Na seção “O assunto é...” desta semana, O POPULAR mostra como os nove candidatos a governador respondem à seguinte questão: quais os planos para que o Eixo Anhanguera saia da situação atual, com risco à integridade física dos usuários, para um cenário de eficiência no serviço e equilíbrio financeiro? Não é exagero falar em “risco à integridade física dos usuários” e cobrar medidas de segurança, considerando trágico fato recente. A estudante de enfermagem Leidiane Teixeira, de 28 anos, caiu de um ônibus do Eixo Anhanguera, no Jardim Novo Mundo, em Goiânia, no dia 17, e morreu no dia seguinte. A renovação da frota é unanimidade entre os candidatos. Cintia Dias (PSOL) defende destinar ao Eixo recursos extratarifários. Edigar Diniz (Novo) quer avaliar a privatização, com subsídios do poder público para passagem acessível. Professora Helga (PCB) menciona fundo estadual para reestruturar o “Eixão”, reduzir o valor da passagem e ampliar o número de ônibus em circulação para trazer de volta usuários que deixaram de usar o sistema. Para Professor Pantaleão (UP), a saída está na “estatização completa” da Metrobus. Vinícius Paixão (PCO) também enfatiza estatização, com conselho de trabalhadores. Wolmir Amado (PT) diz que fará auditoria na planilha de custos e implantará gestão profissional na Metrobus. Gustavo Mendanha (Patriota) reclama da falta de acesso a dados para entender por que a linha não é lucrativa. Major Vitor Hugo (PL) propõe parceria com o governo federal e municípios da Região Metropolitana. Ronaldo Caiado (União Brasil) cita fundo criado para ajudar a custear o sistema e edital para adquirir ônibus elétricos, suspenso por órgãos de controle para sanar dúvidas.Cíntia Dias (PSOL)É inadmissível que a frota do Eixo Anhanguera tenha média de idade de 9,5 anos, quase o dobro do limite recomendável. O POPULAR mostrou nesta semana que apenas seis veículos têm menos de cinco anos e o restante está chegando a uma década. A morte da estudante Leidiane Teixeira é uma tragédia, resultado da má gestão. Tanto o serviço, quanto a gestão precisam de revisão emergencial. Funcionários e usuários também precisam ser ouvidos. É preciso buscar recursos extratarifários, como cobrança de taxa de licenciamento dos veículos para usar no transporte coletivo. Criar maneiras para que parte do IPVA e do ICMS do combustível, por exemplo, possam ser usados para a manutenção do Eixo.Também considero necessário criar o conselho dos usuários e dos funcionários para discutir e decidir sobre quais melhorias devem ser feitas no sistema. A meta é elevar o subsídio do transporte coletivo, que foi aprovado neste ano, em busca de investir no sistema e minimizar os custos do usuário. A frota precisa ser trocada, a Anhanguera necessita ser reformada. Prefeituras da Região Metropolitana também serão convocadas a participar desse modelo. Vamos estimular outras gestões a usarem as verbas arrecadadas com o transporte individual, como da Área Azul, transportes por aplicativos, por exemplo, para serem investidos no Eixo Anhanguera. Mas é fundamental enxugar gastos da Metrobus, acabar com as regalias. Em conjunto com valorização profissional, garantir participação da sociedade nas deliberações e troca de frota (realmente) nova.Edigar Diniz (NOVO)Acredito que este modelo de transporte, mantido na sua exclusividade por empresas públicas é falido, é um tipo de gestão que está sendo extinto em dezenas de cidades, é preciso avaliar com bastante ênfase a privatização de todo esse sistema de transporte, existe grande dificuldade atualmente nas empresas para manutenção dos ônibus devido a enormes entraves licitatórios para compra de peças por exemplo. O primordial é trabalharmos sempre para proporcionar ao cidadão o acesso a uma passagem que seja viável, que seja real, com um subsídio do poder público para junto a iniciativas privadas atender ao principal interessado que é o usuário. É assim que acontece em países de primeiro mundo, onde o transporte público é fantástico.Não temos planos de realizar obras faraônicas no Eixo Anhanguera, já existe uma previsão de aquisição de ônibus que devem estar chegando no mês de setembro, e acredito que o caminho seja atender a inúmeras necessidades em todo o Estado de Goiás, o foco é entregarmos na sua totalidade transporte de qualidade, e vamos conseguir isso através de privatização, colocando empresas sérias e responsáveis para fazer gestão desse transporte e cobrando, através de contratos muito bem feitos, que esses ônibus tenham a manutenção adequada, no tempo adequado, assim elas terão muito mais agilidade e capacidade de realizar esses processos e atendermos assim da maneira que o cidadão merece.Gustavo Mendanha (PATRIOTA)Esse governo que está aí deixou que a situação chegasse nesse ponto, causando, inclusive, tragédias irreparáveis. Sendo eleito, darei atenção especial ao transporte público, que é campeão em reclamações em todo o estado, principalmente nas