei nesse detalhamento partidário. Eu coloquei a minha posição, está certo? A posição de construir o acordo para 2026. É lógico que eu vou aguardar o pronunciamento do PL em relação a esse entendimento que pode ser construído. É meu interesse e eu disse isso claramente ao presidente, na presença do Wilder e também na presença do deputado federal Gustavo Gayer’, confirmou.

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<h2>Relação</h2>

Caiado e Wilder se encontraram e mantiveram cumprimentos protocolares neste domingo, durante a missa solene de encerramento da Romaria do Divino Pai Eterno, no altar da Praça do Santuário Basílica, em Trindade. Nos bastidores, no entanto, a primeira-dama e pré-candidata ao Senado, Gracinha Caiado (UB), manteve conversas próximas com o senador.

Questionada pela reportagem, Gracinha nega que tenha buscado diálogo sobre a possível composição e afirmou manter “ótima relação” pessoal com Wilder. “Não, não. Conversei com o Wilder assuntos particulares dele, do neném que está chegando. Minha conversa foi essa”, disse ela.

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Gracinha, porém, afirma que ainda acredita na possibilidade de composição com o partido do ex-presidente Jair Bolsonaro para a disputa das eleições estaduais. Em maio, a primeira-dama reforçou ao POPULAR a defesa pelo lançamento de chapa única ao Senado na base governista, com apenas dois nomes em busca das duas vagas em disputa no próximo ano. Neste sentido, apontou que a união com o PL seria “importantíssima”.

Desde a declaração, no entanto, o senador Wilder Morais passou a apresentar a intenção de lançar candidatura própria ao governo estadual, com chapa independente também ao Senado, e a rejeitar a ideia de aliança com o Palácio das Esmeraldas. Na última semana, o presidente nacional do PL, Valdemar da Costa Neto, participou de reunião do partido em Goiânia e discursou em defesa do pleito do senador ao Executivo estadual.

“É claro que eu acredito, até porque nós sempre estivemos juntos nos momentos mais difíceis do presidente Bolsonaro”, afirmou a primeira-dama neste domingo sobre as esperanças de que a composição seja confirmada. Gracinha ainda lembra das divergências entre os dois grupos políticos no ano passado, quando o próprio Bolsonaro fez campanha contra a base caiadista nas maiores cidades goianas, mas aponta que a situação deve ser superada.

“Tivemos aquela separação na época da eleição, aqui na campanha da Prefeitura, mas, sem dúvida nenhuma, acho que todos já reconheceram que PL, União Brasil e PP precisam andar juntos”, finaliza a pré-candidata.

As defesas de Gracinha e Caiado de uma aliança mantêm alinhamento com a posição apresentada por Daniel Vilela, em entrevista ao POPULAR no início de maio. O vice defendeu que não se pode “cometer o mesmo erro de 2024 para 2026” e que a relação com o PL “voltou a ter bom senso”. O emedebista ainda relatou trecho do diálogo com Bolsonaro, em 2024, sobre a possibilidade de o partido indicar uma das vagas para disputa ao Senado, ao lado de Gracinha.

Daniel também defendeu a adoção de “bom senso” dos aliados interessados na disputa ao Senado, quando defendeu a chapa única como “cenário ideal para ter uma condição de competitividade muito forte”. O vice avaliou que os nomes que não tiverem “grupo” ou “nicho” para buscar votos deverão “pensar muito na possibilidade de não ser candidato e fazer uma avaliação sobre a viabilidade”.

Caiado espera apoio do PL após falar com Bolsonaro

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Eleições 2026

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O governador Ronaldo Caiado (UB) alterou o nível de ataques ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em dois momentos com distintas reações ao tarifaço imposto ao Brasil pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Depois de postagem nas redes sociais, em que <a href="https://opopular.com.br/politica/lula-chefia-narcoestado-diz-caiado-1.3286559" target="_self">ataca o petista e o responsabiliza pela medida norte-americana</a>, o goiano passou a adotar discurso pautado pela cautela, com a defesa da interlocução entre os dois países.

Apesar da mudança no tom, Caiado manteve nas duas manifestações a <a href="https://opopular.com.br/politica/caiado-critica-posic-o-de-lula-ao-tarifaco-de-trump-e-diz-que-presidente-afronta-gratuitamente-o-governo-americano-1.3286691" target="_self">posição contrária à postura adotada por Lula</a>, com a sugestão para que o Congresso Nacional tome parte na negociação para buscar “interlocução” e “entendimento”. No texto publicado na quarta-feira (9), logo depois do anúncio de Donald Trump, o governador apontou que o presidente segue o “script” do ex-presidente da Venezuela, Hugo Chávez, “ao afrontar gratuitamente o governo americano”.

