Projeto de lei em tramitação na Câmara dos Deputados para classificar como grupos terroristas as facções criminosas que atuam no país, como o Comando Vermelho (CV) e o Primeiro Comando da Capital (PCC), não favorece as estratégias de combate ao crime e pode resultar em graves prejuízos para o Brasil ao dar margem a sanções econômicas e até intervenção militar no país, alertam especialistas. “Considerando que tanto o PCC quanto o CV surgiram e ainda se organizam a partir do sistema prisional, é difícil imaginar que o aumento de pena traga qualquer resultado efetivo. O impacto mais relevante dessa proposta, portanto, parece ser político e geopolítico”, avalia Priscila Villela, professora da área de Relações Internacionais da PUC-SP e vice-coordenadora do Núcleo de Estudos sobre Drogas e Relações Internacionais (Nedri) e do Núcleo de Estudos Transnacionais de Segurança (Nets).