regiões metropolitanas de Goiânia e do Planalto. No Jardim do Ingá, que fica na Região Metropolitana do Planalto, inclusive, o transporte está um caos e o governo nada fez para resolver o problema.O primeiro passo é ter acesso aos dados sobre a operação, que hoje não é transparente, para entender os motivos de uma empresa que opera a linha mais lucrativa da região não conseguir se manter lucrativa.Os ônibus já sucateados pelo tempo que estão rodando precisam ser trocados por novos, com manutenção que garanta a segurança dos usuários e melhores condições aos trabalhadores da empresa.Vamos encontrar um caminho para reestruturar a Metrobus, a partir do diálogo com especialistas na área e representantes dos servidores e usuários.Professora Helga (PCB)O Eixo Anhanguera é a principal ferramenta de transporte público da Região Metropolitana, e mesmo que o número de usuários tenha caído devido ao sucateamento promovido pelas últimas gestões estaduais, ainda assim é fundamental para a locomoção de grande parte dos trabalhadores e trabalhadoras da região. É preciso reestruturar o “Eixão”, criando um fundo estadual que será alimentado por recursos que atualmente são repassados às empresas privadas de transporte público, que não têm nenhuma transparência em sua contabilidade, isto possibilitará a diminuição do valor da passagem, tornando o transporte mais acessível. Dessa maneira, mais pessoas voltarão a utilizar o “Eixão”, diminuindo o número de viagens realizada por transporte individual.Como a principal fonte de arrecadação do sistema são as passagens, então a Metrobus ganha mais quando coloca menos ônibus nos trajetos. É preciso mudar essa lógica, ampliando o número de ônibus, para que consigam atender a atual demanda sem visar única e exclusivamente a arrecadação financeira através da tarifa, evitando que os ônibus fiquem lotados, situação que promove acidentes que resultam em morte e decepamento de membros, como os que acontecem todos os dias.A superlotação do transporte público é um projeto operado em benefício das grandes empresas de ônibus, e que acaba por sobrecarregar os trabalhadores do sistema, como os motoristas, que muitas vezes são culpados pela falta de condições de operação dos ônibus, totalmente sucateados. É preciso remunerar de maneira adequada os trabalhadores da Metrobus.É preciso termos transporte público efetivo e garantia de acessibilidade a cidade.Major Vitor Hugo (PL)A solução desse problema está na gestão, na fiscalização com foco no usuário, na integração de esforços e no estudo de alternativas. O transporte público de qualidade é um direito social, que entendo ser de prerrogativa e responsabilidade de todos. Assim:- realizaremos estudos de aperfeiçoamentos para remodelar os acessos ao Eixo Anhanguera, particularmente, suas conexões com as principais vias urbanas em Goiânia;- trabalharemos uma solução que seja integrada e conjunta das administrações do Estado, da capital e dos municípios da Região Metropolitana;- avaliaremos alternativas ao modelo atual, em coordenação com a secretaria do PPI do Governo Federal e sua congênere no Governo Estadual, o BNDES, a Alego, a ANTT, o Ministério da Infraestrutura e entidades representativas do segmento da construção civil e da engenharia em geral.Ronaldo Caiado (UNIÃO BRASIL)Nossa gestão foi a primeira a assumir de fato, de forma inédita, a responsabilidade pelo transporte coletivo, em parceria com os municípios da Região Metropolitana de Goiânia. Criamos um fundo para ajudar a custear o sistema e fazer as melhorias necessárias.Com isso, vários benefícios começaram a chegar aos usuários, como a manutenção da passagem em R$ 4,30 desde 2019, mesmo com o aumento dos combustíveis; lançamento do Bilhete Único e do Passe Livre do Trabalhador. Em articulação junto à Prefeitura de Goiânia, também foi iniciado o recapeamento da Avenida Anhanguera.Sucateada durante décadas, a Metrobus precisava com urgência de substituir a frota, que atende o Eixo Anhanguera. E fomos ousados: em abril, lançamos o edital para substituir todos os veículos por ônibus elétricos novos, modernos, articulados, com ar-condicionado, carregadores de celular e internet wi-fi.Porém, uma promotora e um conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) solicitaram a suspensão temporária do edital para sanar dúvidas, mesmo sem qualquer indício de irregularidade.Para não prejudicar a população, o Governo de Goiás se utilizou de um acordo de cooperação com empresas do setor, que acrescentaram veículos seminovos, enquanto os elétricos não chegam. Assim que TCE e MP finalizarem as dúvidas, vamos concluir a substituição e eletrificação da frota.Em outra ação, o Governo de Goiás irá efetivar, em parceria com a CDTC e a Prefeitura de Goiânia, a revitalização completa da Avenida Anhanguera, visando redesenho, reurbanização e reconstrução da infraestrutura, incluindo os terminais e plataformas.Wolmir Amado (PT)O Eixo Anhanguera é