Já nesta quinta-feira (10), depois de repercussão dividida entre críticas e elogios na publicação, Caiado passou a defender que a “queda de braço só traz prejuízo ao povo brasileiro” e apontou caminho baseado no “diálogo”. Em entrevista coletiva depois de reunião sobre o consórcio intermunicipal para a gestão do Samu, o governador apontou que sugeriu a formação de comissão do parlamento brasileiro aos presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos/PB), e do Senado, David Alcolumbre (UB/AP).

<ul>
	<li>Veja no g1 Goiás:&nbsp;<a href="https://g1.globo.com/go/goias/noticia/2025/07/10/caiado-critica-lula-ao-falar-sobre-tarifaco-de-trump-afronta-gratuitamente-o-governo-americano.ghtml" target="_blank">Caiado critica Lula ao falar sobre tarifaço de Trump: 'Afronta gratuitamente o governo americano'</a></li>
</ul>

“Essa queda de braço só traz prejuízo ao povo brasileiro. Eu sugeri que eles constituíssem uma comissão e que buscassem o diálogo e o entendimento para que essa situação tarifária não viesse da maneira que foi colocada de um lado e de outro, até porque não cabe neste momento uma atitude provocativa e nem um aumento da carga tributária”, defendeu.

Ao negar um possível aumento, Caiado se posicionou contra, portanto, a possibilidade de aplicação da Lei de Reciprocidade Econômica, citada por Lula em resposta à <a href="https://opopular.com.br/mundo/trump-anuncia-que-tarifa-de-50-sobre-cobre-entra-em-vigor-em-1-de-agosto-1.3286598" target="_self">taxação em 50% dos produtos brasileiros anunciada por Trump</a>. O dispositivo está em vigor desde abril deste ano, e foi aprovado em meio às ameaças do presidente norte-americano de tarifar as exportações brasileiras ao país.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/mundo/trump-anuncia-que-tarifa-de-50-sobre-cobre-entra-em-vigor-em-1-de-agosto-1.3286598" style="font-size: 12px;" target="_self">Trump anuncia que tarifa de 50% sobre cobre entra em vigor em 1° de agosto</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/lula-chefia-narcoestado-diz-caiado-1.3286559" style="font-size: 12px;" target="_self">'Lula chefia narcoestado', diz Caiado</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/caiado-critica-posic-o-de-lula-ao-tarifaco-de-trump-e-diz-que-presidente-afronta-gratuitamente-o-governo-americano-1.3286691" style="font-size: 12px;" target="_self">Caiado critica posição de Lula ao tarifaço de Trump e diz que presidente afronta 'gratuitamente o governo americano'</a> 
&nbsp;</div>

A lei prevê que o governo brasileiro poderá adotar “contramedidas” em resposta a “ações, políticas ou práticas unilaterais de país ou bloco econômico que impactem negativamente a competitividade internacional brasileira”.

“O que nós precisamos neste momento é ofertar ao brasileiro a condição de tranquilidade. Ninguém suporta mais esse quadro que está se vivendo no país de um governo também que, ao mesmo tempo, não faz por onde, como outros países”, afirma Caiado, ao retomar críticas indiretas à postura política de Lula em relação ao governo do Partido Republicano nos Estados Unidos.

“Eu estava na Índia quando o Trump tomou posse e, imediatamente, o primeiro-ministro, Narendra Modi, foi lá conversar com ele pessoalmente. O presidente da Argentina saiu de lá e foi conversar com ele pessoalmente. Ou seja: cada um teve o cuidado de proteger o seu país”, apontou Caiado, citando dois líderes nacionais alinhados ideologicamente com Trump.

“Então, com essa coisa de ficar se agredindo por mensagem ou discurso, você vê que os outros países estão crescendo. Acho que nós temos é que sair desse quadro e eu busco neste momento a interlocução do Congresso Nacional para tentar ser o canal pacificador e poder voltar às condições anteriores da tarifa de 10% sobre o Brasil”, finalizou o governador.

