As definições das chapas majoritárias (para governador e senador) também interferem no fechamento das trocas de partido no período da janela. No caso do PSD, por exemplo, a possível desistência do secretário da Fazenda de São Paulo, Henrique Meirelles, da disputa ao Senado em Goiás, afeta consideravelmente a permanência ou filiação de deputados.O presidente da Assembleia Legislativa, Lissauer Vieira (PSB), tem conversas avançadas com o PSD, mas tem dado sinais de recuo caso não seja confirmado Meirelles na eleição goiana. O alerta também acendeu para deputado federal Francisco Jr, que já se queixava da formação da chapa para a disputa proporcional. Meirelles filiou-se ao PSD em fevereiro do ano passado e tem adiado a saída do cargo em São Paulo para cuidar da pré-campanha. Ele anunciou que sairia em dezembro, adiou para fevereiro, passou para início de março e agora informação da Folha de S.Paulo aponta que ele só deixará a pasta no fim do prazo para desincompatibilização, no fim deste mês. A demora alimenta especulações de desistência.Da mesma forma, a escolha do destino partidário do prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha (sem partido), pré-candidato a governador, e a definição de seu grupo de aliados também podem afetar as mudanças da janela. Gustavo afirmou que pretende definir a legenda na primeira quinzena deste mês. Ele terá de renunciar à prefeitura até o início de abril para disputar o governo.ContasNo cálculo dos dirigentes partidários, o quociente eleitoral para deputado federal em Goiás será de 185 mil votos, e de deputado estadual cerca de 75 mil. Trata-se da quantidade de votos que cada partido tem de alcançar para garantir uma cadeira parlamentar. O temor de não fechar chapas fortes atinge até mesmo nomes com alta votação nas eleições de 2018, como da deputada Flávia Morais (PDT), líder da bancada goiana, que já confidenciou a aliados do governador a possibilidade de trocar de sigla. Ela sozinha chegou perto do quociente em 2018.