Após 14 dias desde a publicação do requerimento de criação no Diário Oficial do Município (DOM), a Comissão Especial de Inquérito (CEI) do Limpa Gyn realizou, na manhã desta sexta-feira (5), sua primeira reunião ordinária, marcada pela eleição de seus cargos de comando. Como antecipado pelo POPULAR, foram confirmados Welton Lemos (SD) na presidência, Aava Santiago (PSDB) na vice-presidência e Willian Veloso (PL) na relatoria da comissão. Ronilson Reis (SD) também chegou a disputar o posto de relator, mas recebeu apenas dois votos. Os demais foram definidos por consenso, uma vez que os vereadores eram candidatos únicos. O único ausente na reunião de instalação foi Guiotti, que afirmou à reportagem “não ter podido comparecer”.Os vereadores definiram que as reuniões serão realizadas semanalmente, às terças-feiras, às 14 horas, com a possibilidade de sessões extraordinárias quando for necessário. Os requerimentos deverão ser apresentados ao presidente e entregues diretamente ao relator até as 10 horas do dia da sessão.Em entrevista, o presidente da CEI afirmou que já há “nomes em mente” a serem convocados para as primeiras oitivas na investigação, mas não entrou em detalhes. “Mas vocês saberão porque na próxima terça-feira (9) nós teremos já a reunião com este objetivo de convocação. Os requerimentos serão apresentados e, com certeza, vários nomes serão convocados para participarem”, disse Lemos. “Nós daremos o prazo de cinco dias úteis para que essas pessoas respondam e na próxima oitiva elas estarão presentes aqui. Os convocados estarão presentes para responder aos questionamentos dos vereadores”, disse o presidente.Questionado sobre os pontos que serão avaliados nos depoimentos dos convocados, após ter dito durante a reunião ordinária que o colegiado não terá como objetivo a realização de “caça às bruxas”, Lemos afirmou que o propósito central da CEI será o de prestação de serviços. O presidente do colegiado adiantou ainda que a comissão disponibilizará um canal de comunicação para que a população envie suas demandas e sugestões para o andamento dos trabalhos investigativos. Ficou estabelecido ainda que as reuniões podem ser abertas pelo presidente ou vice-presidente, com quórum mínimo de quatro vereadores. Na ausência de titulares, suplentes assumem automaticamente com direito a voto, respeitando a ordem de suplência. Eles também terão direito a fala e poderão apresentar requerimentos, mas só votarão quando convocados como titulares. Todos os documentos serão recebidos exclusivamente em formato digital, via Suap.O colegiado é composto por sete titulares e três suplentes. Entre os titulares, três são da oposição - Welton, Aava e Pedro Azulão Jr. (MDB) -, com três integrantes da base aliada do prefeito Sandro Mabel (UB) - Ronilson Reis (SD), Thialu Guiotti (Avante) e Juarez Lopes (PDT) -, além de Willian Veloso, do PL.Os suplentes são Sanches da Federal (PP), Fabrício Rosa (PT) e Cabo Senna (PRD). A CEI terá prazo inicial de trabalho de 120 dias, prorrogável por igual período, para investigar possíveis irregularidades no contrato e nos serviços do consórcio.Posição do PLO relator da CEI negou, ao ser questionado pelo POPULAR, a possibilidade de o PL assumir uma secretaria na Prefeitura de Goiânia. “Descabido isso, apesar de ter sido um acordo lá atrás mas, agora, sem dúvida nenhuma, geraria dúvidas para a população, para vocês, e nós estaríamos extremamente desconfortáveis. Então, isso é coisa passada. Não se fala, o PL não aceita, porque ele nunca cobrou, mas ele não aceita secretaria, nem agora e por um tempo bem longo aí, justamente para evitar qualquer tipo de mal-entendido”, disse Veloso.O partido havia feito um acerto com Mabel após acionar a Justiça Eleitoral pedindo a cassação da chapa do prefeito e da vice, Cláudia Lira (Avante), além da inelegibilidade do governador Ronaldo Caiado (UB), no pleito do ano passado. Embora o TRE-GO tenha, em abril, revertido a decisão de primeira instância que atendia parcialmente o pedido, o PL chegou a anunciar recurso, mas desistiu após entendimentos com o governador e o prefeito. À época, a informação é de que Mabel teria oferecido uma pasta ao partido, mas sem um prazo definido. Nesta sexta, Veloso afirmou que, em reunião do diretório municipal do PL, realizada na quinta (4) com o presidente Gustavo Gayer, foi decidido que não “se fala mais em secretaria”.Sobre seu trabalho à frente da relatoria, Veloso disse que cumprirá “jornada dupla”, por participar como membro e “sistematizador” das documentações, depoimentos e diligências. “O mandato já é de forma independente e vai continuar aqui também, no meu comportamento como relator. Aquilo que tiver certo, vamos colocar, vamos enaltecer, aquilo que tiver precisando de correções, vamos apontar, mas aquilo que tiver errado, aquilo que tiver errado e eventualmente tiver má-fé, tiver crime, eu não vou me furtar de que isso seja apresentado no final, no relatório”, afirmou o relator.Ao também falar sobre o foco das investigações, a vice-presidente da CEI destacou que a expectativa é que já nas primeiras reuniões o colegiado consiga apresentar dados sobre a diferenciação dos serviços prestados pelo Limpa Gyn e pela Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg). “(Vamos trabalhar) para que no final o produto seja de apresentar cobranças e resultados em relação a possíveis irregularidades ou se não for uma questão de irregularidade e sim de má gestão, que a gestão, então, assuma a sua responsabilidade nesse processo”, afirmou Aava, destacando que é preciso esclarecer quanto da arrecadação é destinado aos serviços de limpeza urbana.