A Comissão Especial de Inquérito (CEI) do Limpa Gyn, da Câmara de Goiânia, vai pedir apoio à mesa diretora da Casa para contratar uma empresa para realizar uma auditoria na medição realizada por fiscais que são responsáveis por analisar a quantidade de lixo que é deixada pelo consórcio no Aterro Sanitário de Goiânia. A proposta foi apresentada, nesta terça-feira (30), pelo vereador Ronilson Reis (SD), durante reunião do colegiado, em meio à oitiva do diretor-executivo do Limpa Gyn, Renan Andrade.Após pergunta feita por Reis, Andrade afirmou que o consórcio descarta entre 40 mil e 42 mil toneladas de lixo orgânico por mês. Quanto à remoção de entulho, o volume é de 70 mil a 75 mil toneladas. De acordo com o diretor, a empresa retira o que é colocado na rua pela população (por isso, não há um volume fechado por mês), destacando que a referência que está no edital é menor, de 35 mil toneladas para lixo orgânico e de 70 mil toneladas para remoção de entulho. Além da auditoria, Reis apresentou também requerimentos solicitando informações de volume mensal de lixo descartado pelo Limpa Gyn no aterro (relatório dos últimos seis meses) e identificação dos fiscais responsáveis pela medição e auditoria das pesagens. Reis também pediu que os fiscais sejam ouvidos pela CEI. Em seu depoimento, Andrade apontou, citando números, que o serviço prestado pelo consórcio em Goiânia é regular e o contrato firmado com a Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana (Seinfra), é cumprido de forma integral. Os vereadores também fizeram perguntas relacionadas aos instrumentos existentes que comprovam que as medições do serviço estão corretas, ou seja, sobre as provas que existem de que o Limpa Gyn, de fato, está coletando o lixo orgânico e reciclável, além de retirar entulhos descartados pela cidade e fazer a varrição mecanizada, conforme o contrato. Andrade explicou que a empresa tem registro com imagens, peso e informações de rotas executadas pelos caminhões. Além disso, o diretor-executivo mencionou que a central onde é feito o controle dos trajetos dos veículos está aberta para visita dos vereadores. Ele ainda mencionou que a Prefeitura também realiza fiscalização. Andrade foi questionado pelo relator, Willian Veloso (PL), se ainda considera a CEI desnecessária. A pergunta faz referência a uma entrevista do diretor ao POPULAR, publicada no início de setembro, quando ele afirmou que “o processo da CEI, efetivamente, é desnecessário porque eu sempre tive diálogo aberto aqui para todos (os vereadores)”. Na oportunidade, Andrade argumentou que os parlamentares que procuraram a empresa tiveram as dúvidas sanadas.Ao responder para Veloso, Andrade afirmou que concedeu uma entrevista de 15 minutos e classificou o título da matéria (‘O processo da CEI, efetivamente, é desnecessário’) como “uma infelicidade” da reportagem. “Em momento algum eu quis ser desrespeitoso com a Casa nem com nenhum vereador. Pelo contrário, tenho um respeito grande. Trabalho com gestão pública há quase 20 anos e nunca tive esse tipo de problema”, afirmou. A entrevista de Andrade ao POPULAR teve, na verdade, cerca de 30 minutos de duração, foi realizada por telefone e gravada. Esta foi a 4ª reunião ordinária da CEI do Limpa Gyn, que foi criada na Câmara de Goiânia em um cenário de pressão de um grupo de vereadores contra o prefeito Sandro Mabel (UB) por maior influência na Prefeitura, como a indicação de cargos na estrutura do Executivo.