Rubens Salomão

<p>O senador e presidente nacional do PP, Ciro Nogueira, retomou nesta segunda-feira (13) as críticas levantadas nas últimas duas semanas sobre a pré-candidatura do governador Ronaldo Caiado (UB) à Presidência da República. O dirigente negou a existência de qualquer “rusga” com o goiano, mas voltou a apontar falta de viabilidade para o projeto nacional.</p><p>“Não tive rusga nenhuma. Eu tenho todo o respeito pelo governador. Agora, ninguém é candidato a presidente da República gritando ou ameaçando. Isso aí tem que ser convencimento e mostrar que tem viabilidade para se tornar um candidato que possa aglutinar as pessoas e trazer uma confiança em uma eleição presidencial”, afirmou o senador à revista Veja.</p><p>Questionado sobre a possibilidade de Tarcísio de Freitas confirmar o pleito nacional, Nogueira afirmou que o gestor paulista “tem sempre ressaltado que é candidato à reeleição” e que ele está “corretíssimo”. Porém, o senador defende que, se o governador de São Paulo “for chamado pelo presidente Bolsonaro, por essas lideranças e pelo Brasil, não tenho dúvidas de que irá aceitar”.</p><p>Antes e depois de visitar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), na última quinta-feira (9), Nogueira afirmou que os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e do Paraná, Ratinho Jr. (PSD), são os nomes mais “viáveis” para disputar as eleições de 2026 e negou que a federação formada por seu partido e o União Brasil deva confirmar a candidatura de Caiado ao Planalto.</p><p>O governador goiano não se manifestou sobre as novas declarações do senador, mas rebateu as falas do pepista pelas redes sociais na última semana. Segundo ele, Ciro demonstra “ansiedade vergonhosa” para “se colocar como candidato a vice-presidente” na chapa de Tarcísio de Freitas. Caiado ainda disse que Nogueira tenta se colocar como porta-voz de Bolsonaro (PL) e afirmou que o senador já “jurou amor eterno ao Lula”.</p><p>Na última sexta-feira (08), o governador negou que estude filiação a outro partido que dê abrigo à sua pré-candidatura e afirmou que não recebe ordens do presidente do PP. </p><p>Caiado recebeu convites para migrar para o Solidariedade, em conversa com o presidente da sigla, Paulinho da Força, e para o Podemos, pelo deputado federal Glaustin da Fokus. Para avaliar a segunda alternativa, o goiano deverá ter encontro com a presidente do Podemos, Renata Abreu, no sábado (18).</p><p>“Não avalio sair do União Brasil. Pelo contrário, o União Brasil não recebe ordens de Ciro Nogueira. Sou pré-candidato pelo União Brasil. O nosso presidente é Antônio de Rueda”, disse o Caiado à CNN Brasil.</p>

Ciro nega 'rusga' e retoma ataque a Caiado

Política

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Matéria - Política

União Brasil e PP

<p>O ex-governador Marconi Perillo (PSDB) buscou capitalizar, nesta segunda-feira (13), a decisão liminar do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que suspendeu a parceria entre o governo de Goiás e o Instituto para o Fortalecimento da Agropecuária de Goiás (Ifag) para execução de obras em rodovias do estado. O tucano comemorou a determinação e incluiu o tema no discurso da pré-candidatura ao governo estadual.</p>

<p><a href="http://opopular.com.br/canal" style="color: rgb(0, 85, 128); text-decoration-line: none; font-family: &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans&quot;, geneva, arial, sans-serif; font-size: 12px; outline: 0px; background-color: rgb(238, 238, 238);" target="_blank">🔔 Siga o canal de O POPULAR no WhatsApp</a></p>

<p>Ao Jackson Abrão Entrevista e à CBN Goiânia, Marconi reforçou o projeto lançado em 27 de setembro e fez críticas ao modelo adotado pela atual gestão, ao invés da realização de licitações. “Meu adversário está usando e abusando do poder político e da máquina pública todos os dias. Está inaugurando o lançamento de obras com o dinheiro do Fundeinfra, da taxa do agro, que agora foi considerada inconstitucional por uma liminar”, afirmou o tucano.</p>

