O secretário-geral de Governo, Adriano da Rocha Lima, rebateu nesta quinta-feira (25) as afirmações do prefeito de Goiânia, Sandro Mabel (UB), que criticou, em entrevista ao POPULAR, as mudanças realizadas pelo governo estadual no sistema de transporte coletivo da Região Metropolitana de Goiânia. O auxiliar de Ronaldo Caiado (UB) nega que haja qualquer mal-estar com o gestor, mas aponta que “chega a ser piada” o prefeito dizer que o governador e ele próprio “não andam na cidade”.Adriano rebateu a crítica do prefeito a respeito do conhecimento do governo estadual sobre a cidade e ressaltou que o gestor passou neste ano a participar dos diálogos sobre o transporte coletivo, que já tem sido alvo de reestruturação desde 2019. “Isso chega a ser piada. Toda a construção da nova RMTC foi iniciativa do Estado. Nós construímos esse projeto e o Mabel chegou nisso aqui agora. Fizemos pesquisas qualitativas com usuários para orientar as mudanças e as prioridades. A percepção do usuário está melhorando justamente porque estamos atacando o que eles viam como ruim”, respondeu.O secretário ainda nega a possibilidade de Caiado “revogar” o projeto de lei aprovado pela Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) e crava que a tendência é de sanção pelo governador. “Vai ser sancionada. Não houve nenhum movimento no sentido contrário. Tudo foi construído com diálogo. Aparecida e Senador Canedo inclusive soltaram notas de apoio. Só Goiânia é contra. Dizer que não conhecemos o transporte é ridículo. Duvido que alguém na Prefeitura conheça mais detalhes técnicos do sistema do que eu”, desafiou.Apesar das respostas diretas às falas de Mabel, Adriano negou que exista mal-estar político com o prefeito, que é aliado do governo estadual e filiado ao partido do governador. “Acho que é algo técnico e pontual. É normal ter divergência. Suspeito que ele não tenha entendido direito a conta do subsídio. Não há dificuldade de relacionamento, estive com ele recentemente e é apenas uma divergência de entendimento”.Sandro Mabel tratou como “conversinha” a proposta do governo estadual assumir participação maior no subsídio do transporte, com a consequente ampliação dos votos do estado na Câmara Deliberativa do Transporte Coletivo (CDTC). “Eu vi que o Sandro colocou que o Estado não passou a pagar mais. Não sei se ele não entendeu ou se faz de desentendido. O que ele quer dizer com isso é que o Estado pagar o Passe Livre Estudantil não é mais do que obrigação. Eu vou explicar: Esses R$ 8 reais por usuário não têm nada a ver com o Passe Livre Estudantil diretamente. Se a lei fosse revogada, o estudante voltaria a pagar os R$ 4,30, o que aliviaria o Estado, mas os R$ 8 reais de subsídio continuariam existindo”, afirmou.O auxiliar de Ronaldo Caiado citou a realização de quatro reuniões com representantes da Prefeitura antes do envio do projeto de reestruturação à Alego. “É estranho. O prefeito pediu que o estado assumisse uma parte maior. Nas reuniões, os auxiliares dele diziam que o prefeito não concordava. Por isso, deixamos essa matéria para depois para tentarem convencê-lo. Como ele manteve a posição, foi para o voto. Os demais municípios votaram a favor e Goiânia votou contra. Foi democrático”, relatou o secretário.“Se ele quiser as prerrogativas anteriores, basta Goiânia voltar a pagar o que pagava antes e o Estado retira os R$ 80 milhões extras. Não dá para querer que o Estado pague mais e manter o mesmo poder de voto. É como em uma empresa: quem entra com mais capital tem participação maior”, explicou.Mabel ainda reclamou da transferência da Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos (CMTC) para o governo estadual e citou suposto “risco” de retrocesso para o município. “Não existe perda nenhuma. É como no Congresso: o presidente da casa não tem mais votos que os outros deputados na hora de aprovar matérias. O comando será do Estado porque ele é um ente neutro, evitando conflitos de interesse de um município sobre os outros. Foi um pedido dos demais prefeitos”, citou Adriano.