Os interessados na compra da Celg Distribuição (Celg D) devem entregar hoje os envelopes com documentação e lances para participar do leilão da concessionária, que ocorre na sexta-feira (19) na BM&FBovespa, em São Paulo. Ontem, o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, afirmou estar confiante quanto ao sucesso. Porém, se a companhia não for vendida, acionistas devem avaliar cenário para reduzir preço ou realizar aporte.O vice-presidente da Celg Participações (CelgPar), Elie Chidiac, pontua que a empresa nessa condição seguiria seu “caminho natural”. Passos, porém, complicados. “O primeiro é rever o preço de venda. Todos os órgãos de controle seriam ouvidos e colocaria de novo à venda, se for aceito pelos dois acionistas, com preço mais próximo ao que mercado queira.” Outra opção seria a capitalização da empresa, por aporte dos acionistas, que possuem atualmente dificuldade para isso, o que, inclusive, motivou o leilão.“Esse aporte, se não for diretamente com os próprios acionistas, especialmente o majoritário (Eletrobras), tem de ser capturado por meio do BNDES ou fundos de infraestrutura, mecanismos de financiamentos baratos”, diz. Depois disso, que também depende de apetite do mercado para emprestar, como pondera Chidiac, a empresa teria condições de melhorar indicadores e até mesmo a avaliação para a desestatização ser retomada após dois anos. “Terão de fazer análise do custo-benefício e poder de endividamento.”O aporte necessário é de cerca de R$ 600 milhões para melhorar o caixa da Celg D, segundo Chidiac. O último destino, e mais temido, seria a caducidade da empresa. “Temos seis anos para arrumar os indicadores, que já melhoraram quase 24%, e saímos das primeiras colocações entre as empresas mais reclamadas no Procon Goiás”, explica, sobre as melhorias exigidas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).A dificuldade de algumas empresas – consideradas anteriormente fortes interessadas – em participar do leilão, ao questionar o preço mínimo de R$ 2,8 bilhões, é reconhecida tanto pelo governo federal quanto pelo estadual, que dividem o controle acionário da companhia, com 51% e 49% das ações respectivamente. “Temos expectativa de que possa dar certo, se não der, vamos ver o que podemos fazer”, afirmou ontem, em entrevista para veículos da imprensa, o ministro Bezerra Filho.