<p>Na entrevista à CBN, Marconi respondia sobre a definição de agenda para a sequência da pré-candidatura, quando citou a decisão do STF. “Vou continuar na pré-campanha, mas sem aquela intensidade tão grande até porque eu não tenho máquina pública”, disse.</p>

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/politica/se-suspens-o-continuar-obras-voltam-a-goinfra-1.3323717" target="_self">Se suspensão continuar, obras voltam à Goinfra</a><br />
<a href="http://opopular.com.br/politica/mp-aponta-vinculo-politico-entre-ifag-e-governo-de-goias-1.3323712" target="_self">MP aponta vínculo político entre Ifag e governo de Goiás</a><br />
<a href="https://opopular.com.br/politica/caiado-diz-que-ministro-do-stf-tomou-decis-o-politica-1.3322917" target="_self">Caiado diz que ministro do STF tomou decisão política</a></div>

<p>Ao citar seu “adversário”, o tucano faz referência às ações comandadas pelo vice-governador Daniel Vilela (MDB) sobre as obras rodoviárias e antecipa a provável disputa de 2026, já que o emedebista assumirá o governo em abril e deverá se candidatar à reeleição.</p>

<p>O ex-governador chegou a fazer uma recomendação para que a administração siga os processos previstos pela Constituição Federal e pela Lei Federal 14.133/2021, que passou a definir regras para os procedimentos licitatórios no país.</p>

<p>A liminar de Moraes suspende a eficácia de duas leis estaduais que regem a colaboração do estado com o Ifag, usando recursos do Fundo Estadual de Infraestrutura (Fundeinfra), abastecido com a taxa do agro. O ministro atendeu pedido feito pelo diretório nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), em ação direta de inconstitucionalidade (ADI) que questiona o modelo de contratação direta.</p>

<p>“Aliás, gostaria de recomendar uma coisa. Se o governo quer fazer as coisas certas, siga a Constituição, que estabelece que os princípios da alta administração pública. Moralidade, legalidade, impessoalidade e transparência. Isso não existe. Quando se descumpre a Lei 14.133, que é a nova lei federal de licitações, você está jogando por terra a lei e a Constituição. Está possibilitando que as obras encareçam, que não haja transparência e que não haja preço menor para uma obra ser executada com qualidade”, disse.</p>

<p>O tucano ainda afirmou, ao tratar da decisão do Supremo e da parceria do governo estadual com o Ifag, que o assunto “anima mais ainda o desejo de debater Goiás com a seriedade que o povo de Goiás merece”.</p>

<p>O ex-governador ainda reforçou a recomendação e afirmou que o estado pode “baratear as obras e garantir mais qualidade” com licitações. “A outra sugestão que faço: acabe de vez com essa indecência da taxa do agro, que tantos males tem feito ao produtor rural”, disse à CBN.</p>

<p>Marconi lançou a pré-candidatura para entrar na quinta disputa ao governo estadual no fim de setembro, em evento organizado por ex-prefeitos na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego). Questionado por Jackson Abrão, ele negou qualquer chance de refluir do projeto. “Não há possibilidade de recuo. Essa decisão foi tomada depois dos convites que recebi de todos os municípios. Eu disse que resolvi aceitar esse desafio e, uma vez aceito, eu vou prosseguir e não há retorno”, disse o tucano.</p>


Marconi aponta 'abuso de poder' em parceria do governo com o Ifag

Eleições 2026

<p>Instituído em emenda constitucional de maio deste ano, o Fundo de Estabilização Econômica de Goiás (FEG) ainda não tem recursos nem previsão de aporte pelo governo estadual. Anunciado pelo governador Ronaldo Caiado (UB) como uma “poupança” para uso em caso de crise e para evitar novo cenário de descompasso nas contas, o fundo seria alimentado com parte do superávit alcançado em anos anteriores, que chegava a R$ 15 bilhões.&nbsp;</p>

<p>O aporte inicial seria de R$ 4 bilhões, segundo lei complementar de julho, que regulamentou o FEG, com possibilidade de resgate apenas em calamidade pública ou queda brusca de arrecadação.</p>

