A bancada goiana se reúne com o governador Ronaldo Caiado (UB) nesta segunda-feira (5) em conversa seguida de almoço no Palácio das Esmeraldas. Na pauta, o orçamento da União, e deputados avaliam que a PEC da Transição entrará nas discussões.Caiado defendeu, em entrevista ao jornal Valor Econômico, na semana passada, que os estados também sejam beneficiados com gastos acima do teto. No caso de Goiás, o governador argumenta que o estado sofrerá perdas superiores a R$ 5 bilhões na arrecadação em 2023, por conta da redução da alíquota de ICMS. Questionados a respeito do assunto, a maioria dos parlamentares goianos diz que isso precisa ser avaliado direito. “Vamos avaliar isso que ele está pensando e ver o que conseguimos trabalhar em Brasília”, afirma Flávia Morais (PDT). João Campos (Republicanos), por sua vez, relata que os estados não têm a mesma realidade da União. “Agora, se os estados demonstrarem que têm algo equivalente, um programa social que precise de recursos fora do teto, aí seria necessário estabelecer simetria. Mas não consigo identificar, no caso de Goiás, a necessidade de gastos extras no orçamento.”Argumento semelhante tem Elias Vaz (PSB). “Se for para aplicar na área social, ok. Tem coisas que são importantes, mas não podem ser (feitas) a qualquer custo.” Já Rubens Otoni (PT) diz que Caiado tem razão: “Sempre defendi que não se pode ter teto para despesas essenciais. É preciso ter controle dos gastos, sim, mas teto para impedir combate à fome e investimento em saúde e educação é uma absurdo”. Já a deputada Magda Mofatto (PL) e Vanderlan Cardoso (PSD) se dizem contra. “Caiado tem razão: se a União pode, por que os estados não? Por isso, sou contra a PEC. Na hora que descontrola, ninguém segura mais. É a quebradeira do país”, diz a primeira. O senador, por sua vez, argumenta que os estados já tiveram permissão de estourar o teto, por meio do Projeto de Lei Complementar n° 123, de 2021. “O PLP 123 liberou quase R$ 2 bilhões de teto aos estados que entraram no RRF (Regime de Recuperação Fiscal), por quatro anos. ”