Na quarta-feira, Caiado foi mais enfático nas críticas a Lula e apontou que o presidente, “de caso pensado, declara uma guerra contra o Congresso Nacional, tenta deflagrar uma luta de classes entre ricos e pobres (depois de ter assaltado os aposentados) e sai em ataque ao presidente dos Estados Unidos, país que sempre foi nosso aliado”.

O goiano ainda questionou a autoridade institucional do presidente para lidar com a crise do tarifaço. “Lula não representa o sentimento patriótico do nosso povo, e muito menos tem credenciais para defender a soberania brasileira. Lula já se ajoelhou ao narcotráfico e quer de toda maneira se aliar aos países que são verdadeiras tiranias sustentadas pelo ódio, a corrupção e o terrorismo”, acusou.

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<h2>Alinhamento</h2>

Ao defender o esclarecimento “ao povo dos Estados Unidos que não confundam declarações do Lula com o pensamento do povo brasileiro”, Caiado se alinha às primeiras manifestações de lideranças bolsonaristas interessadas na disputa à Presidência em 2026. O primeiro a responsabilizar Lula pelo tarifaço de Trump foi o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP).

O filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) usou as redes sociais para pedir que brasileiros agradeçam ao presidente dos EUA pela imposição de tarifas de 50% sobre todos os produtos brasileiros e comemorou a decisão de Trump. O parlamentar afirmou que a medida é resultado de um “lobby que realiza desde o início do ano” junto a autoridades norte-americanas para pressionar o governo brasileiro.

A linha foi seguida, sem a parte da comemoração, pelos governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), que também são considerados presidenciáveis.

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Já o presidente Lula respondeu à carta em que Trump anuncia sobretaxas de 50% aos produtos brasileiros. O petista rebateu as afirmações do americano, dizendo ser falsa a premissa de que os EUA têm déficit comercial na relação, e adiantou que o caso será respondido com base na Lei de Reciprocidade.

Lula também disse que o processo da trama golpista, a que Trump se refere na carta, está sendo tocado pela Justiça brasileira e não está sujeito a ingerências ou ameaças. Além disso, afirma que atos tomados pelo Brasil a respeito de plataformas digitais têm como objetivo combater conteúdos criminosos - como de ódio, racismo e pornografia infantil.

Caiado muda o tom para propor cautela e diálogo

Tarifaço dos EUA

Webstories - Setor produtivo goiano avalia tarifaço do Trump

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quarta-feira (9) uma sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros, gerando reações nos setores afetados e no governo brasileiro, que afirmou que vai responder com base na lei de reciprocidade.

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Como aconteceu com outros países nesta semana, o anúncio ocorreu por meio de uma carta dirigida ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e publicada no perfil de Trump na rede social Truth Social. Além de discutir a tarifa, o republicano sai em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e critica decisões do Supremo Tribunal Federal (STF).

Entenda os principais pontos do tarifaço de Trump e o que acontece agora

<h2>O que Trump anunciou?</h2>

Donald Trump anunciou uma tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos com implementação prevista para 1º de agosto.

A nova tarifa é separada das tarifas setoriais já existentes, como as de 50% aplicadas ao aço e alumínio. Mercadorias redirecionadas para evitar essa nova taxa também serão sujeitas a ela.

A nova sobretaxa é a maior entre as 21 tarifas extras anunciadas por Trump nesta semana, como os 25% aplicados sobre o Japão e a Coreia do Sul.

Trump também ameaçou que, se o Brasil retaliar aumentando suas tarifas, a porcentagem será adicionada aos 50% já impostos pelos EUA.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/mundo/trump-envia-carta-a-lula-e-anuncia-tarifa-de-50-a-produto-brasileiro-1.3286511" target="_self">Trump envia carta a Lula e anuncia tarifa de 50% a produto brasileiro</a> 
<a href="https://opopular.com.br/mundo/trump-anuncia-que-tarifa-de-50-sobre-cobre-entra-em-vigor-em-1-de-agosto-1.3286598" target="_self">Trump anuncia que tarifa de 50% sobre cobre entra em vigor em 1° de agosto</a></div>

<h2>Por que Trump quer impor tarifas?</h2>

Trump justifica a tarifa alegando que a relação comercial entre os dois países é "muito injusta" e "não recíproca", citando políticas tarifárias e não tarifárias do Brasil e supostos déficits comerciais dos Estados Unidos.