<p>No entanto, mais da metade dos R$ 15 bilhões tem destinação vinculada, como Fundeinfra e Protege, e o restante foi bastante comprometido diante do aumento de investimentos e da elevação de gastos com a saúde. Procurada, a Secretaria Estadual da Economia afirmou que “ainda está estudando” o que haverá de disponibilidade financeira para aporte ao FEG.</p>

<h2>Indefinido</h2>

<p>Em setembro, foram nomeados seis integrantes do Comitê Gestor do FEG, presidido pelo secretário de Governo, Adriano da Rocha Lima. O grupo ficou de apresentar ao governador uma saída sobre o aporte.</p>

<h2>Prioridade</h2>

<p>Caiado cancelou parte da agenda prevista para esta segunda-feira para se reunir com o setor empresarial e do agro. Vai falar das medidas adotadas pelo governo diante da suspensão das obras do Fundeinfra.</p>

<h2>Nova agenda</h2>

<p>O primeiro encontro é com o Fórum Empresarial, que já tinha sua reunião mensal marcada para 9 horas, na Facieg. À tarde, Caiado estará na Faeg/Ifag, com produtores e a entidade responsável pelas obras.</p>

<h2>Providências</h2>

<p>A Procuradoria-Geral do Estado solicitou audiência com o ministro Alexandre de Moraes para defender o modelo e a continuidade das obras do Fundeinfra. E vai protocolar recurso contra a liminar esta semana.</p>

<p class="p-smartimagebox"><img attr-cid="policy:1.3323285" attr-version="policy:1.3323285:1760352284" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3323285/image.jpg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /><br />
<span class="p-smartcaption">Refresco: Doguinhos aproveitam sombra na porta de loja na Avenida Igualdade, no Setor Garavelo, em Aparecida de Goiânia, para aliviar o calor intenso da tarde de sexta-feira (10). (Elaine Soares)</span></p>

<p>&nbsp;</p>

<p><span style="font-size: 18px; font-weight: 700; color: rgb(51, 51, 51);">Proporção</span></p>

<p>Encontro nacional do PL Mulher em Rio Verde (GO), no sábado (11), tinha nove homens e sete mulheres no palanque, segundo registro da abertura oficial do evento. Em discurso, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro justificou assim as presenças masculinas de destaque: “Quem demoniza a figura do homem são as feministas”.</p>

<h2>À Câmara</h2>

<p>A secretária estadual da Educação, Fátima Gavioli, confirma que disputará mandato de deputada federal, alegando ter sido “recrutada” em conversa com Caiado e o vice-governador Daniel Vilela (MDB), no início deste mês. A definição de partido ficou para mais adiante. Ela deve sugerir o sucessor na Seduc, a ser nomeado por Daniel.</p>

<h2>Vale ver</h2>

<p>O filme “Honestino”, que conta a história do líder do movimento estudantil morto pela ditadura, teve estreia nacional com aplausos no Festival de Cinema do Rio, semana passada. Goiano de Itaberaí, ele estudou na UnB, foi presidente da UNE e desapareceu após prisão no Rio, em 1973. O filme, com Bruno Gagliasso no papel de Honestino Guimarães, chega aos cinemas em maio de 2026.</p>

<h2>Pergunta para:</h2>

<p class="p-smartimagebox"><img attr-cid="policy:1.3323283" attr-version="policy:1.3323283:1760318431" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3323283/image.jpg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /><br />
<span class="p-smartcaption">Glaustin da Fokus (Marcos Souza)</span></p>

<p><strong><span><span><span>Glaustin da Fokus -&nbsp;</span></span></span>Deputado federal (Podemos)</strong></p>

<p><span><span><span><b>Há especulações de que o comando do Podemos não honra acordos como do SD. Isso reduz as chances de Caiado ir para o partido?</b></span></span></span></p>

<p>Desconheço isso. Para mim, a deputada Renata Abreu sempre tem honrado compromissos. Se formos analisar bem, quem andou a vida inteira com Lula foi o presidente do Solidariedade (Paulinho da Força). O Podemos é de centro-direita e tem boa estrutura. Haverá a conversa no dia 18 e acho que pode avançar.</p>