o menor dos problemas do transporte. Mas seria demagogia propor soluções em curto prazo para um problema que vem se agravando ao longo dos anos, que é o transporte coletivo como um todo. A primeira coisa a fazer é uma auditoria na planilha de custos do transporte, que norteia o valor da passagem. Ela é uma verdadeira “caixa preta”. Vamos abrir essa caixa. Vamos chamar a CDTC, onde o governo estadual tem quatro votos para construir propostas para o sistema metropolitano. Iremos buscar soluções dentro da Câmara Deliberativa do Transporte Coletivo para a questão da falta de cobertura nos pontos de ônibus onde as pessoas possam esperar a condução com dignidade, e não como está hoje, com o cidadão sujeito a sol e chuva.No caso da Metrobus, a primeira coisa a fazer é dar à ela uma gestão profissional. Não podemos admitir que continue servindo para empregar políticos e ex-prefeitos em suas diretorias, pessoas sem qualificação para a gestão do transporte. Isso vai acabar! Junto à isso precisamos renovar a frota que está velha, mas que com seus mais de 130 veículos poderia servir mais algum tempo se houvesse gestão e manutenção. Com frota nova, com veículos híbridos ou elétricos, que pedem menos manutenção e ainda gestão sem uso político-partidário, feita de forma responsável e profissional, daremos um grande passo para melhorar, e muito, a qualidade dos serviços e voltar a torna-lo rentável e com equilíbrio financeiro que permita novos investimentos.Com frota mais nova poderemos também estender os serviços, tendo viabilidade, e fazer o “Eixão” rodar 24 horas.Vinícius Paixão (PCO)Sucatear para vender, a realidade do Eixo Anhanguera é de precarização do serviço que se estende por mais de uma década. A mais importante avenida da cidade de Goiânia que transporta mais de 100.000 pessoas diariamente vem sendo alvo de uma política de descaso histórico, o que fazer? Em horários de pico, a lotação é absurda e nos fins de semanas os ônibus demoram mais que deveriam.A solução é o fortalecimento financeiro da Metrobus e a defesa dessa instituição, a população e técnicos da área quase nunca são consultados para buscar administrar os problemas cotidianos. Recentemente uma porta se abriu de um ônibus articulado e uma mulher técnica em enfermagem caiu na via e faleceu, problemas “técnicos” são rotina e a empresa finge que isso não existe.Essa situação de precariedade é uma política estratégica para a privatização para beneficiar as empresas do transporte em Goiás, Rápido Araguaia e grupo HP, por exemplo, e até empresas de fora do estado. Nossa defesa é a estatização sob o controle de conselhos dos trabalhadores, é preciso defender a Metrobus com unhas e dentes, seus trabalhadores e por uma gestão democrática dessa instituição, não há necessidade de privatização, inclusive nunca há.Outra questão importante. Os trabalhadores do transporte precisam se organizar mais junto com a comunidade, construindo um sindicato independente dos patrões do setor privado e dos representantes da burguesia que estão no governo. Os sindicatos precisam ter pleno direito de manifestação e de denunciar a política patronal que oprime os trabalhadores e o povo em geral.Professor Pantaleão (UP)Primeiramente, lamentamos profundamente a morte da estudante Leidiane Teixeira, jovem de apenas 28 anos que, assim como milhares de goianos, é dependente do transporte coletivo de Goiânia e Região Metropolitana para ir ao trabalho, escola/faculdade e atividades de lazer. Como candidato ao Governo de Goiás e usuário do transporte coletivo, posso dizer que conheço bem a trágica realidade que nos é colocada. A cada dia que se passa os ônibus ficam mais lotados e em piores condições, diariamente vemos a notícia de um ou outro veículo do transporte coletivo passando por princípio de incêndio ou algum outro problema mecânico, o que diminui ainda mais a quantidade de ônibus para atender a sociedade goiana. Assim como colocado pelo próprio POPULAR, a idade média dos ônibus do “Eixão” é de 9 anos e meio, sendo necessária a imediata renovação da frota! Para além disso, defendemos a estatização por completo da Metrobus e do transporte coletivo no estado de Goiás! O transporte coletivo deve ser encarado como a seriedade que lhe cabe: faz parte da vida diária de nossa população! O acesso a um transporte coletivo de qualidade significa melhores condições de trabalho, menos estresse e maior facilidade de acesso a atividades de lazer. A melhora do serviço, é lógico, precisa ser acompanhada de um amplo acesso. Por isso defendemos o passe livre estudantil, de forma irrestrita, e sua ampliação para pessoas em situação de desemprego.As pessoas precisam ser prioridade no transporte coletivo!Leia também:- Caiado lidera disputa para o governo com 48%; Mendanha tem 21%- Ipec/TV Anhanguera: Bolsonaro e Lula estão em empate técnico em Goiás- Senado: Marconi Perillo tem 24% das inten%C3%A7%C3%B5es de voto contra 18% de Delegado Waldir