A certidão assinada pela oficial de Justiça Karla Barros Costa no dia 10 de junho mostra que o prefeito de Goiânia, Rogério Cruz (Republicanos), foi, sim, intimado para responder à ação de impugnação de seu mandato. Na terça-feira (29), quando questionada por que a defesa não foi apresentada a tempo, a assessoria do prefeito disse que ele não havia sido intimado, o que não procede, de acordo com o documento acessado nesta quarta-feira (30) pelo POPULAR.Leia também:Rogério Cruz não apresentou defesa na ação de impugnação do seu mandato de prefeito de GoiâniaNa certidão, a oficiala descreve que foi ao Paço Municipal, no dia 10 de junho, às 12h22, quando entregou a citação de Cruz ao próprio prefeito. "Após ouvir a leitura do mandado, (o prefeito) aceitou contrafé que lhe ofereci, sendo que a nota de ciente foi dispensada, excepcionalmente, devido ao risco de contágio pelo coronavírus", diz um trecho do documento.O processo é movido pelo presidente do PMN em Goiás, o ex-vereador Paulo Daher. Ele questiona a posse da chapa encabeçada por Maguito Vilela (MDB), que morreu em janeiro deste ano por complicações da Covid-19. O emedebista ficou internado por quase três meses no Hospital Albert Einstein, em São Paulo. Um dos pontos que o presidente do PMN questiona é o fato de que o então prefeito eleito estava sedado no dia da posse.O presidente do PMN alega que houve fraude na eleição da chapa e, por isso, requer a impugnação do mandato. "A fraude se deu no contexto em que a população foi levada a acreditar que o candidato estava se recuperando, o que não aconteceu. A militância e o prefeito Rogério Cruz deram a entender que ele se recuperaria e estaria apto a governar Goiânia", diz.O prefeito tinha até o dia 24 de junho para apresentar a sua defesa, mas não o fez. Com isso, o processo deve seguir à revelia. Em nota, assinada pelo advogado Bruno Beleza, a defesa do prefeito segue dizendo que foi informada pela imprensa e que todas as respostas serão dadas:"Inicialmente, a certidão que a imprensa forneceu com a pretensa citação do prefeito seria, supostamente, do processo que encontra-se em segredo de justiça. Na data de ontem, quando informado também pela imprensa, o advogado do prefeito pediu habilitação nos autos para ter acesso a íntegra, o que até a presente data não ocorreu. Todas as respostas jurídicas serão dadas, a partir do acesso aos autos, com fito de resguardar o princípio da ampla defesa e do contraditório."