Em um movimento de “bate e assopra” contra o Supremo Tribunal Federal (STF) nos últimos seis meses, o governador Ronaldo Caiado (UB) retomou tom mais moderado esta semana, após a condenação histórica do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em um movimento visto como estratégia para marcar posição de respeito às instituições democráticas e de reafirmar o discurso de “independência moral” de sua pré-campanha à Presidência da República. Na visão de governistas e de pesquisador ouvido pelo POPULAR, em busca de espaço para viabilizar a candidatura, Caiado faz aposta na imposição de limites nas pautas de bolsonaristas mais radicais e se distancia do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), apontado como mais “refém” do grupo do ex-presidente. O goiano reforçou esse distanciamento ao afirmar que confia na Justiça e que não se pode “excluir um Poder”, em contraponto às declarações recentes de Tarcísio, que passou a sofrer mais desgastes pelo endurecimento do tom. Em ato pró-Bolsonaro na Avenida Paulista, em São Paulo, em 7 de setembro, o governador paulista falou em ditadura e tirania do ministro Alexandre de Moraes, relator do processo contra Bolsonaro no Supremo. Na semana anterior, disse ainda que não confia na Justiça.