Na carta, ele também disse que as taxas se devem, em parte, "aos ataques insidiosos do Brasil às eleições livres e aos direitos fundamentais de liberdade de expressão dos americanos", referindo-se a decisões do STF de remover conteúdos de redes sociais americanas e ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), réu em ação que apura sua participação na trama golpista de 2022.

Trump também afirmou que orientou o Representante de Comércio dos EUA, Jamieson Greer, a iniciar uma investigação da Seção 301 contra o Brasil, um mecanismo que permite aos EUA impor tarifas sobre práticas comerciais consideradas desleais.

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<h2>Os EUA têm déficit comercial com o Brasil?</h2>

Não, os números oficiais mais recentes desmentem a afirmação de Trump. Faz 17 anos que o fluxo de bens entre os dois países favorece os americanos, que vendem mais do que compram.

O que Trump aponta na carta foi verdadeiro nos anos 2000, quando o Brasil registrou sucessivos superávits na relação. Nesse período, o Brasil chegou a ter uma vantagem de quase US$ 10 bilhões. A partir daí, o saldo foi caindo até se tornar negativo a partir de 2009. A série histórica disponível inicia em 1997.

Nos dados parciais de 2025, a vantagem americana é de US$ 1,6 bilhão. O Brasil exporta principalmente commodities e produtos primários –como petróleo bruto, café e produtos de ferro e aço. Já as importações de produtos americanos tem no topo bens ligados à aviação.

Os dados são do Comex Stat, sistema do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) usado pelo governo para a tomada de decisões e também para análises de mercado e estudos acadêmicos.

<h2>Qual o efeito das tarifas?</h2>

Se concretizadas, as tarifas podem encarecer para consumidores e empresas americanas produtos variados como petróleo, ferro, café, carnes e suco de laranja, alguns dos itens brasileiros mais exportados para os Estados Unidos.

O anúncio, no entanto, pegou de surpresa diversos setores brasileiros. Marcos Matos, diretor-executivo do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), diz que a entidade acompanha com atenção o anúncio e que vem, junto à National Coffee Association e às empresas que a integram, trabalhando em uma agenda positiva para tratar da taxação.

Os Estados Unidos representam, para a indústria do café, o maior mercado consumidor do mundo. O Brasil tem cerca de 30% desse mercado.

A&nbsp; Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) afirmou em nota que "qualquer aumento de tarifa sobre produtos brasileiros representa um entrave ao comércio internacional e impacta negativamente o setor produtivo da carne bovina".

Os Estados Unidos são hoje o segundo maior comprador de carne bovina do país, com uma participação de 12,33% no volume total exportado no primeiro semestre, com 181,3 mil toneladas. O volume mais do que dobrou em relação ao mesmo período de 2024, com a proteína brasileira despontando como alternativa para complementar a escassez da produção local.

Na indústria têxtil, os efeitos da decisão do presidente Trump serão diretos e indiretos, mas o risco é o de inviabilizar o comércio com o país. "Uma tarifa de 50% nos coloca fora do mercado", afirmou à reportagem o presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit), Fernando Pimentel.

Os Estados Unidos representam apenas 7% das exportações brasileiras de têxteis, contudo, elas estão concentradas em produtos de maior valor agregado, de marcas famosas ou nichos, como a moda praia.

<h2>Como o governo brasileiro reagiu?</h2>

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou a medida de Trump e disse que o Brasil responderá por meio da lei de reciprocidade. A lei da reciprocidade autoriza o governo a adotar medidas de retaliação de forma provisória durante o processo. No entanto, o decreto que normatiza essa lei ainda não foi publicado.

"É falsa a informação, no caso da relação comercial entre Brasil e Estados Unidos, sobre o alegado déficit norte-americano. As estatísticas do próprio governo dos Estados Unidos comprovam um superávit desse país no comércio de bens e serviços com o Brasil da ordem de 410 bilhões de dólares ao longo dos últimos 15 anos", escreveu Lula no X (antigo Twitter).

O governo também convocou uma reunião de última hora nesta quarta-feira (9) com ministros para discutir a decisão de Trump de aumentar para 50% a taxação extra sobre produtos brasileiros.

Participaram os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Mauro Vieira (Relações Exteriores), Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais), Sidônio Palmeira (Comunicação Social), Rui Costa (Casa Civil) e Jorge Messias (Advocacia-Geral da União), além do vice-presidente Geraldo Alckmin.