<h2>Arremate:</h2>

<p><span><span><span><b>Live -</b></span></span></span> O convidado do Jackson Abrão Entrevista desta segunda (13) é o ex-governador e presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo, pré-candidato ao governo de Goiás. Às 10 horas, no site do <strong>POPULAR</strong>.</p>

<p><span><span><span><b>IA nas eleições&nbsp;</b></span></span></span>- A Escola Judiciária Eleitoral de Goiás realiza no dia 22 de outubro o 8º Fórum de Direito Eleitoral, que tem como tema Inteligência Artificial e Eleições de 2026. O evento será no auditório do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-GO) e as inscrições são gratuitas.</p>


Criado há cinco meses por Caiado, fundo anticrise ainda está zerado

Opinião

Matéria - Coluna Giro

Giro

<div>Durante encontro nacional do PL Mulher na manhã deste sábado (11) em Rio Verde (GO), a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro usou boa parte dos cerca de 50 minutos de discurso para atacar o governo do presidente Lula (PT), chamar a esquerda de "maldita", e defender a candidatura presidencial do seu marido, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), nas eleições de 2026.</div>

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<div>"Não vamos aceitar mais essa esquerda maldita governando a nossa nação. Um casalzinho, um casal que demoniza Israel, mas que agora começou a frequentar as igrejas. Há um tempo atrás, e tem matéria, vocês podem dar um Google, a senhora do líder proibiu ele de falar com o povo cristão e agora está indo nas igrejas. Vamos abrir os nossos olhos espirituais?", afirmou Michelle em referência ao presidente Lula e a atual primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, sem citá-los nominalmente.&nbsp;</div>

<div>&nbsp;</div>

<div>No evento, ampliando as críticas ao atual governo, a ex-primeira-dama disse que Lula é "gastador de primeira" e sugeriu que o presidente seguisse o exemplo do ex-presidente do Uruguai José Pepe Mujica. "É isso que tem acontecido com esse tanto de imposto, com esse líder que quer ser o socialista, a figura de pai dos pobres, mas que ama tudo que o capitalismo pode oferecer. Gastador de primeira. Gosta do bom. De grife. Eles não podem usar grife. Eles têm que usar as coisinhas mais simples. Tem que seguir o exemplo do Mujica, pois esse sim era um socialista raiz", afirmou.</div>

<div>&nbsp;</div>

<div>Logo depois dos ataques, Michelle falou sobre o marido e reforçou o argumento que Bolsonaro é "vítima do sistema", para então defendê-lo como o "único nome da direita" para o pleito do ano que vem. "O que ele está passando é um injustiça muito grande. E a injustiça dói, pesa", disse. Em seguida, os participantes do evento começaram a entoar o grito: "Volta, Bolsonaro".</div>

<div>&nbsp;</div>

<div>Bolsonaro foi condenado em setembro pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) a 27 anos e três meses de prisão por participação em uma tentativa de golpe de Estado após a eleição de 2022, na qual perdeu para Lula. Além disso, o ex-presidente está inelegível até 2030 por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).</div>

<div>&nbsp;</div>

<div>No mesmo evento, Michelle recebeu o título honorífico de cidadã goiana, proposto pelo ex-deputado Fred Rodrigues (PL), aprovado pela Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) em 2023 e sancionada pelo governador Ronaldo Caiado (UB). Ao agradecer a honraria, a ex-primeira-dama destacou o programa "Pátria Voluntária", do governo Bolsonaro, e dedicou o título às comunidades surda e autista.</div>

<div>&nbsp;</div>

<div>Estiveram presentes no encontro a presidente do PL Mulher em Goiás, Ana Luiza Morais; o senador Wilder Morais (PL), os deputados federais Gustavo Gayer (PL) e Marussa Boldrin (MDB); os deputados estaduais Delegado Eduardo Prado, Major Araújo e Paulo Cézar Martins (todos do PL); os ex-deputados Fred Rodrigues e Lissauer Vieira; os vereadores de Goiânia Willian Veloso e Coronel Urzêda; e o vereador de Aparecida Dyeime Vasconcellos (todos do PL).&nbsp;&nbsp;</div>


Em Rio Verde, Michelle diz que esquerda é "maldita" e que não existe eleição sem Bolsonaro

