O governador Ronaldo Caiado (UB) negou mal-estar com os 12 governadores que entraram com ação no Supremo Tribunal Federal (STF) contra a lei que limita em 17% o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre combustíveis, energia e comunicações. O chefe do Executivo goiano anunciou, nesta semana, a redução da alíquota sobre a gasolina e do etanol para 17%, e do diesel para 14%.“Não houve nenhum mal-estar até porque eu sempre coloquei, em todas as entrevistas, que no momento em que nós tivéssemos um respaldo legal, uma lei sancionada, eu cumprirei a lei. Nós, goianos, não poderíamos, de maneira alguma, fazer uma diminuição da incidência do ICMS sobre combustíveis, energia e comunicações se não tivéssemos respaldo legal”, disse ao POPULAR, após evento para apresentar novos ônibus do Eixo Anhanguera, em Goiânia.Caiado ainda disse que se tivesse reduzido essa alíquota antes da aprovação da lei correria o risco de ir contra o Regime de Recuperação Fiscal (RRF). “Como é que nós explicamos para o governo (federal) que nós precisamos do adiamento da dívida, uma diminuição da taxa de juros, sendo que estamos diminuindo a nossa fonte de arrecadação?”, argumentou.O governador ressaltou que dependia de uma lei federal para tomar medidas de redução do imposto. Caiado também disse que não conversou com os outros governadores sobre o assunto. “Até porque estamos, todos nós, como temos o prazo de entregar obras até depois de amanhã, está cada um com sua correria”, disse.Quanto à sua decisão, que destoa da ação protocolada no STF por outros 12 governadores, Caiado afirma: “Isso não foi surpresa para ninguém, do ponto de vista que nós já tínhamos decidido que cada um de nós tomaria decisões de acordo com a suas condições locais. E assim fizemos.”Os governadores dos estados de Pernambuco, Maranhão, Paraíba, Piauí, Bahia, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul, Sergipe, Rio Grande do Norte, Alagoas e Ceará, além do Distrito Federal assinam a ação.Quando o projeto começou a tramitar no Congresso Nacional, Caiado chegou a enviar um áudio, no grupo da bancada goiana, alertando para a perda de arrecadação que a medida implicaria. Mas, depois, mudou seu discurso e passou a dizer que obedeceria à lei se fosse aprovada. Ela foi sancionada por Jair Bolsonaro (PL) na quinta-feira (23).Outro governador que tomou medida parecida foi o de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), que anunciou redução da alíquota de ICMS sobre a gasolina de 25% para 18%. A decisão gerou mal-estar com os outros estados, que buscam a saída jurídica. Assim como Caiado, Garcia é candidato à reeleição e a medida é vista como uma decisão com fins eleitoreiros.Leia também:- Juiz determina a deputados remover de redes sociais fake news contra o governador- Caiado parabeniza ação policial que prendeu homem filmado atirando em dono de farmáciaReuniãoNesta quarta-feira (29), o governador também se reuniu com Bolsonaro em Brasília. Segundo ele, o assunto da conversa se resumiu à doação da área para a construção do Complexo Hospitalar Oncológico de Goiânia. Caiado diz que será instalado no local, inicialmente, a parte de tratamento de oncologia infantil, em parceria com o Hospital do Amor, de Barretos (SP).“Esse projeto foi discutido nesses dias que antecederam a reunião”, conta o governador. Segundo Caiado, para essa instalação falta formatar os últimos documentos para iniciar a obra no segundo semestre de 2022. A área fica às margens da BR-153.A eleição não entrou em pauta, conta Caiado. “A minha pauta foi essa, cheguei, ele me passou a palavra, falei da importância desse hospital, o ministro Ciro Nogueira (Casa Civil) usou a palavra e, a partir daí, ele finalizou o evento. Não tivemos mais detalhes sobre outro assunto.”O deputado federal Vitor Hugo (PL), pré-candidato a governador de Goiás, e a deputada federal Magda Mofatto (PL) também estavam presentes.