Nesta quarta, pouco antes do anúncio de Trump, o vice-presidente e ministro Geraldo Alckmin (Mdic) ressaltou os números dos dois países. "Eu não vejo nenhuma razão para aumento de tarifa em relação ao Brasil. O Brasil não é problema para os Estados Unidos, é importante sempre reiterar isso. Os Estados Unidos têm realmente um déficit de balança comercial, mas com o Brasil tem superávit de balança comercial, então o Brasil não é problema", afirmou.

"De outro lado, dos 10 produtos que eles mais exportam para nós, [para] 8 a alíquota é zero, não pagam imposto. A alíquota é zero, o chamado ex-tarifário. Então, é uma medida que, em relação ao Brasil, é injusta e prejudica a própria economia americana", complementou.

<h2>Houve impacto no dólar?</h2>

O anúncio de Trump gerou uma forte desvalorização do real. O contrato futuro de dólar com vencimento em agosto subiu 2,30%, atingindo R$ 5,6115 na venda, com um pico de alta de 2,9% após o anúncio de Trump. Já o Ibovespa futuro para agosto caiu 2,44%, aos 137.800 pontos

No fechamento do mercado à vista, o dólar já havia registrado uma alta de 1,05%, fechando a R$ 5,5023, o maior valor da divisa americana sobre o real desde 25 de junho.

<h2>O que acontece agora?</h2>

As tarifas de 50% sobre produtos brasileiros têm implementação prevista para 1º de agosto, então ainda há tempo para alterações para cima ou para baixo. Trump, por exemplo, indicou que as tarifas podem ser revistas se o Brasil "abrir seus mercados e eliminar barreiras comerciais".

O presidente dos EUA, no entanto, fez a ressalva de que, caso o Brasil decida aumentar suas tarifas, a porcentagem da retaliação será adicionada aos 50% já impostos pelos EUA.

Na hipótese de uma reação aos Estados Unidos, técnicos no governo Lula consideram que uma elevação de impostos sobre produtos americanos não é o caminho mais eficiente.

Os principais produtos importados pelo Brasil dos EUA são motores e máquinas, óleo combustível, aeronaves e gás natural, além de medicamentos. Aplicar uma sobretaxa sobre essa pauta traria consequências econômicas indesejadas, com risco de contratar inflação.

Uma opção seria a chamada retaliação cruzada sobre serviços e propriedade intelectual, resposta que foi eficaz no passado numa disputa que Brasil e EUA travaram sobre subsídios que os americanos davam ao algodão.

Trump também orientou o Representante de Comércio dos EUA a iniciar uma investigação da Seção 301 contra o Brasil, um mecanismo que pode permitir aos EUA impor tarifas adicionais por tempo indeterminado. No entanto, assim como ocorreu com as tarifas recíprocas de abril, Trump também pode recuar da decisão.

Entenda o tarifaço de Trump sobre Brasil e o que acontece a partir de agora

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TARIFAÇO

Webstories - Caiado diz que Lula chefia narcoestado

O governador Ronaldo Caiado (UB) passou a fazer acusações diretas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em nova intensificação das críticas, com o objetivo de consolidar a própria <a href="https://opopular.com.br/politica/caiado-espera-apoio-do-pl-apos-falar-com-bolsonaro-1.3285313" target="_self">pré-candidatura de oposição</a> ao Palácio do Planalto. O goiano classificou o presidente de “representante de um narcoestado” e o acusou de “chefiar o narcoestado”, em reação à revelação de agenda mantida pelo petista na Favela do Moinho, em São Paulo.

“Com essa associação ao PCC, Lula se coloca como réu confesso — um presidente que se ajoelhou para o crime organizado. Não existe Estado Democrático de Direito onde o crime manda na vida das pessoas. Não existe paz nem desenvolvimento”, afirmou o governador ao portal Metrópoles. As falas ocorrem após a publicação, pelo mesmo portal, da agenda de Lula e da primeira-dama, Janja da Silva, ocorrida no fim de junho.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/politica/caiado-espera-apoio-do-pl-apos-falar-com-bolsonaro-1.3285313" target="_self">Caiado espera apoio do PL após falar com Bolsonaro</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/visita-de-bolsonaro-a-caiado-nutre-hipotese-governista-de-alianca-1.3279425" target="_self">Visita de Bolsonaro a Caiado nutre hipótese governista de aliança</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/caiado-e-bolsonaro-tem-conversa-reservada-no-palacio-das-esmeraldas-1.3279072" target="_self">Caiado e Bolsonaro têm conversa reservada no Palácio das Esmeraldas</a></div>

O presidente visitou a comunidade e posou para fotos com representantes de uma ONG que representa a associação de moradores do local. Investigação da Polícia Civil de São Paulo apurou o possível uso da sede da entidade para guardar drogas para a facção Primeiro Comando da Capital (PCC). A presidente da ONG é irmã do traficante Leonardo Monteiro, o “Léo do Moinho”, considerado antigo chefe do tráfico na favela.