<p>O avanço na movimentação do governador Ronaldo Caiado (UB) em busca de alternativa partidária para abrigar a própria pré-candidatura à Presidência da República causou a antecipação, na última semana, de composições na base aliada ao governo de Goiás. Com o temor de debandada no União Brasil (UB) a partir da migração de Caiado, aliados passaram a reavaliar articulações, principalmente para a construção das chapas proporcionais para as disputas a deputado federal e estadual.</p><p>A intenção é criar vacina dentro de grupos políticos e partidos, até o limite possível, para evitar possíveis reviravoltas geradas pela nova filiação do governador. As maiores preocupações são referentes à possibilidade de rápida desidratação do partido e consequente inchaço da futura sigla de Caiado ou de outros partidos aliados, já que o UB reúne deputados federais e estaduais, além de pré-candidatos que se apresentam como “puxadores de voto”.</p><p>Os possíveis impactos da migração mobilizaram deputados estaduais integrantes da base governista, que já apresentavam ansiedade anterior com a possibilidade de ocorrer “canibalismo eleitoral” no grupo governista. Como antecipado pelo POPULAR, a expectativa do Palácio das Esmeraldas de alcançar a reeleição de 100% dos apoiadores com mandato na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) não era compartilhada pelos parlamentares, justamente por conta das dúvidas sobre a formação das chapas.</p><p>A intenção dos deputados que alcançaram votações medianas em 2022 já era diversificar a distribuição de mandatários em um número maior de partidos, ao invés da centralização em “chapões” do MDB e da federação formada por UB e PP, que amplia a concorrência interna com outros nomes governistas e poderia levar à derrota de parlamentares. A possível migração de pré-candidatos a partir da mudança de partido de Caiado intensificou as cobranças pela composição antecipada de mais chapas.</p><p>Neste sentido, deputados mantiveram reuniões para criar grupos alternativos dentro da base aliada. O objetivo é garantir protagonismo em chapas próprias, mesmo se houver debandada de postulantes vindos do UB. A organização pauta, por exemplo, o trabalho da direção estadual do Solidariedade, apontado como mais provável destino de Caiado.</p><p>Federado com o PRD, o partido estabeleceu teto de 30 mil votos para a composição da chapa a deputado estadual e espera adiantar a estruturação da lista de pré-candidatos. “Se o governador vier para o partido, provavelmente será na última hora do prazo de filiação e deve manter a nossa estratégia que temos hoje. Claro que isso pode mudar, mas esse é o nosso objetivo”, afirma o presidente estadual do Solidariedade, Denes Pereira.</p><p>“A chapa que estamos montando não é chapão, nem chapinha. É uma chapa intermediária. Temos hoje cinco deputados e vamos ter nomes que têm potencial para entre 20 mil a 30 mil votos. Temos até 12 deputados nessa linha que podem vir, além de outros pré-candidatos como ex-prefeitos”, explica.</p><p>Pereira aponta que o mesmo planejamento se aplica à chapa de deputado federal. “Se o Caiado decidir lá na frente que é para sair todo mundo, nós vamos refazer o trabalho e provavelmente sair de uma chapa de 450 mil votos para deputado federal e vamos para uma com 800 mil. Não tem problema algum”, diz.</p><p>Considerado um dos articuladores da chapa entre os parlamentares, o deputado estadual Coronel Adailton (SD) confirma a intenção de antecipar as definições, mesmo diante da possível filiação do governador. “Depende muito. Se a gente trabalhar, articular e deixar pronto, para onde ele for já chega resolvido. A chapa já vai estar pronta e bem encaminhada. O governador só vai validar isso. O partido já abriu as portas para ele e a tendência é a gente se fortalecer cada vez mais”, defende.</p><p>A movimentação pela antecipação de mais chapas a deputado estadual chegou a ser tratada abertamente no plenário da Alego na última semana, quando o presidente Bruno Peixoto (UB) apontou, em tom de brincadeira, que alguns deputados já teriam sido “aceitos” na articulação feita por Adailton. “Já se tornou pública a formatação de uma chapa de deputados estaduais com um teto para as eleições de 2026. O partido a ser definido pelo governador”, disse.