“A verdade é que o Lula é uma farsa. Nunca defendeu os pobres, os necessitados, os trabalhadores. Pelo contrário: assalta os aposentados e faz um governo vendido aos grandes lobbies e ao bem-estar dos narcotraficantes”, disse Caiado.

“Isso que vimos na imprensa hoje prova o que tenho dito há tempos: o Lula não é presidente dos brasileiros honrados e trabalhadores, e sim representante de um narcoestado implantado no Brasil, com a conivência do próprio Lula e do PT”, completou o governador.

Depois da visita à favela, o presidente Lula anunciou acordo de realocação das cerca de 900 famílias que vivem na área. O terreno pertence à União e tem sido alvo de operações de desapropriação e de demolição de casas pelo governo estadual, comandado por Tarcísio de Freitas (Republicanos), para transformar o local em um parque.

<a href="https://www.whatsapp.com/channel/0029Va9rbSgCHDyl4gQj7A1C" style="color: rgb(0, 136, 204); text-decoration-line: none; font-family: &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans&quot;, geneva, arial, sans-serif; font-size: 12px; background-color: rgb(238, 238, 238);" target="_blank">🔔 Siga o canal do O POPULAR no WhatsApp</a>

O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Macêdo, esteve na entidade dois dias antes da visita de Lula para negociar a agenda oficial do presidente na favela e afirmou ao Metrópoles que a reunião teve como única pauta a apresentação da solução habitacional para as famílias da Favela do Moinho. E que “o diálogo com lideranças comunitárias é parte fundamental da atuação de qualquer governo comprometido com políticas de inclusão social, habitação e valorização da cidadania”.

As demandas de segurança pública são pauta prioritária de Caiado para estruturar <a href="https://opopular.com.br/politica/caiado-e-bolsonaro-tem-conversa-reservada-no-palacio-das-esmeraldas-1.3279072" target="_self">discurso de oposição a Lula</a>, na busca por consolidação do projeto de se candidatar à Presidência no próximo ano. Caiado já havia feito menção indireta a uma suposta relação do governo federal com atividades criminosas durante o debate sobre a Proposta de Emenda à Constituição (PEC), que efetiva mudanças na área. A PEC foi apresentada em abril e busca ampliar as competências da União.

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O governador afirmou, em debate promovido pela Câmara dos Deputados, no fim de maio, que a matéria representa a “destruição” do poder dos governadores e uma centralização de funções e prerrogativas no Ministério da Justiça, em Brasília. “Não existe concentração, um governo unitário, num sistema federalista. Isso é o maior presente que se pode dar às facções no país. Se hoje a proliferação já é grande, será exponencial”, acusou à época.

Nesta terça-feira (9), o relator da PEC, deputado Mendonça Filho (UB/PE) anunciou que retirou do texto a exclusividade da União para legislar sobre normas gerais de segurança pública, defesa social e sistema penitenciário. A alteração foi motivada por críticas de governadores, com o objetivo de preservar a autonomia dos estados e municípios. O parlamentar citou o exemplo do governo de Goiás, em entrevista à CBN. Segundo ele, regras mais rígidas nas prisões goianas contribuíram para os resultados na segurança.

A escalada de ataques de Caiado contra Lula também passou pela acusação de “gestos ditatoriais” e “um verdadeiro golpe de estado”, ocorrida em resposta ao POPULAR, no último domingo (6). O governador disse que o petista teve ações antidemocráticas quando reagiu com críticas ao Congresso após a derrubada dos decretos para aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

'Lula chefia narcoestado', diz Caiado

Agenda no Japão

O governador Ronaldo Caiado (UB), a primeira-dama Gracinha Caiado e pelo menos 12 auxiliares comporão a comitiva do governo na viagem ao Japão, da próxima sexta-feira (11) ao dia 21 de julho. Dados disponíveis até esta terça-feira (8) no Portal da Transparência da gestão estadual apontam despesas de R$ 3,35 milhões relacionadas à <a href="https://opopular.com.br/politica/caiado-diz-que-semelhancas-facilitam-acordos-com-a-india-1.3231339" target="_self">missão oficial</a>, que inclui agenda em cinco cidades japonesas.

Segundo informações da Secretaria Estadual de Comunicação (Secom), oito secretários e integrantes do primeiro escalão acompanharão o governador: Adriano da Rocha Lima (Governo), Joel Sant’Anna Braga (Indústria e Comércio), Pedro Leonardo Rezende (Agricultura e Pecuária), Cesar Moura (Retomada), Wellington Matos (Desenvolvimento Social) e Rudson Guerra (Esporte e Lazer), além do presidente da Goiás Parcerias, Diego de Oliveira Soares, e da presidente da OVG, Adryanna Caiado.

O governo também informou que irão outros assessores, sem nominá-los. Segundo dados do Portal da Transparência e do Diário Oficial do Estado, também acompanham Caiado o chefe de Gabinete Particular do governador Alex Godinho, o superintendente de Segurança Militar da Secretaria da Casa Militar, Rodrigo Hebert Corrêa, o superintendente de Mídias Digitais da Secom, Gabriel Correia Pontes, e o assessor da Secom Celio Junio Guimarães Leopoldino.

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Ainda de acordo com informações do governo, a agenda prevê reuniões nos Ministérios dos Negócios Estrangeiros; da Agricultura, Florestas e Pesca; e da Economia, Comércio e Indústria do Japão; além de encontros com representantes de empresas japonesas (veja quadro).

A Secom destaca duas visitas consideradas importantes entre os compromissos que buscam atrair investimentos ao Estado: à Mitsubishi, que sinaliza ampliação em Catalão, e à Tsubame BHB Ammonia, que, segundo o governo, é uma startup japonesa voltada à produção de amônia verde, matéria-prima para a produção de fertilizantes agrícolas. “Nesta última, o foco será conhecer a tecnologia, que tem previsão de ser instalada em Goiás, na usina Atvos, no município de Mineiros”, diz nota da Secom.

A comitiva também participará da Expo Osaka 2025, de visitas técnicas e “atividades institucionais voltadas à promoção das potencialidades econômicas de Goiás e ao estreitamento de laços comerciais, industriais e tecnológicos com o Japão”.

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Sete deputados estaduais participarão da missão oficial: o presidente da Assembleia Legislativa, Bruno Peixoto, o líder do Governo, Talles Barreto - ambos do UB -, coronel Adailton (SD), Charles Bento (MDB), Karlos Cabral (PSB), Alessandro Moreira (PP) e Lucas do Vale (MDB). Os parlamentares já iniciaram a viagem na segunda-feira (7). Os gastos só serão disponibilizados no Portal da Transparência da Alego após o retorno, já que, segundo a presidência, os parlamentares pedem reembolso das despesas.

A previsão é que três prefeitos também integrem a comitiva: Velomar Rios (Catalão), Renato de Castro (Goianésia) e Wellington Carrijo (Rio Verde). Pela Câmara de Goiânia, fará parte da missão o vereador Denício Trindade (UB), que viajará na quinta-feira (10).

O Portal da Transparência do governo traz dados de repasse da Secretaria-Geral de Governo para a Goiás Parcerias como integralização para “promover oportunidades de negócios, cujo fim é a realização da Missão Cúpula Japão-Brasil em julho de 2025”.

Também foram empenhados (reserva de recurso do Orçamento) como ajuda de custo para a viagem R$ 58 mil para Joel Braga, R$ 28,4 mil para Cesar Moura, R$ 23,1 mil para Pedro Leonardo, e R$ 14,3 mil para Célio, Gabriel e Rodrigo (cada um). Além do Japão, Joel vai à China para, segundo informações do Portal, “fechar parcerias com a empresas, como a TELD New Energy Technology”.

Não havia no Portal dados de empenhos e pagamentos de ajudas de custo aos demais integrantes da comitiva até esta terça-feira.

O governo teve outras duas missões internacionais este ano: uma liderada pelo governador à Índia, em fevereiro; e outra comandada pelo vice-governador Daniel Vilela (MDB) à Estônia, Finlândia e Singapura em maio.

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