</p><p>A perspectiva de esvaziamento do UB, no entanto, gera preocupações entre deputados estaduais da sigla, que ainda aguardam orientações de Caiado. A bancada do partido na Alego chegou a buscar agenda para reunião com o governador, mas ainda não houve definição.</p><p>A proposta de encontro foi direcionada por Virmondes Cruvinel e contou com respaldo dos outros integrantes. “O primeiro passo é o diálogo e, por isso, eu sugeri justamente a possibilidade de uma reunião da bancada de deputados com o próprio governador e com a dona Gracinha, que se apresenta como postulante ao Senado com todo o nosso apoio”, explica. A bancada do UB na Alego tem oito integrantes, Lincoln e Virmondes, o presidente da Casa, Bruno Peixoto, o líder do governo, Talles Barreto, além dos deputados Amauri Ribeiro, Dra. Zeli, Rubens Marques e Veter Martins. </p><p>O líder da bancada, Lincoln Tejota, considera que os parlamentares não devem “tomar nenhuma decisão com pressa”, mas admite o cenário de desidratação. “Com certeza. O governador é um expoente do União Brasil e a saída dele tende a esvaziar o partido em Goiás. O peso aqui é muito grande e, se o governador sair, haveria um esvaziamento do União Brasil”.</p><p><b>Cobranças</b></p><p>Além do cenário de preocupação de deputados estaduais, lideranças governistas passaram a intensificar as cobranças para que auxiliares e figuras próximas à gestão confirmem as candidaturas a deputado federal pelo UB. A intenção é garantir a manutenção de força política na chapa do partido, mesmo no cenário com a saída de Caiado e a chance de que a sigla perca os três atuais parlamentares.</p><p>A avaliação de aliados é de que o processo de busca por nomes competitivos para a disputa por cadeiras na Câmara dos Deputados pelo partido demonstra preocupação do governador com as consequências estaduais da provável mudança de partido. Além de atender à meta de ampliar a bancada federal, há prioridade para manter estrutura em torno da pré-candidatura ao Senado da primeira-dama Gracinha Caiado.</p><p>Entre os nomes cobrados para posicionamento pela candidatura federal está a secretária estadual de Educação, Fátima Gavioli, que, nos bastidores, mantinha aberta a possibilidade de entrar na disputa por vaga na Alego. O presidente da Agência Goiana de Infraestrutura e Transportes (Goinfra), Pedro Sales, também deverá integrar a chapa do UB à Câmara.</p><p>A movimentação de Caiado mantém dúvidas junto à atual bancada federal do partido, que ainda espera as próximas ações e conversas com a direção nacional para decidir sobre o rumo partidário. Zacharias Calil e Silvye Alves, no entanto, já anteciparam a pretensão de deixar a sigla na janela partidária, em março de 2026. Já José Nelto passou a considerar o retorno ao MDB, do vice-governador Daniel Vilela.</p><p>Silvye já havia registrado problemas com o partido antes mesmo da tramitação e aprovação da PEC da Blindagem na Câmara, momento em que anunciou que deixaria a sigla. Na sequência avançou em diálogos para se filiar ao Republicanos, mas ainda não confirmou a troca. </p><p>Zacharias mantém a decisão de buscar vaga para a disputa ao Senado e reclama da falta de espaço no partido para se lançar ao pleito. Nelto afirmou ao POPULAR que “não foi comunicado” sobre a eventual mudança de Caiado e que ainda está em processo de “análise” para definir a volta ao MDB.</p><p>Caiado intensificou as divergências com as cúpulas de UB e PP, que oficializaram a formação de federação em agosto e considera filiação ao Podemos ou ao Solidariedade, depois de já ter conversas anteriores com Republicanos e receber convite público do Avante.</p><p>O governador deflagrou crise interna na federação ao rebater as declarações do senador Ciro Nogueira (PP-PI) sobre os caminhos da composição para a eleição de 2026, sem incluir a possibilidade de candidatura própria. Caiado usou as redes sociais para afirmar que as falas do senador demonstram “ansiedade vergonhosa” para “se colocar como candidato a vice-presidente” na chapa do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Ao longo da semana, no entanto, o goiano não voltou a tratar do assunto publicamente.</p>